Esse segredo pode te matar

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O dia amanheceu e os pais de Clara não haviam chegado do trabalho, mas ainda era bem cedo.

Clara se levantou e foi se arrumar para ir a escola.

Ela desceu as escadas e começou a sentir um cheiro de queimado.

- OS BISCOITOS! - Ela desceu as escadas o mais rápido que pôde e foi direto ao forno.

Quando ela abriu uma fumaça saiu de dentro do fogão, os biscoitos estavam torrados.

- Pelo menos a casa não pegou fogo. - Disse Clara tentando aliviar a situação.

Ela jogou os biscoitos fora e deixou a fôrma em cima da mesa.

Depois saiu correndo para não perder as aulas. No caminho encontrou Jules, mas ela estava diferente.

Não estava sorrindo e também estava com um semblante de raiva e tristeza, ao mesmo tempo.

- Oi Jules! - Disse Clara, animada.

- Oi.

- Jules, você tá bem? Tá tão esquisita hoje.

- Tô bem sim, não precisa se preocupar.

- Se é o que você diz.

Durante todo o caminho Jules não falou nada. Mas, Clara percebeu uma coisa estranha no braço dela.

Estava com marcas roxa e vermelhas. O rosto dela estava coberto com uma base pesada, Jules usava pouca maquiagem.

- Jules o que é isso no seu braço?

- Nada.

- Me fala a verdade.

- ME DEIXA EM PAZ.

Jules começou a correr e Clara teve que percorrer o caminho até a escola sozinha.

Ela achou tudo muito estranho e decidiu que precisava ajudar sua amiga.

Clara entrou na escola meio triste e começou a procurar por sua amiga.

Procurou-a nas salas, nos banheiros e no pátio. Ela não foi para a escola. Clara começou a ficar preocupada.

- O que aconteceu de tão estranho que a Jules não veio a escola? Eu preciso descobrir o que é.

Clara decidiu que não iria ver aula naquele dia, sua amiga precisava dela. A bolsa de Harvard era importante, mas sua amiga também era.

Ela saiu do colégio e começou a pensar onde a amiga poderia estar.

- Ela gosta de pintar, talvez esteja no museu. - Disse Clara consigo mesma.

Ela caminhou até o museu, não era muito longe da escola, ela chegou em 10 minutos.

Foi quando ela viu, pelos vidros da janela do museu, uma garota, sua amiga, que precisava dela.

Ela correu até o museu e logo quando passou pela porta Jules olhou para ela.

A única reação que Jules teve foi de correr até sua amiga e a abraçar. Ela chorava descontroladamente.

- Vamos sair daqui. - Disse Clara levando a amiga para o lado de fora.

- O que tá acontecendo Jules? Você pode confiar em mim.

- Se eu contar, ele vai me matar. - Jules não conseguia parar de chorar, estava muito abatida.

- Ele quem? Quem Jules?

- O meu pai.

- Porque ele faria isso? Tem alguma coisa a ver com esse machucado no seu braço?

- Ele é alco̶ólatra. Ele me ba̶te sempre que chega dos bares. Ele joga copos de vidro em mim. É tão terrível.

Meu clichêOnde histórias criam vida. Descubra agora