CAPÍTULO 2 ○ O INTRUSO (Degustação)

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"Todo mundo conhece a suprema lei de Murphy: se alguma coisa pode dar errado, ela certamente dará

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"Todo mundo conhece a suprema lei de Murphy: se alguma coisa pode dar errado, ela certamente dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível. Sendo assim, o que vale mais a pena: esperar pelo melhor resultado e acabar se frustrando, ou esperar pelo pior e, bem... receber o pior? Porque o pior, meus amigos, ele certamente virá!"

○ ○ ○

JUDAS

— Obrigado mais uma vez pela ajuda, Beto.

— Boa sorte, filho.

Desligo o telefone após me despedir de Olavo e solto um longo suspiro no meio do quarto, sentindo como se todo o peso do mundo estivesse sobre os meus ombros — mas deve ser só o peso da minha canalhice fazendo o trabalho de não me deixar esquecer da minha própria miséria. Agora não tem mais volta.

Eu ferrei com tudo.

Tipo assim, ferrei com a porra toda de verdade.

E pior: a culpa é toda e exclusivamente minha. Não posso nem me dar ao luxo de culpar outra pessoa para me sentir um pouco melhor. O único idiota sou eu e mereço ser punido pelas escolhas que fiz e que causaram tanto sofrimento à minha mulher. Mas a merda do arrependimento não diminui a falta que Maria Flor me faz ou o quanto sua ausência está afetando a minha mente e me deixando louco.

Louco ao ponto de achar que a gente ainda pode dar certo, que eu consigo amolecer aquela pedra de gelo que ela carrega no lugar do coração. A mulher da minha vida possui muitas virtudes, mas ser complacente não é uma delas. Eu diria, inclusive, que seu principal charme é o temperamento do cão que deixa qualquer pessoa choramingando com o rabo entre as pernas.

Aquela peste sempre me teve na palma das mãos e agora eu simplesmente não tenho mais propósito algum além de correr atrás do prejuízo. Eu correria a São Silvestre inteira se ela estivesse me esperando no final, mas conhecendo Maria Flor como eu conheço, seria mais fácil ela me enforcar com a linha de chegada do que me parabenizar pela vitória.

Eu soube, naquele milissegundo em que nossos olhares se cruzaram quando tudo aconteceu, que a tinha perdido. Escutei seu coração se despedaçando junto com o meu, o amor sendo consumido pelo pior tipo de mágoa que existe: a traição. E soube também que seria impossível obter o seu perdão com palavras vazias e explicações sem sentido.

Inferno! Eu jamais me perdoaria se estivesse em seu lugar, nunca acreditaria em qualquer desculpa esfarrapada que fosse. Mas, por uma grande ironia do destino, minha única chance de não perder a minha rosa cheia de espinhos (para sempre), é tentando convencê-la das maiores desculpas esfarrapadas contadas por cafajestes de todos os tempos: que aquela situação "não era nada do que ela estava pensando" e que "eu posso explicar tudo".

Realmente, boa sorte para mim. Eu vou precisar.

 Eu vou precisar

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O NOIVO IDEAL | Livro único (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora