Penúltimo capítulo

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Capítulo 32

Adrian

Como um louco, passo por sinais vermelhos, e soco o volante que não tem culpa de nada. Meus olhos traidores deixam cair lágrimas sem minha autorização e minha mente anda a mil.

Paro por alguns minutos e digito duas mensagens. A primeira para minha mãe.

" Quando pensava me contar que sou um bastardo LILIAN? "
Queria que eu morresse acreditando que seu marido é meu pai? ".

E a segunda para Julie.
" Preciso de você. Por favor. Estarei aí em 20 minutos."

Nesse momento apenas ela parece poder me tirar da merda de mundo em que eu vivi durante os últimos trinta anos.

Julie parece ser o lado bom da minha vida. O único lado bom. Desde que ela está na minha vida ela não é mais uma completa farsa. E agora, que tudo desmoronou sobre mim, a única coisa que preciso é olhar para seus olhos, preciso tocar sua pele e sentir seus lábios. Sinto que só ela pode arrancar de mim todos os sentimentos ruins que me corroem neste momento.

Pensar em Richard. Na droga da minha infância. Na minha mãe. E em toda minha vida me faz sentir raiva, me faz querer socar alguém até a morte, e sinceramente não me importaria se essa pessoa fosse Richard Collins.

Collins. Durante anos me orgulhei por carregar esse apelido. Mas agora, quero simplesmente esquecer da sua existência.

•••

A porta do apartamento da Julie é aberta por ela que está com roupas largas, o cabelo bagunçado e uma grande cara de sono.

— Eu te acordei? Desculpa — encaro o chão me sentindo culpado e um idiota.

— Ei — segura meu queixo me fazendo olhá-la — Está tudo bem, vem, entra — me dá espaço — Me conta o que aconteceu.

— Richard Collins não é meu pai — digo, rápido demais, e duvido que ela tenha entendido, mas por seus olhos arregalados e sua expressão de surpresa, presumo que Julie não só entendeu, mas também está tão surpresa quanto eu.

— Meu Deus Adrian, eu... eu não sei o que dizer.

Mas o que poderia dizer?
Eu sinto muito. Ou parabéns?

Bom, talvez seja uma daquelas situações em que o silêncio é a melhor opção.

Entendendo isso, Julie não diz mais nada, apenas me abraça. Um abraço forte, caloroso e confortante. Mesmo sem saber, tenho a certeza que isso era tudo que eu precisava.

Suas mãos pequenas e quentes tocam minha pele causando uma sensação que até conhecer Julie eu desconhecia completamente. Eu poderia ficar assim para todo o sempre. Devo parecer um adolescente apaixonado, e na verdade só não sou adolescente, mas estou completamente apaixonado por essa mulher. O que eu não acreditava que aconteceria algum dia.

Já me envolvi com várias mulheres, VÁRIAS, mas nunca passou de sexo, atracção física. Com Julie, é muito mais que isso, é completamente intenso. Desde quando a vi entrar na minha sala pela primeira vez há alguns meses atrás, quando eu a enchi de palavras frias e duras, mas não conseguia tirar meus olhos dos seus, não conseguia conter o desejo de sentir sua pele e seus lábios carnudos.

Meu Chefe E EuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora