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Pov manu
Acordo com o despertador vendo que já são 5:45 da manhã,e mentalmente já vejo que estou atrasada,acabei dormindo sentada na escrivaninha do meu quarto,já que tinha um trabalho pra entregar hoje e não podia deixar de entregar
Levanto e vou até o banheiro,tomando banho e escolho uma calça jeans com um tênis e uma blusa moletom aleatoria do meu guarda roupa,passo uma maquiagem leve,perfume e arrumo minha mochila

Olho o relógio e já são 6:10,não posso perder o busão que já deve tá esperando na parada de paraisopolis,passo no quartos da minha madrinha e dou um bom dia já que a mesma nem tinham acordado
Moro com ela desde que eu nasci,ela tem uma filha a Jessica,ela é digamos que meio difícil de se conviver,meu pai morreu em uma briga com a facção da outra favela,fazendo eu prometer a minha mãe que nunca entraria em nada disso e minha mãe morreu em um incêndio quando eu tinha 9 anos, onde até hoje tenho pesadelos com isso
Desço e pego uma maçã,já que não tava com muito tempo,saio de casa e corro o mais rápido possível para conseguir pegar o ônibus e lá estava ele,agradeci mentalmente por isso e entro no mesmo dando bom dia as pessoas que já estavam lá
Demora mais ou menos meia hora pra que eu chegue até a minha escola,onde é fora do morro já que eu consegui uma bolsa 100% em uma escola particular e convivo com os riquinhos mesmo

Trabalho desde meus 12 anos de idade e me orgulho disso,sempre arrumo alguns trampos,o de agora é de garçonete em uma lanchonete em paraisopoles mesmo,nunca agradeci tanto por isso pois assim não preciso me deslocar de busão pra tão longe

Chego na escola e já vejo Arthur,meu melhor amigo,ele tava me esperando na porta,Arthur é o típico aluno rico que não quer saber dos estudos,mas é um dos únicos alunos ricos que eu gosto dessa escola,eu sempre vou na casa dele e vise versa

Vou até ele e o mesmo me abraça e eu retribuo
Arthur-bom dia baixinha-ele fala e eu rio
Manu-conseguiu fazer o trabalho?-ele me olha e rir-claro que você nem viu que tinha um trabalho
Arthur-que bom que me conhece,já basta você de estudiosa-ele fala e passa seu braço entre meus ombros e vamos até a sala,onde já ia começar a aula
Vimos duas cadeiras vagas e Arthur senta logo atrás de mim
Jaqueline,uma menina riquinha totalmente sem noção chega e sento ao "nosso" lado já que ela senta na fileira ao lado da nossa
Jaqueline-oi thutu,como foi de final de semana-reviro os olhos e Arthur responde
Arthur-tudo bem,mas só Arthur mesmo-ele fala e eu rio
Jaqueline-não vai perguntar como foi o meu??-ela fala e ele acena
Arthur-como foi o seu?-ele rir e eu rio mais ainda,piadas internas como sempre
Jaqueline-fui sábado no jatinho do meu pai pra São Paulo e fiz várias compras,comi naquele restaurante novo de um novo chef e marquei a próxima viagem para o Chile-ela fala e range as unhas enormes no braço da cadeira,isso me dá nos nervos-e você Emanuela,como foi o seu final de semana?naquela favela?-ela ri
Arthur-na verdade eu passei o final de semana com ela,a gente acabou indo pra o sítio do meu pai em Campos do Jordão-arthur mente e eu rio,agradecendo ele mentalmente por ter respondido,por que tô sem saco pra aturar a Jaqueline na segunda de manhã

Ao decorrer da aula Arthur sussurra várias coisas aleatórias me fazendo rir e quase sendo expulsa da sala de aula,era mais ou menos 13:20 da tarde e finalmente aquela aula torturante acaba
Nós vamos até o refeitório
Manu-tenho que ir,hoje é dia de trampo-falo e o abraço-até amanhã burguês-esse apelido é o que eu sempre dou a ele e o mesmo rir e se oferece pra pagar um uber mas eu prefiro não aceitar,Arthur já paga muita coisa pra mim,não gosto disso.
Vejo o mesmo indo até a mesa dos jogadores de futebol que quando não está comigo fica com eles,a falta de opção aí ele escolhe os babacas

Vou até a parada que é na esquina da escola e espero o mesmo chegar,o ônibus chega e demora mais ou menos meia hora pra eu chegar até a entrada de paraisopolis
Normalmente tem uma esquipe de cadelinhas da facção que comandam quem desce e sobe o morro com várias motos e radinhos e a passagem é fechada por um portão para que só passe os que eles concederem e fui interrompida por um deles,Virga o nome dela,o braço direito do meu ex melhor amigo Guilherme,quando éramos crianças ela estudava na mesma escola que eu e Guilherme e os pais dela eram amigos do meu pai,mas nunca nos demos muito bem
Virga-iai manuzinha,como está pelos ricassos?-ela fala e eu fico calada vendo o movimento e querendo mentalmente ir pra lanchonete que provavelmente já deva estar atrasada-o gato comeu sua língua lindinha?
Manu-posso passar?-falo impaciente por estar atrasada pro trabalho-tenho que trabalhar,já que você prefere ganhar dinheiro de outras formas-virga me olha estranho
Virga-grego quer te ver,vamo-Grego é o meu ex melhor amigo guilherme que é o chefe da facção
Manu-não posso me atrasar pro trabalho-ela revira os olhos
Virga-ou você vai,ou eu mando meu pessoal ir dá uma visitinha na casa da sua tia-ela fala e eu respiro fundo e a sigo-ele vai te levar até onde o grego tá-ela aponta pra um carro e um homem no acento do motorista e eu entro no carro e sento no banco de trás
Penso mentalmente como era bom quando éramos crianças,eu era órfã e Guilherme expulso de casa,eu sempre dava um jeito pra ele ir pra minha casa quando ele realmente não tinha onde ficar e pegava comida escondido da minha tia,eram noites incríveis pois riamos e brincávamos a noite inteira e antes mesmo de amanhecer ele ia embora me prometendo que não faltaria a escola mas aos poucos foi deixando de ir e deixando de me dá notícias,nós não desgrudávamos nem um segundo antes,ele sabia tudo de mim e eu tudo dele,contávamos tudo um para o outro e ele sempre me protegia de todos aqueles meninos babacas da escola até que descubro que ele começou a entrar nessa vida e acabamos nos afastando mais e mais e ele sempre esbarra comigo pelo morro,ele ainda acredita que somos "almas gêmeas " mas o mundo nos separou e isso nunca vai acontecer,nós seguimos caminhos  e vidas diferentes

Amor de máfia Where stories live. Discover now