FEARLESS • harry potter

• quarenta e cinco •

Harry não conseguiu se lembrar de não gritar o seu feitiço de proteção, já que não estava esperando ser atacado. O seu escudo foi lançado com tanta força que derrubou o professor para trás, o qual voltou furioso para cima.

— Você está lembrado que eu disse para praticar feitiços não verbais, Potter? — ele questionou, a voz firme e áspera.

— Sim.

— Sim, senhor. — Snape corrigiu.

— Não é preciso me chamar de "senhor", professor. — ele respondeu, deixando que as palavras escapassem sem querer.

Todos os alunos ficaram em silêncio, talvez em sua própria cabeça repassando o que havia acontecido, perguntando para suas próprias lembranças se Harry havia mesmo se atrevido a responder daquela forma. Hydra segurou o riso, Snape simplesmente o encarou com os olhos semicerrados e indicou quando ele teria de cumprir a detenção, o garoto revirou os olhos e obedeceu. Quando o sinal tocou, os alunos começaram a se retirar, assim como Penelope e Neville, que saíram de mãos dadas, sorrindo um para o outro como dois idiotas. Hydra encontrou Hermione, Harry e Rony no corredor, ambos os três aparentemente estressados com a aula anterior, mas já era de se esperar, quando não perdiam pontos por motivos bobos, ganhavam uma detenção desnecessária.

— Você é muito corajoso, mas não precisava ser tão inconsequente. — Hydra comentou, chegando perto dos três.

Harry revirou os olhos.

— Foi sem querer.

— Eu sei.

Caminharam um ao lado do outro, enquanto Rony e Hermione discutiam em sua frente.

— Eu odeio ele por ter razão. — Harry disse. — Quando ele disse que eu não tenho controle dos meus pensamentos, ele estava certo. Você é tão boa com isso, aprendeu tão rápido a evitar que os meus sentimentos chegassem...

— Harry, por Merlin, você tem outras coisas para se preocupar. Sei o quanto é importante fechar sua mente para tudo, mas como você pode fazer isso se tantas coisas afetam você? — ela respondeu. — Requer treinamento, você vai conseguir.

Ele sorriu de lado.

— Às vezes eu te odeio por ser tão inteligente e boa com as palavras.

— Não, não odeia.

Ela riu.

— Não mesmo.

Hydra teve um tempo livre entre as aulas, assim como alguns outros estudantes do sexto ano que ela encontrou no Salão Comunal. Usou aquele tempo livre para realizar as atividades para depois da aula que os professores já haviam exigido, Snape passou tantos exercícios que o pergaminho passava dos dois metros. No horário da aula de Poções, Hydra saiu acompanhada de Penelope e alguns dos outros alunos da Sonserina que conseguiram passar para a aula de Poções, Penelope estava com os cabelos loiros presos em um rabo-de-cavalo e segurava um grande monte de livros, Draco caminhou com elas, apesar de permanecer distante e quieto. Nem precisaram caminhar muito para chegar na sala, ela também ficava nas masmorras, o professor Slughorn sorriu abertamente quando notou a presença dos alunos. A sala, diferente de quando estudavam com Snape, estava repleta de caldeirões borbulhantes, livros empilhados que quase chegavam no teto e algumas poucas mesas para que todos se sentassem. E Hydra notou que a sala estava repleta de um cheiro muito específico, era um tipo de perfume amadeirado e suave do qual ela já havia sentido antes. Estranhou quando boa parte dos garotos sorriu para ela e lhe ofereceu o assento deles, tentando mostrar gentileza.

— Que cheiro forte de grama, por Merlin... parece que choveu aqui. — Penelope comentou. — Você não está sentindo?

Ela puxou o ar fortemente.