Capítulo 12

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— Por que me trouxe para esse lugar imundo? — questionei, me segurando no banco do carro como se isso pudesse me proteger do que ele faria a seguir

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— Por que me trouxe para esse lugar imundo? — questionei, me segurando no banco do carro como se isso pudesse me proteger do que ele faria a seguir. — E não considere uma pergunta do nosso acordo!

Alex não respondeu e o medo me dominou ainda mais. Ele diminuiu a velocidade na rua estreita, se é que eu pudesse chamar aquilo de rua! Era apenas um caminho de terra com grandes poças de água, duvidei até que fosse água quando um mau cheiro insuportável me atingiu. Tentei respirar o mínimo possível. Não havia postes de iluminação, nem mesmo a lua ajudava, pois o céu estava coberto de nuvens, a única luz vinha dos faróis do carro e não me permitiam ver bem os barracos de madeira abandonados se estendendo dos dois lados.

Apavorada, abracei meu corpo tentando esconder minhas mãos para Alex não vê-las tremendo, e me esforcei para não chorar de medo ou ódio de mim mesma. Eu não tinha ideia de como seria o encontro com ele, sabia apenas que não seria algo romântico como as pessoas normais da nossa idade fazem, mas não imaginava que ele pretendesse me jogar em algo semelhante a um lixão a céu aberto.

Mesmo com o mau odor, inspirei profundamente para buscar alguma coragem dentro de mim. Eu só tinha duas opções: lutar ou fugir. A última era impossível, pois eu não sabia onde estava, e lutar talvez não me levasse a lugar algum também já que depois eu precisaria fugir.

Ainda pensando no plano de fuga, meus olhos avistaram uma pessoa em meio a penumbra. Ela podia ser meu anjo da guarda enviado para me salvar ou também podia ser algum rebelde aliado de Alex, que faria o trabalho sujo por ele. Preferi ser otimista e me agarrar à esperança de ser uma boa pessoa.

Enfiei a mão dentro do meu sobretudo e olhei para o lado, a fim de me certificar que ele não prestava atenção em mim. O imbecil escolheu justo esse momento para desacelerar o carro e focar seu olhar frio e assassino em mim.

Embora a luz dentro do veículo não fosse uma das melhores, foi suficiente para captar uma mudança sutil na expresão de Alex. Vi sua testa franzindo e os lábios se abrindo para dizer algo.

Antes dele pronunciara qualquer palavra, tirei o revólver preso no topo na minha meia calça e, segurando-o firme com as duas mãos, e mirei em sua cabeça.

— Me tire daqui imediatamente! — Quase comemorei a firmeza em minha voz.

Alex inclinou o corpo para trás, com o susto. Ele realmente parecia chocado.

— Por que diabos você tem uma arma?

— Você acha que eu sairia com um inimigo declarado da realeza sem um meio de me proteger? Não sou tão indefesa quanto pensa, Alex.

Ele ignorou meu comentário.

— Perdão, é claro que você tem direito a portar uma arma. As leis do país não se aplicam à família real, não é, princesa?

Cinderela Ao Avesso (Trilogia Cinderela - Livro 3)Where stories live. Discover now