Capítulo 55

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Gente, eu sei escrever sobre morte a tortura, drogas, depressão, obsessão, crime, sexo, tutorial sobre como fumar, laudos médicos, causas de doenças mas não sei escrever sobre como cuida de um bebê recém nascido.

Desculpa por isso mas...

Três meses depois...

-Pior que eu nem sei... Ela tá indo pra o psicólogo pra ela sair até pra ir lá é uma luta e eu sei que não é nada fácil.

- Você tenta conversar com ela?

- Sempre, Zoe. Sempre. Mas parece que nunca é o suficiente mas eu também sei que não é culpa dela. Ela se esforça pra mostrar que eu ajudei mas isso não é algo que ela pode escolher.

- E a Lu?

- Eu cuido dela e a Elisa tenta também e inclusive é os únicos momentos que ela parece que sai um pouco dessa bola de tristeza e esquece. Só que parece que quando a lu dorme ela cai na real sabe?

- E como você tá conseguindo lidar com isso?

- Nem eu sei... Eu só amo demais ela e isso é o que me mantém tentando salvar ela.

Meu celular tocou e número do síndico.

- Alô, Billie. Billie por favor, vem rápido pra cá... A Elisa ela.... - Levantei da cadeira já nervosa e Zoe fez o mesmo percebendo meu nervosismo.

- O quê tem ela?

- Ela tá lá em cima, Billie e ela vai se jogar.

- Aí puta que pariu...

Sai rápido e abri o carro. Cantei pneu e tentei ir o mais rápido possível e eu furei uns cinco sinais.

Eu levava xingamentos de várias pessoas na rua mas eu não tinha tempo e me doía cada vez que eu parava pra pensar que eu tava demorando tempo demais e quando eu chegar lá ela já pode não tá mais lá.

A Elisa foi diagnosticada com depressão a um mês atrás e desde o enterro do pai dela que ela mudou completamente. Essa não tá sendo a primeira vez que ela tenta se suicidar e eu sei também que não vai ser a última.

Eu já tentei de tudo. Psicológico, esporte, psiquiatra... Nada, nada muda ela. No máximo por algumas horas mas ela sempre volta.

Me dói muito ver ela nessa situação e ver que tá doendo mil vezes mais nela do que em mim.

Parei o carro na outra esquina pra que ela não me vesse e passei pela rua vendo ela no terraço, sentada olhando pro nada. Era sempre assim.

Apertei nos botões do elevador pra me levar ao último andar. Enquanto isso minha mente ia a mil e o pior é que eu não me acostumo nunca com essa ideia.

Quando chegou no último andar eu corri pelos corredores até a porta que dava pro terraço e eu abri. Tava ventando muito porque era fim de tarde já.

Andei devagar sem querer lhe assustar.

Abracei seu corpo e eu podia ouvir ela fungar baixinho e o barulho dos seus soluços.

- Me deixa ir, Billie. Por favor.

- Nunca. Eu prometi ficar uma vida inteira com você e é isso que eu quero.

- Você merece alguém melhor. Eu só te causo problemas, olha como você tá cansada de sempre ter que lidar comigo...

- Você é a pessoa que eu procurei por toda a minha vida e é o melhor pra mim.

I need your forgiveness...| | second seasonWhere stories live. Discover now