As vezes as noites dela eram muito atormentadas, com cenários e hipóteses que a apavoravam demais para sequer compartilhar o que lhe ocorria. A única garantia era que tudo sempre acabava da mesma forma.

Se Satoru a acordasse, ela entraria em pânico e teria imensa dificuldade em voltar para a realidade. Se Geto o fizesse, ela seria inundada por tanto alívio que conseguiria se acalmar quase imediatamente.

Isso não deixava seu ego feliz, mas era melhor do que vê-la em desespero.

O deus mortal terminou o beijo com um pressionar mais forte e indicou a brasileira com a cabeça, sutilmente pedindo que o amigo a salvasse de seu próprio subconsciente. O controlador de maldições piscou lentamente com isso, confuso por não perceber o que estava errado de imediato.

Querem saber uma coisa estranha sobre estar um relacionamento a três? As vezes, muito raramente e principalmente quando seu cérebro se recusava a funcionar totalmente, Gojo olhava para os amigos e tinha um ataque muito gay sobre como eles eram bonitinhos um com o outro.

Em circunstâncias como agora: enquanto se afastava para deixa-lo livre e o via se mover com calma para envolver Uyara em um abraço, ao mesmo tempo em que beijava seu ombro e murmurava palavras gentis para não assusta-la no processo de despertar. Vê-la voltando ao mundo real devagar e registrando o rosto e voz de quem a trouxe até ali, apenas para sorrir largamente e se virar para se esconder no peito de Suguru, era simplesmente estupidamente fofo.

Gojo registrou também a contração abdominal que ela sempre fazia, assim como a mão que se abaixou na altura do útero de maneira involuntária para tentar fazer uma dor fantasma parar. As vezes ele se questionava se isso tinha relação com a doença que trouxe sua cicatriz enorme quando era criança, ou se ela tinha algum tipo de ciclo menstrual muito violento. Não tinha o poder de descobrir a razão verdadeira se ela não queria lhe dizer.

Talvez ele devesse buscar alguns chocolates para melhorar o humor dela. Cólica horrível ou não, funcionaria.

Suas pernas o levantaram com essa ideia em mente, pouco se importando se eles veriam o interesse de seu pênis ou não. Não é como se eles estivessem prestando atenção mesmo.

Primeiramente Satoru foi ao banheiro aliviar a bexiga e realizar sua higiene matinal, mas logo depois retornou ao quarto para se encaminhar para a cozinha. Os dois idiotas agora estavam experimentando os mesmos beijos delicados que recebeu depois de acordar, com mais alegria e apreciação do que ele dedicou a isso.

Era bobo que ainda estivessem desfrutando da novidade mesmo depois de ter permitido que eles trocassem saliva durante a madrugada, antes do rapaz ter se exaurido. Não duvidava que também fazia aquela mesma cara de bocó quando estava com um deles, ou com os dois, mas ter que assistir era diferente.

Seu humor de apreciação desapareceu, como sempre fazia.

- Oe. - Ele se aproximou, erguendo a mulher por trás para tira-la da cama e afasta-la do controlador de maldições. - Vamos fazer o café da amanhã, estou faminto.

- Hmmmm já que você está pedindo com tanto carinho. - Ela se apoiou contra seu corpo com a mesma atratividade com que estava quase montando em Suguru. Lhe lembrava de um gato carente ronronando.

Interessada, de fato. Maldito Geto e sua habilidade de ingerir bestas imundas.

- Você percebe o que não está acontecendo aqui por sua culpa? - Ele questionou ao amigo de cabelos negros acusadoramente, soando mais indignado do que pretendia.

- Pode ter certeza que estou tão chateado quanto você. - Suguru levantou as mãos em sinal de rendição, não parecendo nem um pouco incomodado. Mesmo que seus olhos queimassem a pele de ambos com puro desejo.

Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negroWhere stories live. Discover now