Após cumprir todos os itens de sua lista mental, voltou ao quarto para se certificar que o menino estava bem confortável. Um vento gélido adentrava pela pequena fresta da janela, portanto ele estava completamente embolado nos cobertores. Parecia tão confortável que Jeongguk se sentiu tentado mais uma vez a ficar ali, mas, se o outro precisava de um pouco de espaço, não queria ser invasivo. Deixou algumas frutas e biscoitos, juntamente com uma garrafa d'água, ao alcance do mais velho. Tateou sua mochila em busca do celular de Taehyung, que tinha certeza que pegara na correria do dia anterior. Certificou-se de que ele estava carregando.

— Aqui está tudo que você pode precisar por ora — explicou enquanto deixava leves afagos na cabeça de madeixas castanhas. — Também vou deixar o controle da televisão e meu notebook caso você esteja entediado. Precisa me prometer que vai me ligar se qualquer coisa acontecer ou se precisar de alguma coisa, desde mais comida até ir ao banheiro, por favor.

Tinha noção que sua voz, provavelmente, soara mais desesperada do que ele pretendia, porém não conseguia controlar. Não queria que nada desse errado. O mais velho riu de suas ações.

— Eu prometo, Guk. Não precisa se desesperar. Eu vou sobreviver.

Precisava correr se não quisesse chegar atrasado. Deixou um leve selar nos lábios rosados antes de sair do apartamento. Esperava que tudo desse certo.


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Ainda que a preocupação continuasse a existir no fundo de sua mente, a rotina do trabalho acabou por distraí-lo o suficiente. As crianças ocupavam a maior parte de seus pensamentos. Era por isso que gostava de trabalhar com elas, nunca um dia seria igual a outro. Esforçava-se ao máximo para persuadi-las no tratamento e conseguir obter os melhores resultados possíveis. Sua paixão e dedicação costumavam apresentar respostas excelentes. Era, de fato, apaixonado pelo que fazia.

A manhã passou mais rápido do que ele esperava, considerando como o início da semana geralmente era o período mais tranquilo. Já estava quase no fim do seu turno, ou seja, hora do almoço. Seu estômago roncou em aprovação com o pensamento.

— Tio Guk! — o apelido vinha sendo utilizado desde que foram com Jimin no parque. O menino vinha caminhando em sua direção com calma, um sorriso enorme no rosto. Já estava apoiando o peso nos dois pés sem problema, melhorando gradativamente. Quase não mancava. Estava cada vez mais satisfeito com o resultado e era ainda mais pessoal por considerar que tudo fora mais fácil pela ajuda de Taehyung.

O pensamento, mesmo que lhe arrancasse um sorriso, trazia mais à tona sua inquietação. Não recebeu nenhuma ligação, sequer mensagem. Esperava que esse silêncio não fosse porque o mais velho estava querendo dar uma de herói e não atrapalhar. Desejava ter sido mais claro que ele não atrapalharia, que podia pedir o que fosse necessário no momento que julgasse precisar. Não queria que o castanho se sentisse negligenciado.

A sessão do pequeno Jimin já estava quase acabando, seria seu último atendimento do dia. Tinha certeza que, em breve, a criança teria alta.

— Como vai o tio Tae? — a pergunta veio assim que ele finalizou um dos exercícios.

Refletiu por um instante que nem ele sabia a resposta correta para essa pergunta. Só podia afirmar que estava fazendo de tudo para que ele estivesse o melhor possível.

— Ele está bem — foi sucinto. — Ele está muito feliz que você está pisando com seu pezinho

Não podia desperdiçar uma chance de estimulá-lo em seus próprios avanços. Além de que não estava mentindo, o castanho sempre se mostrava genuinamente feliz toda vez que Jeongguk o atualizava sobre o quadro do menino de seis aninhos.

For Him | taekookWhere stories live. Discover now