- O que posso fazer se arruinar Gojo Satoru é minha maldição? - Seu tom divertido lhe causava a vontade de quebrar os dentes dela, só porque podia.

No lugar disso ele apenas a empurrou com força moderada quando ela se aproximou e se contentou com a frustração dela por se chocar no Infinity ao tentar retribuir. Ele entendia sua implicância e a razão de sua pegadinha, bem como sabia que ela queria que sua reação fosse exatamente como fez, afinal nada de bom viria de um conflito em que suas emoções estivesse alteradas.

Esse era um dos maiores defeitos de sua companheira: se preocupar demais com os poucos que deixava se aproximar. Particularmente ele não sabia muito sobre o tal Kenny. Suas informações se resumiam ao fato de que ele possuia um encantamento hereditário muito raro, que pertencia a uma família com os mesmo protocolos de rigidez que as japonesas e que era muito esforçado para atender expectativas.

O rapaz era um nível dois recém classificado. Habilidoso, embora não muito forte e com potencial de se destacar. Motivo pelo qual a garota permitiu o desenvolvimento de um vinculo entre ambos, sabia que o pai dele, com o mesmo tipo de poder, era um bom primeiro nível e que, por conta disso, existiam mais possibilidades dele se tornar capaz de se defender por conta própria contra grandes ameaças, eventualmente.

O portador dos seis olhos não duvidava que ele fosse uma das poucas pessoas com que ela conversava em sua escola. Podia imaginar que Uyara guardava detalhes bobos como sua cor, comida, serie e tipo de pessoa favoritos, que ela jamais seria tão próxima quanto era dos mais fortes, mas que mantinha um relacionamento agradável como o seu com Nanami (com a diferença de que o gosto pelo envolvimento vinha de ambos os lados).

Eles chegaram na cortina bem rápido, não disponibilizavam de tempo para brincarem um com o outro um pouco mais. A passagem de ambos ocorreu sem problemas, porém, diante de seus olhos, no centro da destruição, erguia-se uma raposa de nove caudas branca, furiosa e terrível. A essa altura ela já havia causado uma destruição grandiosa e não existia nada tentando impedi-la.

- Aquilo é a kyuubi? Como em Naruto? - Kioku parecia realmente surpresa e talvez levemente admirada.

- Essa kyuubi é inspirada em uma lenda e, como em tudo que atrai medo, a maldição é bem real. - Sua mão sinalizou em descaso, como se a besta em questão não fosse uma das mais poderosas já catalogadas.

- Uma mulher que se transforma em raposa para confundir os homens, é, eu me lembro de algo assim. - Satoru podia ver sua energia se acumulando, deixando-a pronta para lutar. Seus olhos negros procuraram pelos dele com o mesmo profissionalismo que havia o impressionado mais cedo. - Você tem que encontrar Utahime e Kenny, talvez eles ainda estejam vivos e meu controle de maldição reversa é terrível para poder ajudar.

Sua cabeça assentiu em concordância, embora sua feição se fechasse em desagrado. Já que estava ali, preferia se envolver na briga desde cedo, mas também sabia que seus dons seriam melhor utilizados em outros aspectos. Não era algo que concordaria em fazer se a circunstância fosse outra, porém era Kioku quem estava consigo e ela se sairia muito bem pelo tempo até que pudesse se juntar a ela.

- Te vejo em um minuto.

Suas mãos se chocaram em um high-five pouco entusiasmado e Gojo desapareceu antes que pudesse ver o inicio de sua estratégia. O teleporte dessa vez o levou até o topo da cortina, de onde podia ter uma visão geral do caos lá em baixo. Haviam pessoas tentando se esconder, outras tentando fugir, algumas morrendo pela fera ou pelos escombros de sua movimentação, assim como existiam janelas tentando controlar o pânico e guiar os sobreviventes para longe.

Voar era uma nova habilidade muito interessante que o portador dos seis olhos estava adorando explorar, mas ele optou por aproveitar esse talento e divagar sobre ele mais tarde, quando sua distribuição de tempo não determinava quem sobreviveria e quem não conseguiria resistir.

Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negroWhere stories live. Discover now