Quatro Vezes Você

Se ninguem pudesse te ver

Boa leitura!

4 - Se ninguém pudesse te ver

Regulus POV

Eu estava agitado, um pouco energético demais, e me sentindo uma desordem ao aparatar.

Havia me enchido de poção revigorante para conseguir ficar em pé, e curado os ferimentos de qualquer maneira.

Sentia medo.

Muito medo.

De uma forma que nunca senti em toda minha vida, mesmo quando estava fazendo algo errado. Mesmo quando estava perto dos meus pais.

O medo de agora, era medo de morrer. Medo de ser pego, descoberto, torturado.

E esse medo...

Ele era o segredo para me manter vivo e seguro.

Porque o medo é a chave da vida. Sem ele, não há riscos a serem assumidos. Não há causas para lutar.

O medo havia me levado por aquele caminho.

Não o medo de Voldemort, como sempre pensei que fosse o que sentia.

O medo que me movia, era o medo de perder eles.

Sirius.

Meu irmão mais velho.

E James.

O cara por quem eu havia me apaixonado na adolescência, partido o coração e me tornado provavelmente obcecado.

Quando James me atingiu agressivamente com suas verdades e acusações, me deixando partir, eu sabia o que aquilo significava.

Ele estava me deixando viver, então eu deveria fazer isso valer a pena.

E valeu.

Valeu quando descobri por Monstro o local escondido onde havia aquele medalhão.

O medalhão de Salazar, da minha casa, o medalhão amaldiçoado.

Havia planejado roubá-lo, e descobrir porque era tão importante para Voldemort a ponto de escondê-lo tão bem.

Em uma noite, passei horas diante de um espelho, tentando dizer o nome.

'Voldemort. Voldemort. Voldemort'

Precisei de varias tentativas para conseguir soar seguro ao dizer, afinal era o que as pessoas do lado bom faziam. Elas lutavam, e diziam o nome sem medo.

E eu queria ser alguém assim. Alguém como Sirius.

Alguém que James fosse querer por perto.

Tão logo tomei a decisão de lutar por mim, a primeira coisa que quis fazer foi procurar James. Ficar com ele. Dizer o que sentia. Dizer que havia feito tudo o que fiz porque achava que era o melhor.

Mas não havia me permitido tomar essa atitude, porque não era por James que eu lutava.

E enquanto eu sentisse que dependia da força dele, sabia que não o merecia de verdade.

Foi isso que ele me ensinou.

Que enquanto você fosse incompleto, enquanto não houvesse objetivos e força em si mesmo para travar as próprias batalhas, então você não merecia o amor.

O amor era para pessoas fortes.

E eu não poderia lhe procurar enquanto não fosse forte o suficiente por mim.

Eu quis.

Todos os dias.

Ele era meu primeiro pensamento ao acordar, e o último ao dormir.