Capítulo 29

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- Eu disse que eles foram chupar pau. - Tony fingi sussurrar, mas sua voz foi audível para toda a mesa. 

- Considerando a demora, possivelmente você está certo. - Joana complementa.  - Graças a vocês tivemos uma palestra sobre o ser bissexual e outros seres não héteros por Tony. 

- Me desculpe dar em cima dele, não sabia que estavam juntos. - A ruiva envia, o que eu imagino, ser seu olhar mais amável. 

- Não se preocupe, ele é bonitinho mesmo. - Joana ri de minha resposta. 

Até que a companhia delas se tornou um adendo interessante. Joana virou minha pessoa preferida dessa mesa, descobri que ela fazia marketing digital e estagiava numa grande empresa. Além de linda, inteligente, perspicaz a garota era engraçada. Se eu não fosse PatricksexualTaylor daríamos um casal muito legal. 

Tony realmente ficou com a loira e a ruiva arrumou um outro cara,  e com isso o desconhecido nos convidou para ir num lual que ocorria em uma praia não tão longe de onde estávamos. De novo, eu vou parar nas festas aleatórias, era uma destinação universal. 

-  Vocês estão a muito tempo juntos ? - Eu e Joana decidimos ficar sentados perto de umas rochas enquanto o resto dançava ou se desafiavam para ver quem consegue dançar passando por baixo da corda. 

- Não. Na verdade, é uma história meio longa. 

- Eu tenho tempo e estou curiosa sobre vocês dois, me conta. - Os olhos sedentos aumentam sutilmente, o suficiente para não parecer uma maluca. Joana tinha cara de quem poderia fazer parte do meu ciclo de amizades, por isso, decido conta-la tudo, desde Katy até agora. 

- Tadinha da sua ex, se eu fosse ela te odiaria. - Aceito a crítica, pois ela tinha um ponto. - Mas você foi sincero, sabe, descordo sobre o que ela disse de seus sentimentos. Eu vive três anos numa relação sem perceber que eu já não o amava mais. Isso acontece, e às vezes estamos tão acostumados com a outra pessoa, que se não aparecer ninguém e for uma relação estável, não há motivo para terminar. A gente nunca vê. 

- Vocês transavam ? - Joana revira os olhos. 

- Por que vocês homens acham que tudo é sobre sexo ? Mas sim, transávamos. Era normal, eu achava que o amava, até o sexo se tornou algo prático com ele, eu gozava e ai ? Não sentia nada além do que estava acostumada, era quase como estar dormente. 

Penso em suas palavras. Sexo com Katy era extremamente bom, eu não tinha porquê reclamar, no entanto, fico imaginando como seria com Patrick.  Se os seus beijos me deixam com uma estranha sensação de perda, qual tamanho do estrago seria ter relações sexuais com ele ? 

- Você está se imaginando transando com ele, né ? - Volto meus olhos para a garota bonita ao meu lado. 

- Seja como for, eu gosto dele, ele é legal. - Murmuro. 

- Sente falta de sua ex ? 

- Você sente do seu ? - Joana nega com um aceno rápido. 

- Achei que iria sofrer, duas semanas depois eu estava transando com meu colega do estágio e foi absolutamente tudo! A parte difícil foi me desvencilhar do que nós éramos, mas depois eu segui muito bem.

Volto olhar Patrick mais a frente, sorrindo e ajudando a loira - meu Deus eu não sei o nome dela - a passar pela corda sem cair. Ele era um cara muito bonito, a calça jeans largas sujas de areia, sua blusa azul clara persuadindo seu tom de pele; ele era perfeito. Acho que já era uma indicação que eu sentia atração por ele quando eu o reparava demais, como eu podia ser tão idiota. Eu nunca reparava nas pessoas e quando isso acontecia era pelo motivo de um: estar a fim dela, dois: provocar algo nela ou três: gostar de alguma peça que usavam e que, provavelmente, compraria igual. 

Com Patrick foram os três, isso era um sinal bem óbvio. 

O borbulhamento na minha barriga quando seus olhos se voltam em minha direção não parecia ser algo usual, eu nem me lembrava do que era essa sensação. Seu sorriso machucava aos poucos meu coração sensível e respiro aliviado quando ele desvia. 

- Qual o nome da sua amiga loira ? - Joana bufa e se levanta, me deixando sozinho. - É sério, eu não sei! 

Como se estivessem revezando lugares, Patrick caminha em minha direção. O observando flutuar até mim, como se fosse um dos deuses do olímpo asiático - isso fazia sentido ? - o cara era uma experiência. Com um sorriso gentil, se senta ao meu lado, bem mais próximo do que Joana estava.

- Não vai socializar ? - Me viro para ele, já que antes o motivo de olhar para o outro lado era ele. 

- Chupar seu pau sugou minha energia. - Sua reação básica as minhas falas desavergonhadas era sorrir envergonhado, porém, tentando disfarçar seu embaraço me respondendo logo em seguida. 

- Para com isso. - Ele era ridiculamente fofo bêbado e envergonhado. Toco sua nuca, não resistindo a sua aparência e o beijo. Nosso ritmo suave em acordo. Todo meu corpo agradecendo o contato, como se estivesse esperando por isso de novo. 

Nos afastamos o suficiente para poder reparar, mesmo sob as luzes artificias e baixas da praia, os detalhes que formavam sua face. 

- Lucca, não me olhe assim, por favor. - Patrick fecha os olhos, colando sua testa na minha. 

- O que foi agora ? Qual o jeito que te olho ? - Patrick abre seus olhos, cravo os meus nos deles esperando me afogar na escuridão. 

- Você está me olhando como se gostasse de mim. - Definitivamente eu não sei se amava ou odiava o que estava sentindo; era um misto dolorosos entre vergonha e encanto, um frio descendo através de minha pele. 

- Eu gosto de você. - Admito.

- Você está bêbado. 

- Você também. 

- Se continuar a me olhar assim em pouco tempo estará apaixonado por mim. - Murmura antes de me arrancar um selinho. 

- Você diz isso como se não quisesse. Seria bom já que você está caidinho por mim. - Rebato dando-lhe mais um selar. 

- Se eu disser que tem razão, vai acreditar ? 

- Não sei, me beija. - Patrick franze a testa. Seguro os dois lados de seu rosto, o aproximando de mim mais uma vez. - Me beije da forma como ser amado. 

Era impossível ver a pupila dele nessa luz rarefeita, mas algo em mim diz que o pequeno círculo expandiu domando todo o seu globo já escuro. Patrick leva alguns segundos, pensei em pergunta-lhe se disse algo errado, mas logo seus lábios estão nos meus. 

Não era normal meu coração acelerar no meio de um beijo, mas estava acontecendo. E a sensação era que em pouco eu explodiria com tamanha densidade que Patrick passava para mim através de sua boca. 

E foi o beijo mais intenso que já trocamos. 




Beije-me da forma como quer ser amado (EM BREVE NA AMAZON)Where stories live. Discover now