18. "Ocê não deve perdê tempo"

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Quando estava muito interessado, usava com frequência o sotaque de Yorkshire de um modo muito forte, embora em outras ocasiões tentasse modificá-lo, para que Mary pudesse melhor entender. Mas ela amava seu sotaque e vinha, verdadeiramente, tentando aprender a falá-lo sozinha. Falou um pouco, então, com aquele sotaque naquele momento.

− Sim, devemos! − disse ela. − Vou lhe dizê o que vamos fazê primeiro. − prosseguiu ela, e Dickon deu um largo sorriso, porque, quando a menininha tentava torcer a língua para falar com o sotaque de Yorkshire, isso o divertia muito. − Ele realmente gostô de ocê. Qué vê-lo e também qué vê Fuligem e Capitão. Quando voltá para casa para conversá com ele, sobre ocê ir vê-lo amanhã de manhã, levando essas criaturas consigo... e, então... em pouco tempo, quando mais folhas surgirem, e um ou dois botões aparecerem, vamos fazê-lo saí, e ocê deverá empurrá-lo em sua cadeira, e vamos trazê-lo aqui e lhe mostrar tudo.

Quando parou de falar, estava muito orgulhosa de si mesma.

Nunca tinha feito um longo discurso com o sotaque de Yorkshire antes e se saíra muito bem.

Ocê deve conversá com o Mestre Colin usando um pouco do sotaque de Yorshire como fez agora. − disse Dickon, dando um leve sorriso de satisfação. − Isso vai fazê-lo rir, e não há nada tão bom para uma pessoa doente quanto o riso. Mamãe diz que acredita que ficá dando umas boas risadas por meia hora, todas as manhãs, pode curá um camarada até da febre tifoide.

− Vou conversá com ele hoje mesmo, usando o sotaque de Yorkshire. − disse Mary, sorrindo satisfeita para si mesma.

O jardim tinha alcançado a época em que, todos os dias e todas as noites, parecia como se os magos estivessem passando por ele, desenhando com as varinhas o encanto da terra e dos ramos.

Era difícil ir embora e deixar tudo, particularmente, quando Noz roçava furtivamente seu vestido, e Casca descia pelo tronco da macieira sob a qual os meninos estavam sentados e ficava ali, olhando-a com olhos indagadores. Mas, voltou para casa e, quando se sentou perto da cama de Colin, ele começou a cheirar como Dickon fazia, embora não de um jeito tão experiente.

− Você cheira a flores e... e coisas frescas. − gritou ele muito alegremente. − Que cheiro é esse? É fresco quente e doce, tudo ao mesmo tempo.

− É o vento do pântano. − disse Mary. − O cheiro vem de sentá na grama, sob uma árvore, com Dickon, Capitão, Fuligem, Noz e Casca. É a primavera, tempo de ficá do lado de fora, e do sol quando tem seu cheiro mais forte.

Disse isso, usando um sotaque cerrado, e você não sabe o quão cerrado o dialeto de Yorshire pode parecer, até que se ouça alguém a usá-lo. Colin começou a rir.

− O que você está fazendo? − disse ele. − Nunca a ouvi falar assim antes. Que engraçado!

lhe mostrando um pouco do dialeto de Yorkshire. − respondeu Mary triunfantemente. − Não consigo falá de forma tão cerrada quanto Dickon e Martha, mas como ocê vê, posso uma pequena demonstração. Ocê não entende um pouco do dialeto de Yorkshire quando o ouve? E ocê é um garoto de Yorshire, nascido aqui! Eh! Eu me pergunto se ocê não tá envergonhado de seu rosto.

E, então, ela começou a rir também, e ambos riram, até que não pudessem parar, até que se formasse um eco no quarto, e a Sra. Medlock, abrindo a porta para entrar, recuasse para o corredor e ficasse ouvindo maravilhada.

− Bem, palavra de honra! − disse ela, usando bem largamente o sotaque de Yorkshire, porque não havia ninguém para ouvi-la. E estava tão espantada. Qualquer um que ouvisse gostaria daquilo! Qualquer um na terra teria pensado assim!

O jardim secreto (1911)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu