Capítulo 3

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Lis

Minha mãe já me deu seu famoso sermão de que a abandonei, que não tenho coragem de dar um telefonema para saber como está e por aí vai. Eu ligo todos os dias possíveis para meu pai que me fala como as coisas estão e pronto. Realmente eu não ligo para ela, pois não é todo dia que tenho paciência para seus ataques. E a Camille vai me pagar por ter me tirado da minha cama quentinha para aturar os sermões de carência da minha mãe. Per l'amor di Dio. Sou bem grandinha e sei me cuidar. Não preciso ficar na barra de sua saia para viver. 

Se dependesse dela nem faculdade eu faria e seria uma simples dona de casa — nada contra as donas de casa, na verdade, as admiro muito —, mas não é para mim. Eu quero ser independente, ou mais que isso. Quero viver a minha vida e não a de outra pessoa e, pela minha mãe, eu me casaria, teria filhos e viveria "O" felizes para sempre. Mas a vida já me ensinou que felizes para sempre só existe em filmes da Disney. Definitivamente, isso não é para mim. Depois de todo o seu discurso, ela foi para a cozinha cuidar dos detalhes do almoço com a Maria, que é a cozinheira da casa. Para minha mãe, tudo é um evento. Estamos todos reunidos em volta da piscina, depois de todos aqueles cumprimentos básicos: apertos de mão e beijos no rosto, exceto pelo Sebastian que foi todo galanteador para o lado de uma Camille toda boba. Essa coisa de cumprimentos eu amo, mas acho desnecessária quando se trata do amigo do meu irmão, que faço questão de nem lembrar o nome.

Oh, homem arrogante! Se acha "o cara" só porque é lindo, gostoso e... Que merda eu estou fazendo divagando sobre ele ser bonito ou não? Ele mal olha na minha direção, não que eu me importe com isso.

Sei muito pouco sobre ele, apenas que é o herdeiro dos vinhedos da família, os quais administra como ninguém e é muito bem reconhecido na sua área, com vários prêmios e tudo mais. Vejo na internet, pois meu irmão vai a alguns eventos com ele. Ah, me esqueci de um fato importante: além de tudo isso, ele ainda é um dos maiores conquistadores baratos da Itália. Isso mesmo. Vive saindo com uma mulher diferente a cada noite. Aí você me pergunta como sei disso? Simples. Ele sai com o Sebastian. E sei de tudo o que meu irmão apronta, porque não temos segredos um com o outro. Foi ele quem cuidou de mim no momento em que mais precisei de colo e me apoiou quando decidi sair de casa, por não aguentar mais os fricotes da nossa mãe. Sebastian e eu somos unha e carne e eu morreria sem ele.

Não pensem que estou encarando ele de propósito, mas, nesse momento, ele está usando somente uma bermuda que pende de um jeito bem sexy na sua cintura e mostra o seu tanquinho perfeito. O sol está banhando seu corpo bronzeado com músculos definidos, com aquela cara de mal. Rosto quadrado, com uma barba por fazer, olhar de um verde penetrante e fica meio que impossível não olhar e babar. Ele está conversando tranquilamente com meu pai e irmão no bar. É, eu estou babando e não vou negar. Ele é muito gato. Sou tirada de meus pensamentos nada lícitos quando a Camille praticamente grita do meu lado.

― Amiga, a baba está escorrendo. Você poderia disfarçar melhor. ― Ela começa a rir e só posso acompanhar.

― Isso é ridículo, eu sei. Mas você tem que concordar que ele é uma perdição. Idiota e arrogante, mas um gato. E, também, tem o fato agravante dessa baba toda: eu estou sem sexo tem um tempo. ― Caímos na gargalhada e acabamos chamando a atenção para nós duas, que estávamos deitadas na borda da piscina nos bronzeando. ― Olha só quem está babando agora. Acho que você está deixando alguém muito excitado com esse biquíni. Que nojo! ― Meu irmão não tira o olho dela e agora ela cora.

― Para com isso, você sabe muito bem que seu irmão mal me olha. Eu faço de tudo e não consigo chamar a atenção dele para mim ― fala fazendo bico e rimos com isso. ― É sério, pare de rir. Estou pensando em desistir dele e procurar quem me note. Na empresa tem um carinha que já me chamou para sair um monte de vezes e sempre recuso. Além de um novo cliente, que é um deus grego. ― Ela olha na direção do Sebastian e suspira e isso meio que me dói, pois sei que ele também gosta dela, mas não quer usá-la.

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