Os dois estavam acostumados com suas estranhezas e não reclamaram de precisarem voltar para o centro da cidade enquanto havia acabado de chegar de uma missão. Geto parecia precisar de mais tempo longe da escola e a garota sempre amou sua moradia, não foi nem mesmo preciso insistir.

Ele realmente não sabia porque estava tão ansioso com o evento. Essa sensação apenas o deixava em alerta desnecessariamente e o tornava ainda mais inconveniente, era esquisito. De alguma forma, o que mais queria era que tudo ocorresse perfeitamente e já não havia começado bem, logo precisava compensar a pequena falha.

Ou também podia-se considerar o fato de que não era a primeira vez que a necessidade de tomar uma iniciativa passava por sua mente. Tinha quase certeza que seus amigos não fariam isso, era provável que estivessem com medo de mudar a maneira em que o relacionamento funcionava e estragarem tudo, mas ele estava tentando manter essa verdade de que podiam fazer o que quer que quisessem, então não deveria se deixar impedir por algo tão bobo.

Aqueles dois eram as malditas constantes imutáveis de sua vida, nada lhe era mais inquestionável do que a permanência de ambos ao seu lado por toda a eternidade. Se queriam ir adiante e se tornar algo a mais, o que sabia que eles desejavam tanto quanto ele, nada ficaria em seus caminhos e estava pronto para dar o primeiro passo.

Uyara e Suguru serem a personificação do pecado também não ajudava em seu auto controle e motivação de começar corretamente. Havia essa convicção de que se comportaria como um adolescente transbordando tesão toda vez que pensasse em ambos se controlar seu corpo e emoções não fosse um requisito básico para lidarem com suas funções na sociedade.

Além disso, não havia dúvidas de que a personalidade provocativa conseguia ser tão ruim quanto.

Eles se ordenaram para um banho muito merecido que os livrasse dos resquícios das maldições que enfrentaram e começaram a se arrumarem porque não estavam exatamente adiantados. Nada de errado até ai, o teste de vontade começava em algo que deveria ser muito comum dado aos anos de convivência.

Kioku era bonita demais para precisar reforçar a própria aparência com maquiagem, ela usava o básico apenas por gosto e deixava que a função de transforma-la em uma verdadeira deusa ficasse com as mãos habilidosas de Satoru. Era isso o que ele estava fazendo agora, destacando o contorno de seus olhos, trazendo tons encantadores para a pele clara e dando mais cor aos lábios cheios.

Já haviam feito isso um milhão de vezes um com o outro, brincando, se reinventando e descobrindo como poderiam melhorar perfeições da criação. A diferença estava na sede em seu olhar. Na forma com que aquela boca instintivamente recebia a passagem do batom. Na maneira que o rosto dela se adaptava ao agarre de sua mão, como se o desse permissão e controle para quebra-lo quando bem quisesse.

Hormônios são uma bosta.

Além disso, por que diabos ele havia escolhido uma roupa substituta que deixava tanto daqueles peitos aparecendo? Nem era um decote tão grande, mas essa não era exatamente uma visão constante, uma vez que ela conseguia ser infernalmente discreta mesmo em trajes que deveriam mostrar alguma coisa e eles não se viam sem roupa desde que isso começou a ser estranho.

Talvez ela soubesse o que estava fazendo. Duvidava que outra pessoa a deixaria confortável se a encarasse com o olhar que ele não censurava em seu rosto, além de que a diabinha adorava reservar esses pequenos detalhes para a apreciação sua exclusiva, como se gostasse exibir uma pequena amostra do que poderia estar aproveitando se fosse corajoso o suficiente para se abaixar um pouco e iniciar sua reivindicação com um beijo.

Oh. Uma pequena falha de reflexão desvirtuada pela distração que era a mulher a sua frente. Não era a intenção dela estar em um traje que facilitasse para provoca-lo e existia sim outro alguém não causaria repulsa pela clara cobiça. O mesmo ser vivo que estava em seu banheiro agora e que era a parte em falta para que a coragem surgisse. A razão pela qual Kioku não o agarrava pela camisa e o tomava para si.

Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negroWhere stories live. Discover now