.as consequências que lutem

284 28 16
                                    


— 'Samu, papo reto aqui 'ó, aproveitando que a nossa mãe 'tá viajando, eu tenho uma visita...

— E o que isso significa? – lhe cortou, encarando-o com uma expressão tediosa.

— Significa que eu não quero nem ver a sua cara hoje à noite – sorriu, sabendo que aquilo o deixava mais irritado.

— Huh? – sua expressão de descrença fora hilária para o outro, que começou a rir. – Por que toda vez que você arranja alguém para transar, tem que ser aqui em casa e, pior, no quarto que também é meu? E por que sempre quem paga por isso sou eu? – perguntou, se referindo a todas as outras vezes em que fora praticamente expulso pelo mesmo motivo.

— Porque isso aqui é uma monarquia e a rainha sou eu. – falara enquanto empurrava Osamu para fora de casa. – Agora vai lá pra casa do Suna e vê se toma vergonha na cara e pede ele em namoro logo, obrigado, de nada. – acenava em um tchauzinho para seu gêmeo, vendo a carranca no rosto do mesmo apenas aumentar.

— Nem pense em se olhar no espelho então, já que não quer ver a minha cara, otário. – mostrara o dedo do meio antes de ir embora.

Uma vez que finalmente ficara sozinho em casa, Atsumu se jogou no sofá da sala, pensando porque diabos estava fazendo aquilo tudo, suspirou, colocando suas mãos no rosto. Havia realmente convidado Sakusa à sua casa com o intuito de transarem, se perguntava como podia ser tão idiota e, não seria uma surpresa se o moreno não aparecesse.

Dizia para o irmão tomar vergonha na cara e correr atrás de quem ele ama, mas quem deveria tomar vergonha na cara era ele mesmo. Gostava de Sakusa e se negava disso todas as vezes e, agora, gostaria de se enfiar em um buraco e só sair quando adquirisse coragem o suficiente para enfrentar aquilo.

Deixou, por um momento, de se culpar internamente pelos seus atos idiotas e tratou de dar uma arrumada na casa, principalmente em seu quarto, caso Kiyoomi resolvesse para sua felicidade, dar o ar da graça. Agora que já havia feito a merda de chamá-lo sem nem mesmo ter dito-lhe seus reais sentimentos, as consequências que lutem, não é mesmo?

(...)

Sakusa jazia parado em frente à residência do loiro irritante, vulgo Atsumu, há exatos cinco minutos, sem acreditar que tivera mesmo a audácia de comparecer àquele "encontro" idiota. Uma parte dentro de si lhe dizia que não era todo dia que a pessoa que você está apaixonado o convidava para a casa dela, claramente, com segundas intenções. Assim sendo, tratou de ignorar aquilo tudo e tocou a maldita campainha, querendo acabar com aquela situação o mais rápido possível, para então estar novamente no conforto de sua casa lendo um bom livro.

Não demorou nada para a porta ser aberta, revelando um Atsumu irritantemente lindo em suas roupas casuais e seus cabelos tingidos um tanto bagunçados, como se estivesse acabado de acordar, embora sua face não lhe desse indícios de que era realmente aquilo.

— Omi-Omi? Ora, mas eu achei que você não viria. – e lá estava aquele seu típico sorrisinho sarcástico.

— Sentindo minha falta, por acaso, Atsumu? – debochou, adentrando o local, observando rapidamente a decoração. — Casa bonita.

— Não mais que você. – o puxou para se sentar em seu colo no sofá. — E, pode apostar que eu estava, sim, sentindo a sua falta.

— Você se acha muito esperto, não é? – podia sentir a mão alheia adentrando sua camisa.

— Eu não me acho, eu sou. – tomou os lábios do outro num beijo luxurioso e apressado, suas mãos passeavam pelo corpo esbelto do moreno, querendo explorar cada vez mais, portanto, sendo impedido pelas infelizes vestes.

Se a situação de mais cedo já fora boa o suficiente para Kiyoomi; estar no colo do Miya, o beijando, certamente achava ser dez vezes melhor. Se separaram ofegantes e Atsumu fez questão de atacar o pescoço do garoto, distribuindo alguns beijos ali, subindo para a orelha e então mordiscando levemente o lóbulo, vendo-o se arrepiar com aquele simples ato.

— Hmmm, eu gostaria que nós resolvêssemos isso logo, não acha uma boa? – sua ereção já se fazia presente, apertando-lhe as vestes baixas, e podia ter certeza de que o moreno compartilhava da mesma situação. O viu menear a cabeça em afirmação e ambos se levantaram, o loiro o conduzindo rapidamente ao quarto em que dividia com o outro Miya.

Entrando no cômodo em questão, Sakusa se distraiu percebendo que o mesmo não era muito grande, nem muito pequeno, achando o suficiente para duas pessoas, no entanto, se Osamu ouvisse algo assim, reclamaria eternamente. Por uns segundos lembrou-se das inúmeras vezes em que o Miya de cabelos cinzentos reclamava sobre o irmão pegar suas coisas emprestadas e nunca devolver, além de deixar o quarto bagunçado mas, por incrível que pareça, no momento até mesmo o canto do gêmeo loiro estava devidamente arrumado.

Saira de seu breve transe e viu que o outro já havia se livrado de suas roupas, permanecendo apenas com uma box preta, tinha certeza de que seu rosto havia adquirido uma leve coloração vermelha depois de ter encarado ele e o volume já bem evidente ali. "Droga, isso lá é hora 'pra ter vergonha?" pensou, sentindo seu coração quase errar algumas batidas, até porque, agora que estava caindo a ficha de que estava prestes a ir para a cama com o cara que gostava há meses.

— Omi-Omi? Impressão minha ou você está com vergonha? – provocou, empurrando-o de leve para ele sentar-se na cama, em seguida se abaixando entre suas pernas, sorrindo malicioso.

Seus olhos se arregalaram um pouco ao notar o que Atsumu estava disposto a fazer, começando a suar frio e o coração a disparar mais forte e, seu nervosismo o alertando internamente.

Stay With MeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora