- Eu não posso, Gguk, tenho que ir. - afastou um pouco o rosto do marido, apenas o suficiente pra dar um selo casto em seus lábios. - E sobre Myunghee, não se preocupe, nossa filha te ama. Aproveite essa semana para tentar se aproximar e conversar com ela, entender seus motivos. Garanto que quando eu voltar, vocês estarão grudados e vão deixar o appa aqui de lado.

Jeongguk sorriu fraco, deu mais um rápido beijo em Jimin e o ajudou com as malas, podia ver que o taxista já estava impaciente. Depois de um "eu te amo" mudo, observou o carro levando seu marido para longe, e quando já não podia ver o veículo, suspirou triste e voltou para dentro de casa.

Suas mãos suavam, sentia-se nervoso como se estivesse indo brigar com um monstro, não passar um tempo sozinho com a própria filha. Fechou a porta atrás de si e procurou a menina pela sala, a encontrou no sofá rodeada de folhas de papel e lápis de cor, amava desenhar, assim como o pai.

- Myung? - timidamente se sentou ao lado da pequena, que o encarou por um instante e voltou a desenhar. - Está com fome?

Tudo o que a garota fez foi assentir, não deixando de pintar em nenhum momento. Jeongguk suspirou, se levantou e foi até a cozinha fazer algo para comerem. Estava quase na hora do almoço, então preparou uma refeição simples.

Já colocava os dois pratos na mesa quando ouviu um barulho alto vindo da sala. Largou-os sobre a pia e correu até o outro cômodo, se assustou quando viu sua filha sobre a estante da televisão, o vaso que enfeitava o local estava estraçalhado no chão. Myunghee estava com um olhar culpado, e ao mesmo tempo temeroso, não tinha muito contato com seu pai e tinha medo dele fazer algo contra ela, sem Jimin para defendê-la.

Podia ser um pensamento equivocado, mas não podia parar de pensar nos monstros que apareciam nos desenhos que assistia, esses que faziam mal quando não havia ninguém por perto. Não que achasse seu pai um monstro, apenas não tinha tanta confiança nele como tinha em Jimin.

Jeongguk suspirou novamente, teria que dar uma pequena bronca na menina, mas tinha medo de que isso fizesse com que ela se afastasse ainda mais. Passou a mão pelo cabelo e andou lentamente na direção da menor, a tirou da estante e colocou delicadamente no chão.

- Filha... o que você estava fazendo ali? - se agachou para ficar na altura da pequena, falando baixinho e calmo.

- Eu queria pegar o Chanz. - apontou para o ursinho de pelúcia que estava no alto do móvel. - Mas bati meu pé no vaso e ele caiu.

Jeongguk se levantou e pegou o ursinho no alto, deu algumas batidinhas para tirar a poeira e entregou para a filha. Esperava algum tipo de agradecimento ou um pedido de desculpas pelo vaso, mas nada veio. Myunghee apenas lhe virou as costas e voltou para o sofá.

Voltou para a cozinha, precisava terminar de fazer o almoço e não seria uma tristeza que já estava acostumado que o abalaria. Terminou rápido, a buscou na sala e almoçaram em silêncio.

O primeiro dia sem Jimin não fora fácil. Além do incidente do vaso, Jeongguk precisou correr para tirar a filha de encrencas diversas vezes, como quando a criança quase se enfiou no vaso sanitário ou quis a todo custo mexer no fogão sozinha enquanto seu pai falava ao telefone. A noite depois de ter a certeza que a menor dormia bem e agasalhada, Jeongguk apenas se jogou em sua cama e dormiu de qualquer jeito.

O canto de alguns pássaros davam bom dia, o sol brilhava do lado de fora e uma certa garotinha acordava silenciosamente. Ainda não sabia ver as horas, mas acreditava que estava cedo, já que não ouviu nenhum barulho que mostrasse que Jeongguk estivesse acordado.

Ah, seu pai, gostava tanto dele. Mesmo que apenas aprontasse na maioria do tempo que estivesse com ele, o amava tanto quanto amava Jimin. Em sua cabeça de seis anos de idade, o Jeon era um concorrente para ganhar a atenção do Park, a pequena pensava que seu appa ficaria triste se ela começasse a demonstrar tanto carinho pelo outro, como se estivesse sendo trocado. Foi então que decidiu ter uma espécie de rixa com Jeongguk, onde apenas ela sabia o motivo e o objetivo de tudo que fazia. Não podia deixar Jimin triste, isso jamais.

Precious ¦ pjm+jjkWhere stories live. Discover now