Ela nega. "Não vi, mas posso te ajudar a procurá-lo se quiser. Você parece precisar falar com ele urgentemente."

"Mais ou menos. Algumas coisas aconteceram ultimamente e eu ainda não falei com ele sobre isso."

"Ah."

"Eu, eu te conto mais tarde," digo a ela, quando seu rosto fica triste por um momento.

"Tudo bem."

"É que agora não é a hora certa. Você entende, não entende?"

"Sim, entendo. Não se preocupe." Seu rosto agora parece ter se alegrado mais, e fico feliz por ela compreender a situação, mesmo eu não precisando falar muito sobre isso.

Não quero que a taina pense que eu não confio nela, eu confio, mas é que eu nunca conversei sobre isso com ninguém, acho que tenho receio em falar para alguém sobre isso além do Victor.

O sinal toca e decido que tudo o que eu posso fazer agora é ir para a aula, já que não adiantaria eu ficar procurando por ele por horas se ele não estiver aqui.

Me despeço de taina e nós duas vamos para as nossas respectivas salas.

A primeira aula se passa quase mais devagar do que o final de semana, mas a segunda, por outro lado, acaba se tornando bem mais rápida do que a primeira. Não sei se é porque o conteúdo é bom ou se é porque toda hora alguém da diretoria entra na sala para dar algum aviso ou chamar algum aluno para fora da sala.

Não sei direito o que aconteceu, mas aparentemente alguém invadiu a escola no final de semana e estão procurando pelo culpado. Sabem que é um aluno porque as paredes da quadra estão todas pichadas e mostram que claramente é alguém que estuda aqui. Mas como não é a escola toda que tem câmeras, ainda não sabem quantas pessoas invadiram e como.

Logo no final da aula, uma outra batida na porta novamente atrapalha a aula e faz o professor parar com as suas explicações.

"Sim?" Pergunta o professor Dosh, abaixando os óculos levemente em seu grande nariz e encarando a porta.

A porta se abre um pouco mais e me permite ver quem estava lá, causando um sentimento forte que corre pelo meu corpo inteiro instantaneamente.

"Com licença. Me desculpe, senhor," diz Victor, que continua segurando a porta sem entrar na sala. "Não queria atrapalhar a sua aula, mas me mandaram aqui chamar uma aluna."

"Quem te mandou aqui?" Pergunta o professor, desconfiado.

"A moça da diretoria, eu... não sei o nome dela."

"A senhorita Josie?"

Victor pensa por um instante. "Sim, sim, deve ser."

Ele abre um pouco mais a porta, descansando o peso do seu corpo na maçaneta.

"E quem você veio chamar?"

Victor olha para os alunos, procurando por alguém... por mim. Quando seus olhos se encontram, um sorriso aparece escondido no canto dos seus lábios.

"Bárbara Lush," diz, voltando o olhar ao professor.

"E é sobre..."

"Sim, sobre as pichações," ele completa. E ao ver que o professor continuou pensativo, diz: "Me disseram que era urgente. O senhor pode libera-la pelo resto da aula?"

A turma começa a cochichar sem parar, se perguntando se fomos nós que invadimos a escola no final de semana.

Ao menos se eu pudesse sair de casa...

O professor nos fita por alguns segundos antes de finalmente me liberar para sair da sala.

"Tudo bem, pode ir, Sra. Lush, ele fala, impaciente. "Mas vá em silêncio, e parem de atrapalhar a minha aula"

Em silêncio, como ele pediu, pego meus materiais e me retiro da sala de aula rapidamente.

Quando fecho a porta da sala e me encontro sozinha no corredor com Victor, me jogo em seus braços e lhe dou um abraço forte, que acompanham beijos em todo o seu rosto

Sei que ficamos sem nos ver por apenas dois dias, mas considerando o que está acontecendo agora, pareceu uma eternidade.

"Nossa, Victor, não aguentava mais ficar sem te ver. Meus pais tiraram meu celular de mim, não queriam que eu conversasse com você," digo, apoiando minha cabeça no seu ombro.

"Bem que eu imaginei," responde. "As coisas lá em casa não estão tão diferentes. Meu pai nunca esteve com um humor tão horrível desde
que..."

Algo que passa pela sua mente o impede de terminar a sua frase, e como eu imaginei que tinha alguma coisa relacionada a sua mãe, decidi mudar logo de assunto, pois sei como ele não fica confortável quando sua mãe vem a sua mente, mesmo que nunca tenha me falado muito sobre ela.

"E então, nós realmente temos que ir para a diretoria?" Pergunto. "Acham que somos nós?"

"Não, não temos, só disse aquilo para te tirar daquela sala." Victor passa a mão pelo meu rosto e segura a minha mão, já me puxando para começar a andar pelo corredor. "Vamos sair daqui, não estou suportando este lugar. Não se importa em faltar o resto do dia, se importa?

"Também não estou suportando este lugar," concordo com ele.

"Ótimo,"

Victor e eu damos passos apressados pela escola, praticante correndo até chegar ao estacionamento, e assim, no carro.

Nas horas seguintes, damos voltas na cidade até a hora de almoçar chegar. Tento não falar sobre os problemas que estão ao nosso redor ultimamente, porque ficamos dias longos sem nos ver para falar apenas de coisas ruins quando nos reencontrássemos.

Como vamos passarão resto do dia juntos, espero para falar disso com ele mais tarde, quando a saudade que nós estávamos um do outro já estiver saciada, mas isso nunca acontece por completo.

O sorriso que desaparecera durante os últimos dias agora estava completo no meu rosto, e acabei me esquecendo de praticamente tudo.

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Eai, voltei vou postar mais uns 4 caps... reta final galeraa

Obs: não vai mais ter, aconteceu um bagulho aqui tô 0 foco

𝙳𝚒𝚐𝚊 𝙼𝚎𝚞 𝙽𝚘𝚖𝚎┊ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᶜ̧ᵃᵒ ᵇᵃᵇⁱᶜᵗᵒʳ ♡Where stories live. Discover now