Capítulo 16. Tentando ficar bem

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— Você sabe mais do que eu que é muito complicado não desistir. Você já conheceu muitos depressivos. Eu agradeço por muitos continuarem lutando minha filha, mas, Luana já não devia ter mais esperanças, infelizmente. E nem é questão de coragem em se matar, ela simplesmente nem deve ter pensado direito, só quis acabar com tudo.

Eu o abraço chorando, ele me abraça de volta. Eu digo:

— Eu já sinto tanta falta dela, ela disse que não ia desistir. Ela às vezes parecia tão bem, achei que ela estava ficando melhor da doença. Ela não precisava esconder de mim a dor dela. Eu deveria ter conseguido ajudá-la.

— Antes de alguém ajudá-la, ela tem que se ajudar. Se ela não conseguiu mais se ajudar ninguém mais conseguiria ajudá-la. Ela também precisava aceitar ajuda. — Papai para de me abraçar e diz: — Querida, não se culpe ok? Você tentou salvá-la. Você fez sua parte de ótima amiga e tenho certeza que ela admira isso em você. Eu admiro isso em você.

— Eu te amo tanto, papai. — Eu o abraço e ele me abraça de volta. Chorando eu digo: — Espero nunca desistir da vida, espero conseguir sair novamente de qualquer sofrimento e espero que Luana fique em paz. Que o nosso pai do céu a perdoe, ela tentou de tudo não desistir.

— Eu também espero que no final desse mundo fique tudo bem com ela. Que fique tudo bem com nós todos.

Depois de minutos chorando abraçada com meu papai

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Depois de minutos chorando abraçada com meu papai. Ele me ajuda a arrumar o quarto. Desligo o meu computador.

Depois meu pai me leva pra fazer uma tatuagem. Ele sabe que eu preciso fazer tatuagem pra não me cortar. Fiz uma que o Nicolas me levou e já estou precisando fazer outra. Não sei se sempre vou ter dinheiro para as tatuagens. Espero que o pensamento de me cortar pare antes que venha o pensamento de querer me matar.

Eu disse que fazer tatuagem não me ajuda. Mas, não me ajuda no sentindo que quando um problema surge, depois vem outro problema e eu fico com vontade de me cortar. Então os problemas sempre vem. A tatuagem só me ajuda por um momento. E sei que um dia preciso parar de me tatuar, pois, também me causa dor. Eu quero resolver meus problemas sem sofrer.

Eu peço para o tatuador escrever as letras L, A e S e a palavra Guerreiras.
Iniciais do nome de L de Luana, do A de Anna e o meu, S de Suellen.

Mesmo Luana ter desistido, ela também era uma guerreira, pois, ela lutou até onde conseguiu. Somos todas guerreiras nesse mundo cruel.

Então depois da tatuagem pronta, eu apareço em casa.

Eu e meu papai ficamos tomando sorvete de chocolate. Depois ele coloca o CD dos eternos cantores Mamonas Assassinas. Meu papai é fã deles.

E então ele pega o controle e finge está cantando a música. Então eu fico dançando jogando meus cabelos para o lado e para o outro, ao ritmo da música.

Depois eu paro de dançar e acabo chorando, volto a lembrar de Luana. Eu digo:

— Desculpa papai, me lembrei de Luana. Ainda estou tentando superar que ela se foi.

— Está muito cedo querida. Quando ter vontade de chorar, pode chorar. — Papai disse. — Mas, depois tente sorri, tente se lembrar dos momentos alegres com Luana.

Eu o abraço, ele me abraça de volta.

Então papai me carrega com a mão embaixo dos meus joelhos e a outra mão ao redor das minhas costas. E com o controle ele coloca pausa na música dos cantores Mamonas Assassinas.

Papai junto comigo aparece no meu quarto. Ele me coloca na cama e beija minha testa, ele diz:

— Descanse. Obrigado por ter tentado se alegrar hoje.

— Obrigada por está comigo, sempre.

Papai sorri.

Meu celular toca e então meu papai pega em cima da mesa do meu computador e atende.
Ele para de sorri e diz:

— Oi, Nicolas... Sim, Suellen está bem. E como você está? Luana também era sua amiga... Vai ficar bem sim... Há, ok. Obrigado por avisar... Até mais.

Papai desliga o meu celular e coloca de volta na mesinha.
Ele me olha e diz:

— Nicolas pediu pra avisar o hospital que Anna está. Ela tinha desmaiado por causa de Luana, se você depois quiser ir visitá-la.

— Vou descansar um pouco e quero sim visitá-la. Precisamos ficar juntas nesse momento.

— Com certeza. Espero que tenha lindos sonhos, minha gigante.

— Obrigada papai, eu também espero.

Papai sai do quarto.

Eu volto a chorar.

Afetadas pela dor Where stories live. Discover now