Capítulo 22

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- Ela vomitou tanto, foi muito constrangedor. Queria que você estivesse lá, iria ser mil vezes mais divertido se você fosse comigo. - Katy faz seu famoso beicinho; sorrio achando encantador. 

- Essas crianças ricas não temem nada, é sério, bizarro. -  Conversávamos razoavelmente, nada como antes, mas não o suficiente para parecer que nossa relação parecia a mesma. Não vou mentir, eu não senti tanta falta conforme achei que sentiria, no entanto, estando com ela agora, me causa uma sensação de que eu estava fazendo algo errado. 

- Você tem razão, não tememos. Se batermos o carro, podemos ganhar outro. - Seus olhos se tornam brincalhões. - Se perdemos nosso namorado, arrumamos outro. Mas isso não vale apenas para crianças ricas, né ?

- Isso é um indireta direta? Está com raiva de mim ? - Conhecia Katy bem o suficiente para ver que ela não se encontrava nos melhores de seus dias. 

- Na verdade, sim. - Um semblante triste, ao mesmo tempo, impaciente repousa em sua expressão.  - É estranho para mim Lucca, você era uma grande parte da minha vida e não ter você está me deixando irritada. E puta! Porque parece que você nem ao menos sente a minha falta. 

- Eu sinto. - Tomo um gole de meu suco logo após, não era mentira, mas também não sentia como inteira verdade. Como posso dizer a ela que quando não estava no serviço, estar em casa era praticamente me distrair com Patrick. 

- K. - Murmura. 

- Não faz 'k' para mim, isso é rude Kateryne! - Alerto com um espanto forçado, o que a leva revirar os olhos. 

- Você também é muito injusto, sabia disso ? - Franzo a testa sem entender seu ponto. - Fala sério Lucca, você pode transar com ele e eu nem ao menos tive a oportunidade. O que isso diz de você ?

Levanto meus ombros. A ideia de Katy dormir com Patrick não era algo que eu goste de imaginar, apesar de ter a imagem dos dois seja algo seriamente atrativa. Não me espanto quando noto que meu nível de possessividade estava pendendo para o lado de Taylor e não do dela. O que isso dizia de mim ? 

- Hipocrisia é inerente a condição humana. Eu só vivo. - Assumo, encarando bem o rosto da garota que eu achei que amava com todo o meu coração até um mês atrás. Como posso mudar tão rápido ? Será que eu estava me enganando diante de uma atração forte o suficiente para me confundir ?

- Desculpa, estou jogando em cima de você minhas frustações. Eu disse que esse tempo seria para você se entender e tudo mais. - Katy grunhe, apoiando o queixo em sua mão.  -  Não quer ir na minha psicóloga ? Ela pode te ajudar a passar por isso mais rápido. - Sorrio enquanto dreno todo o líquido de meu copo. 

- Me desculpe Katy, eu não sou como você, eu não sei dividir as coisas, o que posso fazer ? 

- Lucca, eu não acredito que você finja seus sentimentos, você é péssimo nisso, como pode querer terminar comigo assim, tão rápido ? Eu me enganei no trajeto de nosso namoro e você não me amava tanto quanto eu imaginei e retribui ? - Katy toca sua testa, consegui ver o momento em que seus olhos se encheram de água.  - Eu pensei que eu iria conseguir deixar você viver e sei lá, foder Patrick Taylor, mas eu não quero. Que tal  iniciarmos uma relação aberta ?

- Não acho que eu sirva para isso. - Ela bate na mesa.

- Claro que serve, foi fácil ter o pau de Patrick Taylor na sua boca enquanto me chamava de sua namorada ? - Aquele foi um golpe certeiro. Faço uma anotação mental de que eu nunca tive o pau de Patrick Taylor na minha boca. 

- Você também está sendo hipócrita. 

- Claro que estou, a hipocrisia é inerente a condição humana. Eu só vivo. - Um sorrisinho sarcástico nos seus lábios foi o suficiente para perceber que estávamos tendo nossa oficial briga pós termino, se é que terminamos. - Eu não quero te perder, ok ? 

- Eu também não quero te perder. - Me levanto indo me sentar a seu lado. Katy apoia sua cabeça em meu peito, seguro suas mãos nas minhas.  - Mas eu tenho que ser sincero com você Katy, eu te amo, mas eu não acho que seja tão forte quanto antes, porque não cabe na minha cabeça eu conseguir sentir atração a ponto de deixar outra pessoa me tocar e ainda ter você, eu não sei. E, talvez, devêssemos ser apenas amigos por um tempo. 

- Lucca atração acontece, eu te disse, você é capaz de amar mais de uma pessoa e sentir atração por várias. Porque não criamos um arranjo, eu posso te dividir por um tempo com Patrick, só um tempo, até você perceber que isso não vai longe. 

Ela se vira para mim, odiava ver seus olhos verdes brilhosos vermelhos e tristes. A tristeza não combinava com Katy. 

- Que tal você vir morar comigo ? 

- Você me disse que odiaria dividir seu espaço. - Retomo sua fala de anos atrás. 

- Eu posso abdicar e aprender a viver com outra pessoa, além disso, como você vai superar essa coisa com Patrick se vocês moram na mesma casa ? Fala sério Lucca, pensando bem, fora daquela casa você e ele nem se falavam, nem ao menos eram amigos há pelo menos meses atrás. 

Penso a respeito. Uma coisa ela tinha razão, eu e Patrick não nos falávamos com tanta frequência até meses atrás, mas não quer dizer que eu já não o notava, atração independe de amizades. Porém, sair de casa seria uma alternativa válida para me afastar dele, o problema, enquanto lia cada sentimentos expostos nos olhos de Katy, era que eu não queria me afastar de Patrick. 

- Você disse que me daria tempo...

- Estou me contradizendo. - Afirma levando sua mão ao meu rosto. - Amor, sempre foi eu e você, independente das merdas que eu fazia, você ainda me ama Lucca, faz isso por mim. Sai de lá, você me disse que queria morar comigo, certo ? 

Aceno. Pois eu disse, um ano atrás. 

- Vem cá. - Sinto seus lábios encostarem nos meus, eu conhecia seu gosto, seus gestos, sua respiração, seus toques; tudo nela tinha sua marca em mim. Me permito beija-la, parecia décadas ao invés de algumas semanas sem ela. Por mais que eu esteja entendendo meus sentimentos, não posso negar que ter Katy em meus braços ainda me excitava. No entanto, eu não sinto muita coisa além disso. - Passa a noite comigo ? Sem pressão ? 

Meu corpo sabia lidar com ela perfeitamente. Seus beijos avançam sem vergonha de estarmos em público, quando enfio meus dedos em seu emaranhado de cabelo, desisto de tentar pensar sobre o que sentia. 

Beije-me da forma como quer ser amado (EM BREVE NA AMAZON)Where stories live. Discover now