22- USATO (Usado)

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- Stronzo!

- Até você? Que maravilha! Meu primo também é um traíra.

- Seu idiota, não percebeu que na mesma noite brigou com a sua esposa e com o seu melhor amigo?

- É, eu percebi. Mas que culpa tenho eu? Fratello, sabes o quanto odeio ser controlado pelos outros. Não sabe, Guero?

- Sei, Piero. Eu sei! Porém... você nem escutou o que Lucrézia tinha a pedir.

- Está defendendo ela? - Ri sem humor. - Minha esposa é muito mais ardilosa do que você imagina.

- Não consigo vê-la desse jeito, ainda mais depois do estado que a encontrei, o estado que você a deixou. - Ralhou.

- Espera aí, você viu a minha mulher pelada?

Guero assentiu e eu não segurei, dei um soco moderado no seu ombro.

- Porra, Piero! - Ele levou a mão até o ombro atingido e fez uma careta de dor.

- Não quero que olhe para ela, entendeu? - Lancei um olhar feroz.

- Mava! Deixe de ser ridículo! Lucrézia é uma menina e eu gosto de mulheres, tipo a prima dela, ou você esqueceu?

- Hum... Eu corto seu pau fora se vir a minha esposa sem roupa de novo.

- Va bene...va bene! - Ele pegou um copo e adicionou um martini e se acomodou no sofazinho que ficava por ali.

Depois de me servi mais um drink, sentei na minha poltrona, tendo visão ampla e privilegiada de todo o recinto. Contudo, ainda fiquei matutando. O que Guero quis dizer?

- Psiu! O que quis dizer quando disse que nem ouvi o que Lucrézia tinha a pedir?

- Eu não sei ao certo. Só desconfio do que seja...

- E o que seria?

- Nessa última semana, enquanto você estava ocupado com os negócios e me deixou de babá, vi Lucrézia definhar dia após dia. Cada dia que passava, ela parecia mais triste. No começo eu achei que era a falta da família, de Matteo ou sei lá...

- Mas? Tem um mas não é?

- Se me deixasse continuar. - Revirou os olhos.

- Depressa!

- Acho que tem a ver com a irmã dela, Graziela, se não me engano.

- Ok, se ela estava com saudades da irmã, por que caralhos não a levou para vê-la? - Perguntei como se fosse óbvio, afinal era.

- Eu levei, aliás, umas 3 vezes. Só que em nenhuma das vezes deixaram que Lucrézia chegasse perto da bambina.

- Quem não deixou? Vou mandar matar o infeliz que fez minha mulher ficar triste. - Saborei meu whisky, até o momento sem nenhuma preocupação em mente. E a raiva que estava sentindo de Lucrézia começou a cessar.

- O pai, Saveiro D' Ângelo. Ele é repugnante.

- Calma, que? Não estou entendendo.

- Meu amigo, a fama desse tal Saveiro não é nada boa. Já ouvi boatos sobre ele que fazem qualquer um da máfia ficar enojado.

- Deve ser exagero do povo.

- Não, Piero. Você não tá entendendo. O D' Ângelo é um crápula nível seu pai.

Quase me engasguei quando Guero fez a comparação. Meu pai era sem dúvidas a pior pessoa que eu já conheci na vida e Guero sabia muito bem disso. Meu primo não faria tal menção se não fosse sério.

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia) - 01 [Danatto Sangue]Where stories live. Discover now