— Você não gostou de me beijar? — a voz soou fragilizada. A pergunta parecia vinda de uma criança, principalmente perante a aura inocente ostentada pelo Kim. Jeongguk foi pego de surpresa, mais uma vez, pelo questionamento. — Desculpa. Eu posso melhorar, se você deixar. Dizem que a prática costuma ajudar.

Sentiu-se um estúpido ao finalmente entender o porquê da preocupação desnecessária. Essa era provavelmente a primeira experiência de Taehyung. Fora seu primeiro beijo. Sua mente ingênua deveria estar cercada por perguntas totalmente opostas às do Jeon. Não queria deixá-lo ainda mais confuso.

— Não, não é isso — fez questão de eliminar a possibilidade. Estava sendo sincero. — Muito pelo contrário.

Suas bochechas coraram levemente. Taehyung sorriu sem graça, parecia sem jeito diante do elogio indireto. Sua língua passou por entre os lábios, em reflexo, umedecendo-os.

— Qual o problema, então? — perguntou com um tom menos preocupado.

— Não é certo — Jeongguk tentou explicar.

— Por que somos garotos? — disparou.

Sua mente ricocheteava em conflito com os próprios desejos. O sol incidia sobre a cama no momento, deixando a pele do mais velho em um tom quase dourado.

— Não. Porque interfere na ética profissional.

Sentiu-se estranho ao pronunciar tal explicação. Parecia incorreto, mas não por implicar com seus princípios e, sim, porque cada poro do seu corpo contradizia tal afirmação.

— Você sabe que não somos mero fisioterapeuta e paciente — Taehyung disse com desdém. — Eu sempre acreditei que o importante é aquilo que sentimos... Qual é a ética do seu coração?

O questionamento foi retórico, Jeongguk sabia, mas não deixou de refletir sobre uma resposta. Seu coração, no momento, com certeza clamava por algo diferente. Cada pulsação sua queria findar o espaço entre ambos novamente. Seus olhos analisavam cada detalhe do rosto do mais velho. Sua mão parecia atraída pela pele macia. Queria sentir o borbulhar gostoso em seu corpo novamente.

Resolveu ouvir o que Taehyung dizia. No fundo, não era tão errado assim. Ele estava ali informalmente, não era um trabalho de fato. Não feriria seu profissionalismo de verdade, certo? O sorriso quadrado que o Kim abriu ao observar sua expressão conflituosa eliminou qualquer dúvida que pudesse ter restado.

— O que acha de me ajudar a exercitar os lábios? — Taehyung perguntou com o tom divertido de volta.

O fisioterapeuta soltou uma risada ao ouvir a proposta. Não perdeu, no entanto, a chance de provocar um pouco o menino sob si.

— Só se usar seu braços para aproximar nossos rostos. Sabe, estou muito cansado... — fez charme.

Um muxoxo escapou de Taehyung.

— Mas eu estou cansado também. Meus braços já estão fracos.

Jeongguk se inclinou, aproximando os rostos. Encostou os lábios na bochecha do menino. Não iria ceder tão facilmente. Sem saber o porquê exatamente, depositou vários selares carinhosos na região. Não precisava de um motivo, apenas sentia a necessidade de beijá-lo ali, deixar manifestações de apreço pelo rosto do mais velho. Além, é claro, de provocá-lo um pouco.

— Só um pouco mais, por favor. Force-os um pouco — ele sussurrou o pedido.

Sabia que o esforço poderia deixá-lo levemente dolorido, mas também ajudaria no ponto do tratamento em que estavam. Taehyung já havia avançado demais.

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