A chuva cai forte e pesada, pequenas gotas d'água tão frias quanto gelo que pareciam penetrar nos tecidos das roupas e congelar até os ossos. As nuvens que fechavam o céu deixava tudo com um filtro acinzentado, a água fazia a terra virar lama e tornava aquele um dia terrível para se estar do lado de fora, mas nada disso impedia o homem de estar ali, encarando as duas lápides de rocha simples
Han se sentia entorpecido e isso nada tinha haver com a chuva. Seus pais estão mortos, ambos sucumbindo pela mesma doença, provavelmente porque seu pai foi orgulhoso demais para pedir ajuda a algum vizinho para que fosse em uma cidade com um médico, depois de anos tentando fugir de qualquer coisa relacionada aos dois, de pesadelos e tormenta, eles se foram desse plano terreno e o deixaram sem saber como se sentir em relação a isso
— E depois ainda dizem que vaso ruim não quebra- a voz de Oonoki se faz presente enquanto o mesmo se aproxima em seu típico andar flutuante com seu cunhado segurando um guarda-chuva acima de sua cabeça- Mas vejam só, quebraram
— Não devemos falar mal dos mortos- Han repreendeu em um tom monótono, os ensinamentos de Lady Tsutako, a adorável médica anciã da vila, arraigados em seu ser
— Essa é uma bobagem que pessoas ruins inventaram para que não fossem difamadas após a morte- Oonoki replicou sem nem precisar pensar
— Você não deveria descartar tão levianamente essa crença, provavelmente vai ser a única coisa que impedirá que alguns falem mal do senhor após sua morte, Tsuchikage-sama- o mais novo disse, um pequeno sorriso repuxando em seus lábios
— Está passando muito tempo com Roshi, pirralho, está se tornando atrevido como ele- Oonoki reprovou com uma careta
— Sinto muito se passei dos limites- Han retrocedeu rapidamente, se sentindo envergonhado por sua audácia momentânea e então ficou confuso ao ouvir a gargalhada ruidosa do Kage
— Oonoki-sama, por favor, estamos em um funeral- Kitsuchi tentou lembrá-lo
— Um funeral onde apenas nós estamos presentes- ele descartou com um gesto de mão antes de se virar para o Jinchuuriki outra vez- É por coisas assim que é o meu favorito, Han
— E eu lhe sou grato por isso- Han garantiu, sua mente viajando por memórias do passado
"Dói. Tudo nele dói, alguns de seus ossos provavelmente estão quebrados e suas costas sangram de onde as chicotadas o cortaram. Ele está chorando, soluçando também, mas se obriga a continuar andando
Suas roupas finas o deixam tremendo no frio do inverno e pode ser que o sangue esteja congelando por seu corpo. Ele quer parar, descansar nem que seja um pouco, mas tem medo de não conseguir mais levantar caso o faça e seu pai vai alcança-lo, então ele continua
Han continua, até que um novo corte é feito em seu braço, dessa vez por uma kunai, e ele choraminga enquanto se vê de repente cercado por pessoas que lhe encaram com expressões assustadoras
— É uma criança, seus paspalhos, não ousem atacar outra vez- o mais baixinho deles diz com grande autoridade, dando com uma bengala na cabeça do mais próximo dos oito homens que estavam com ele
— Isso pode ser um jutsu de transformação, senhor- um outro tenta argumentar
— E você sente Chakra vindo dele, por acaso?!- o senhor revirou seus olhos
— Pode ser um membro de uma daquelas divisões infantis- foi um terceiro quem sugeriu- Elas estão cada vez mais populares
— E eu vou perguntar de novo: onde está o Chakra dele, imbecil?- era o senhor outra vez, exigindo uma resposta com gestos espalhafatosos e Han se encolheu ainda mais em si mesmo
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Kokuo
FanfictionHan é o Jinchuuriki do Kokuo, também conhecido no mundo humano como Gobi (Cinco Caudas), da Vila Oculta de Iwagakure. Vamos conhecer um pouco dele agora *Quarta da série de sete histórias "Jinchuurikis & Bijuus" *Fanfic da Linha do Tempo Original de...