Música indicada durante a leitura : "Katy Perry - The One That Got Away".
Hospitais sempre foram um de meus maiores medos, estar novamente em um era terrivelmente abominável, mas eu tinha a sensação de que precisava estar ali naquele momento, talvez ele precisasse de mim, é tão patético pensar isso mas por parte me sinto culpada, mas já aconteceu e não posso voltar no tempo para reparar um "pequeno" erro, meu olhar percorria a enorme sala de espera e então percebi que algumas me encaravam, outras estavam ajoelhadas implorando piedade a vida de seus queridos familiares, outras estavam ocupadas fazendo coisas diversas, mas aquelas pessoas me encaravam pelo sangue em minhas roupas ?
— O que foi Nunca mataram alguém na vida ? Todos pecam. - Uma moça acompanhada da filha a agarrou pelo pulso e saiu a arrastando rapidamente para fora do hospital.
Possivelmente a pior coisa que eu poderia fazer nesse momento são piadinhas de meu agrado, isso é tão tediante que nem tenho palavras para descrever, após alguns minutos um dos médicos responsáveis por Vincent vem a meu encontro.
— Senhorita Elizabeth Away ?
— Sim.
— Sou o doutor Keys, médico responsável pela cirurgia de Vincent.
— Cirurgia ? O que exatamente aconteceu com ele ?
— Ele tentou suicídio, com um tiro abaixo do peito.
— Suicídio ? - Minhas pernas falharam, você foi péssima Elizabeth, literalmente por sua culpa alguém tentou se suicidar, novamente.
— Sim, a arma que foi usada tinha as impressões digitais dele, a polícia disse que a uma carta foi o motivo, jovens e o amor são duas coisas que não combinam, infelizmente já ocorreram casos como esse aqui, mas seu amigo teve sorte, dupla sorte na verdade, a bala não o atingiu com tanta precisão e ele sobreviveu, bom de qualquer jeito eu vim aqui lhe dizer que já pode vê-lo.
— Ah, claro, qual o quarto ? - Sentia que iria chorar, mas me mantive firme.
— Quarto 32 A. - Foram suas últimas palavras antes de ser chamado para uma emergência em um caso de hemorragia, andar por aqueles enormes corredores me fizeram ter memórias que eu me forçava a esquecer, quando cheguei em frente ao quarto já havia desabado em lágrimas, minha ficha finalmente tinha caído, me sentei em frente ao quarto e chorei o quanto pude, minha mente mesmo em uma enorme confusão sabia que eu deveria ser forte e entrar naquele quarto e apenas encarar o que eu havia feito, então assim fiz após limpar as lágrimas que insistiam em cair e respirar fundo, entrei sem bater e pude ver o olhar de Vincent vidrado na janela, parecia pensar enquanto observava a chuva com um olhar vazio enquanto sussurrou para si mesmo tão baixo que quase não pude ouvir "Eu só quero sentir algo, me sinto tão vazio".
— Com licença. - E agora seu olhar vazio pairava sobre mim, o que se passava naquela mente sofrida ?
— Senhorita Away, bem vinda ao quarto do pânico.
— Já pedi para não me chamar assim senhor D'ountic. - Forcei um pequeno sorriso. - Mas estou curiosa.
— Perdão havia me esquecido mademoiselle, mas Elizabeth sendo curiosa novamente, não é algo que me surpreenda mais.
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Dear Mademoiselle.
Romance- Novamente eu me apaixonava pela idéia de que a morte não era ao todo ruim, sem ninguém, sem no que acreditar eu estava totalmente perdida na antiga Paris, será que uma garota como eu um dia teria algum motivo para querer insistir numa vida tão med...