Não havia mais graça nenhuma em se entreter com o grupo de fãs obsessivas, apenas ressalta-se que esse ponto foi lembrado porque algo diferente aconteceu naquele dia. Havia uma energia diferente no ar, não algo vindo de uma maldição como ele lidava as vezes, mas um suspiro de força como de outro feiticeiro jujutsu. A pessoa era claramente habilidosa em esconder sua presença, ou fraca demais para ter uma energia realmente significativa, o que o deixou curioso. Afinal, ele costumava ser atacado quando algo assim se aproximava.

Sua boca ficou seca por um desafio, sua primeira opção seria realmente encantadora. A tal ponto que se distraiu procurando pela fonte da ameaça e acabou com cinco garotas esfregando-se em si, com expressões de desculpa que não deveriam mostrar tanto desejo no rosto de pessoas tão novas. Embora as veteranas fossem ainda piores. Por que ele ainda se sujeitava a essas coisas mesmo?

Agora ele possuía cinco noivas, pelo visto, e elas não pareciam muito contentes com a existência de concorrência então começaram a brigar uma com as outras, o que gerou um pandemônio.

Satoru não teve nenhuma vergonha de sair dali furtivamente como se nada estivesse acontecendo. O sinal de inicio das aulas lhe pareceu muito conveniente. Principalmente por sentir a presença inimiga caminhando em um sentido semelhante ao seu.

Gojo cruzou um corredor, vendo sua sensei parada do lado de fora da porta da classe com uma garota, como se explicasse o funcionamento da escola e a preparasse para uma apresentação de primeiro dia. Seu maldito alvo era mais uma menina da sua idade. Ótimo. 

O desanimo fez seus ombros abaixarem. Ele ainda estava relativamente longe de onde deveria estar e despistar a multidão não era uma tarefa difícil se realmente tentasse, talvez ainda pudesse voltar para casa, aquilo tudo não importava muito de qualquer maneira.

Ou pelo menos não até que um cheiro familiar o atingiu. Seus olhos se arregalaram em surpresa, se estreitando logo depois em desconfiança. Suas pernas o levaram a se aproximar sem que percebesse.

Aquelas mechas cacheadas e castanhas com certeza lhe eram conhecidas, mas havia algo no corpo, na energia e em sua postura diferentes demais da ultima vez que a viu, meses antes.

- Ohayo*, Gojo-kun! - Entoou a professora, chamando a atenção de Uyara para si.

Satoru não se lembrava de qualquer outro momento em que viu a amiga daquela forma. O rosto delicado transmitindo sua tranquilidade trajando óculos tão escuros quanto os seus, cabelo arrumado como se ela houvesse finalmente reivindicando a verdadeira forma do ninho de pássaros em sua cabeça, uma maquiagem leve, a camiseta colada e a saia de uniforme, acompanhado de meia calça e bota.

Alguém havia abduzido sua amiga, porque aquilo definitivamente não era a criatura desleixada que conhecia.

Provavelmente ela havia notado a confusão de seu cérebro, nem precisava ler sua mente para isso, conhecendo-o como fazia, mas se dignou a apenas sorrir com doçura e se reverenciar em respeito.

- Essa é Kioku Uyara, intercambista brasileira. - Continuou a professora, como se ele se importasse com a existência dela ali. - A diretoria solicitou que, como exemplo de nossa instituição, a acompanhe em seu período introdutório. Principalmente até que ela se adapte ao básico de compreensão da língua.

Sua superior parecia fazer um esforço enorme para manter a compostura e lhe dirigir a ordem. Ele podia ver seus músculos travados de tensão e seus olhos estavam fechados demais em comparação a sua verdadeira demonstração socialização agradável. Sentiria pena se não fosse tão patético.

Sem mencionar que o restante de seus colegas de classe nem mesmo se aproximavam dali, como se ele estar parado perto da porta fosse motivo o suficiente para desrespeitarem o sinal de entrada.

Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negroTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon