O Milagre do Reencontro

Capítulo 63

No caminho para a casa de Muriel, Christopher passou em uma farmácia e comprou dois testes de gravidez. Pensou que era melhor assim, caso Muriel tentasse dizer que o resultado estava errado.

Enquanto dirigia, ficou pensando como seria sua vida caso Muriel estivesse grávida. Pagar a pensão era o de menos, pois isso ele faria sem problemas. Amar e cuidar da criança também seria tranquilo, já que isso seria algo natural para ele.

Apesar de tudo, não queria ter um filho fora do seu casamento. Queria casar-se com Dulce, ter filhos com ela e pronto. Formar apenas esta família.

Sempre fez questão de se cuidar quando saía com alguma mulher. Como algo poderia ter saído do seu controle.

- Bom, - ele disse para si mesmo. - Mas se ela estiver grávida mesmo, só resta aceitar e receber bem a criança.

Não queria ter um elo unido ele a Muriel, já que o relaciomento deles mal havia começado - ou pelo menos, não por parte dele.

Ficou se imaginando com um bebê nos braços e a ideia parecia boa. Lembrou dos filhos de Anahí e Poncho e como eles enchiam a casa de alegria simplesmente por estarem ali. Imaginou que seria bom ter crianças em casa... Porém, sendo filhos da Dulce.

Começou a imaginar Dulce grávida: ela em pé, de vestido, acariciando a barriga. Os olhos dela brilhavam na cena, pois ele sabia o quanto aquilo era importante para Dulce. Sua imaginação foi mais longe, conseguia ver Dulce sentada em uma poltrona, com um vestido azul estampado com flores, segurando um bebê, com uma manta rosa. Ao lado das duas, ele estaria - admirando os dois amores da sua vida. Era isso que queria para si.

Chegou na casa e respirou fundo para encarar a realidade. Tocou a campainha e não demorou muito para que Muriel atendesse.

- Ucker! - ela sorriu. - Até que enfim, hein? Achei que nunca viria em casa!

- A gente terminou aquele dia...

- Você terminou! Mas a gente ainda tinha muita coisa pra conversar! Entendo que naquele dia você ficou assustado vendo a minha família aqui. Porém, existem problemas maiores entre nós e precisamos conversar! - ela falava naturalmente.

Christopher estranhou o jeito de Muriel. Ela falava normalmente e não demonstrava nenhum tipo de raiva ou mágoa. Ela se afastou um pouco, abrindo mais a porta e dando passagem para ele.

- Entre, vamos conversar lá dentro!

Assim que entrou e passou em frente a Muriel, ela o abraçou, tentando dar um beijo em seu lábios, porém ele virou o rosto, fazendo com que ela desse o beijo em sua face.

- Não... - ele disse se afastando. - Eu vim apenas conversar e resolver o que precisa ser resolvido!

Ela deu um suspiro e o soltou de seus braços, fazendo com que ele caminhasse até o sofá. Muriel apenas fechou a porta e o acompanhou.

- Olha, Christopher! - Muriel disse, sentando-se ao seu lado. - Eu acho que nosso término foi muito repentino! A gente estava super bem e do nada você veio aqui e terminou!

- Nosso namoro foi repentino! - ele rebateu. - Nós estávamos nos conhecendo ainda!

- Claro que não! Nós já nos conhecíamos bem e começamos a namorar! Conversamos e você aceitou! Estávamos numa boa! Eu sei que o fato de eu ter chamado a minha família para te apresentar pode ter te assustado, mas não queria que você encarasse como um noivado ou coisa parecida! Só queria que eles te conhecessem!

- Eu não fiquei assustado com nada, Muriel... Eu tinha vindo aqui terminar, porque...

- Porque estava assustado com esse "namoro repentino", né? - ela disse lhe cortando. - Eu sei que isso fez você fugir. Só que não precisamos ir por esse caminho! Podemos fazer as coisas no seu tempo, aliás, menos o bebê né! - ela acariciou a barriga. - Porque isso já está feito.