Capítulo um - Tris

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Eu aceitei o abraço de minha mãe. Acabou. Ela disse que eu me saí bem. Mas o que aconteceu depois? Por que não me lembro?

Acordo em um lugar tão branco que os meus olhos se contraem agredidos pela luminosidade. Estou em uma cama branca, tenho tubos entrando por minha garganta, tudo ao meu redor é branco. Por um momento, penso que fui socorrida e estou em um hospital. É quando me deparo com minhas mãos amarradas à cama. A cama onde estou se encontra em uma sala de vidro e conforme os meus olhos se acostumam ao ambiente posso ver pessoas de branco andando do outro lado do vidro. Estou muito fraca, mas encontro alguma força e me debato da melhor maneira que posso. Não adianta muito, a não ser por ter chamado a atenção das pessoas lá fora que agora estão olhando com olhos arregalados para a sala onde me encontro. Dois homens se aproximam da sala como se já estivessem esperando o momento do meu acordar. O primeiro a entrar tem os olhos puxados como os olhos de Jack Kang, o líder da franqueza. O homem que entra em seguida me é familiar e minha cabeça dói muito quando tento lembrar de onde o conheço. Eu o vi no Departamento de Auxílio Genético, junto com zoe no dia em que Nita tentou entrar no Laboratório das armas. Ele tira os tubos que fazem minha garganta doer intensamente. A dor que sinto é muito real. O que está acontecendo? Eu estou viva como estava antes de entrar no laboratório das armas, ou viva de alguma outra maneira em algum outro lugar? Estou totalmente fraca. Nem mesmo consigo perguntar onde estou.

- Você não tem forças para falar por que faz três anos que você morreu. Suas cordas vocais estão se firmando. Logo você conseguirá falar.

Eu solto um grunhido na tentativa de gritar. Estou muito assustada. Parece que tudo que escutei foi que faz três anos que eu morri. Então eu estou morta mesmo? O que diabos está acontecendo?

- Você está na sede do Departamento Nacional de Auxílio Genético em Nova York, a atual capital dos Estados Unidos. John Collins, o nosso líder, mandou que a levássemos para um quarto de repouso para se alimentar e se recuperar.

- Ahn??? - eu solto mais um grunhido.

- Bem, certamente agora você não entenderá nada do que eu disse, mas logo tudo será esclarecido. E só para constar, você está viva. - ele fala com um sorriso simpático que se contradiz com as amarras em minhas mãos.

Tudo o que eu consigo pensar e sentir é que estou viva... esse homem disse que eu morri há três anos, mas também disse que estou viva. Minha mente é invadida por imagens de Tobias enquanto minha cabeça lateja em uma dor constante. Onde ele está? Será que ele me perdoou pela escolha que eu fiz, mesmo não querendo deixá-lo?

Olho para os rostos desconhecidos enquanto empurram a cama com rodas onde estou. Me esforço para enxergar melhor e vejo Zoe. Ela me cumprimenta com um sorriso preocupado, parece estar atordoada.

O que virá adiante?

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