xii

69 20 0
                                    


a gente passa pela vida com pressa, com sede do amanhã, do universo na palma da nossa mão. na nossa pequena e escorregadia mão. a gente quer passar naquele curso que parece estamos a décadas lá e nada. a gente aquela pessoa que passará na rua e todos irão reconhecer.
estar ocupado pensando com o amanhã é um peso tão ruim para as costas, e posso ser atrevida ao dizer que pode se igualar ao peso do mundo inteiro nas costas. carregar nossa alma já é difícil, but we have to take care of us, of our soul body mind.
o caminho ainda é longo, e nós, vulgo ansiosos demais, é um fardo ter que viver tudo intensamente ou nem tentar. mas tentar viver o amanhã, olhar pra ele vai mais além do que uma coluna boa. vai da alma.

vai de nós. porque olhar pra si tem se tornado um furacão, às vezes bom ou ruim. porque não estamos olhando a vida com calma, olhando e admirando as pessoas a nossa volta.

muitas pessoas estão sempre fugindo de si em seus telefones caros ou atrasada para seus trabalhos. eu sinto pena por elas, por saber que elas não têm o meu tempo. saber que eu posso parar uns minutinhos e apreciar a gargalhada de alguém e entrar ja conversa.

poder ver eles. e eles me verem.
verem que eu estou ali,
verem minha alma ansiosa para viver aquele dia. porque um ansioso vive e se preocupa mais com cada dia minutos segundo.

nós somos os segundos do seu relógio, somos a adrenalina das veias quase estouradas.
we are the fire and cold, we burn everything in front of us, of our hands.

é que a vida corre e estamos tentando correr atrás dela igual nossos sobrinhos correm cheios de energia no quintal. e estamos ficando tão velhos com o passar dos segundos que não os acompanhamos.

então, por favor, olhe devagar. viva devagar. a vida já corre o suficiente por mim por você por nós.

— ansiosa pela vida

O Efeito Colateral Onde as histórias ganham vida. Descobre agora