o que vem depois

fairytale

QUANDO CHEGAMOS, O MÉDICO JÁ ESPERAVA por nós, ele pediu que América tirasse as roupas e se sentasse na maca ao lado de um aparelho, imagino que seja o da ultrason. Assim que ele ligou aquela coisa, meu pânico retornou. Eu vou ter um filho ! vou  pai! estou feliz e apavorado ao mesmo tempo, não sei como descrever o que estou sentindo no momento. Amèrica está radiante, seu sorriso é tão grande que parece até doer em seu rosto, e seus olhos estão brilhando de uma forma que só vi uma vez: quando ia me encontrar no altar.

   - Então, estão prontos para saber o sexo do bebê, majestades? - diz o médico, sorrindo para nós .

- Muito - respondemos ao mesmo tempo, mas em tons diferentes. Ela estava anciosa de antecipação, eu estava ancioso a ponto de entrar em pânico.

Eu sempre quis ter filhos, é claro, e esse desejo só aumentou quando encontrei a pessoa com quem  eu queria viver o esto da minha vida, disso não tenho dúvidas. Eu amo a América, não imagino pessoa melhor para formar minha família, tenho certeza de que ela vai ser uma ótima mãe. Meu problema não tem nada a ver com ela, é comigo que estou preocupado. Ultimamente venho tentando ignorar isso porque não quero que ela fique preocupada ou insegura achando que não quero bebê, mas agora que parece tão real nã  consigo parar de pensar. E se for genético? Sei que parece impossível e ridículo pensar isso, mas e se ser cruel e um péssimo pai for um problema que eu herdei do meu? Não, não. Tenho que me livrar dessas inseguranças, porque eu tenho uma coisa que meu pai não tinha. Eu tenho América. Eu seu que ela jamais me deixaria falhar, não com o nosso bebê.

- Muito - digo, agora mais seguro e aperto a mão da minha esposa.

  América não demonstrou insegurança nenhuma vez, então sei que ela será sempre a fonte da minha coragem, isso só me faz ama-la ainda mais.

- então, vamos lá - diz o médico, colocando um líquido um pouco gosmento em cima da barriga de América.

- É gelado - ela  diz sorrindo, como uma criança prestes a abrir seu presente nanhã de natal. - Sabe, nós apostamos sobre o sexo do bebê, eu tenho certeza que será menina.

- Sim, é para ser gelado mesmo - ele diz, mas é interrompido por um som forte e contínuo - estão ouvindo? Este é o coração do seu filho ou filha,  vamos ver -diz, sorrindo, mas não presto atenção. Estou apenas ouvindo este som maravilho e olhando para o rosto radiante de minha esposa-  só está um pouco estranho...- Ele para, olho para América a tempo de ver seu sorriso se desfazer. E meu pânico retorna com força total

-  O  QUÊ? - dissemos, e uníssono.

- Acalmem-se , isso pode acontecer, vamos  dar uma olhada. Vocês pode até levar uma foto se quiserem.

Ele liga o munitor a nossa frente e a tela é tomada por uma imagem escura com uma mancha branca muito estranha.

-Bem como eu imaginava! - diz o médico, me tirando daquele transe

- o quê? o quê? imaginava o quê? -pergunta América, desenfreada. Ela parece tão praocupada quanto eu .

- Bem majestades... Parece que aquela aposta vai ser empate afinal.

- Empate? como assim?- pergunto, confuso.

- Meus parabéns, vocês vão ser pais de um casal de gêmeos!

  FIM.