-Não achei que iria vir mesmo -comentou o loiro.

-É claro que eu viria! vim para dar sorte -respondi e pisquei em sua direção -vocês vão ganhar.

-Eu vou nessa que já vai começar -disse Kei mudando de assunto mas tentando esconder um sorriso e todos desejamos boa sorte.

O jogo estava um pouco complicado, o time de Tsukishima havia ganhado o primeiro set mas acabou perdendo os outros; a cara de Tsukishima estava seria e cabisbaixa e por um momento até eu fiquei assim.  Talvez não devesse ter falado com tanta certeza que eles iriam ganhar.

No final do jogo fui até o banheiro, não deveria ter tomado tanta água e quando voltei já não estava encontrando ninguém. Mas quando avistei  aquele par de olhos cabisbaixos que pareciam estar procurando alguém, saí correndo em sua direção.

Quando Tsukishima me viu seus olhos pareceram brilhar um pouco, me joguei em seus braços e passei as pernas pela sua cintura.

-Desculpa Kei, desculpa, desculpa -falei enquanto o abraçava e o mesmo passou os braços me apertando -não te dei sorte.

-Você não tem culpa de nada -resmungou -eu deveria ter me esforçado mais.

-Tenho certeza que você deu o seu máximo -respondi me separando e olhando nos olhos dele.

-Da próxima vez que vier me ver -disse olhando nos fundos dos meus olhos e falando com convicção -eu irei ganhar.

-Tenho certeza que sim -respondi o encarando de volta. Ficamos assim por alguns momentos olhando em nossos olhos mas me peguei observando sua boca em alguns momentos.

Me toquei que ainda estava em seus braços e sorri sem graça descendo, o mesmo me olhou um pouco corado e eu tinha certeza que estava também.

-Cade todo mundo?

-Foram antes da gente -respondeu -você demorou de mais e ficou para eu te levar para casa já que meus avós queriam "descansar" -respondeu fazendo aspas com a mão.

-Acho que acabei facilitando o plano de Dona Amélia -respondi e rimos.

-Com certeza -e começamos a caminhar em direção a porta da saída.

Kei ainda parecia cabisbaixo e quando saímos pela porta vimos que estava chovendo.

-Vamos esperar a chuva passar? -questionou me olhando, mas agora já não adiantava mais, já havia decidido que iria pegar chuva.

Caminhei até a chuva e em um passo de coragem, entrei debaixo da chuva.

-O que está fazendo doida? -questionou o mesmo como se eu tivesse fazendo alguma doideira. Sorri para o mesmo e estendi minha mão -não vou não.

-Vem! só se vive uma vez e eu acho que vai te fazer bem, tá todo triste aí!

-Pode me fazer bem mas também pode me dar um resfriado -respondeu.

-Se a gente pegar resfriado um cuida do outro -pisquei para o mesmo. Ele parou para pensar, e então veio ao meu lado na chuva.

Ele olhou para cima e fechou os olhos respirando fundo, fiz o mesmo e por um momento era como se nada mais importasse.

-My baby's always dancin' and it wouldn't be a bad thing (Minha querida está sempre dançando e isso não pode ser uma coisa ruim)  -comecei a cantarolar baixo atraindo a atenção do maior que me olhou surpreso.

-But i don't let no lovin' and that's no lie (Mas eu não recebi nenhum carinho e isso não é mentira) -continuei -we spent the night in Frisco at every kinda disco (nos passamos a noite em São Francisco em casa discoteca) -continuei cantarolando agora começando a fazer passos de danças entranhas -from that night i kissed our love goodbye ( a partir daquela noite eu dei adeus ao nosso amor).

-Don't blame it on sunshine (Não culpe o brilho solar) -cantei e estendi minha mão em sua direção.

-Don't blame it the moonlight (Não culpe o luar) -cantou baixinho e pegando na minha mão.

-Don't blame it on the good times (Não culpe os bons tempos).

-Blame it on the boogie (Culpe a dança) -cantamos essa parte junto e sorrimos, acho que ele entendeu aonde eu queria chegar.

Continuei cantando e começamos a dançar juntos, Tsukishima as vezes cantava algumas partes comigo mas estávamos mais empolgados na dança juntos. Corríamos pelo estacionamento praticamente vazio, chutávamos possas de água, pulávamos em cima e eu continuava cantando a música enquanto ficávamos de mãos dadas fazendo tudo isso.

Quando a chuva acabou depois de alguns bom minutos em que continuei repetindo a música, entramos no carro completamente ensopados, e tenho certeza que nessa hora Kei agradeceu por seus bancos serem de couro.

-Parece até que estamos vivendo em um musical adolescente -resmungou o mesmo.

-Para de reclamar -rebati -isso foi incrível -respondi sorrindo e extremamente animada olhando em sua direção. O mesmo olhou em minha direção com uma cara um pouco confusa mas sorriu.

-Não sabia que ficava tão animada com água, vou te dar uma mangueira de aniversário -respondeu e eu fiz cara de tacho revirando os olhos -Tudo bem, foi incrível sim!

-Não foi?! -respondi animada novamente e o mesmo já dava a partida no carro -deveríamos fazer isso mais vezes.

-Aí você já está forçando um pouco -respondeu.

-Você é muito chatinho, tem que se aproveitar a vida.

-Olha se eu não pegar um resfriado, vou tentar aproveitar minha vida -respondeu com uma voz engraçada.

-Combinado!

O resto da viagem seguiu nesse clima incrível pós chuva, pegava ele cantarolando a música algumas vezes e eu até tentava o incentivar mas ele logo parava.

-Tem certeza que não quer entrar? -perguntei apoiada na janela já do lado de fora do carro.

-Sim, vai que você queira aproveitar do meu corpo nu enquanto eu estiver tomando banho -fez cara de assustado e eu gargalhei.

-Tudo bem, mas toma um banho quente chegando em sua casa e caso fique resfriado me avisa -respondi.

-Parece até minha mãe -ironizou -você também trate de se cuidar, não quero ter que vir aqui te trazer sopa não.

Mostrei minha língua para o mesmo e ele deu partida no carro com um sorriso no rosto, entrei em casa e joguei as roupas pelo chão. Iria produzir depois que saísse do banho, não iria conseguir dormir tão cedo.

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O que acharam do capítulo de hoje?

A música que eles cantaram se chama Blame it on the Boogie dos The Jackson's 5 caso queiram imaginar com mais fervor.

Esse de longe é um dos meus capítulos preferidos, obrigada por todo apoio e até o próximo :)

O fio que nos ligava - LeitoraXTsukishimaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora