Sorry Nerd

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Já eram quase sete horas da noite quando eu, Robby e Tory nos despedimos e fomos nos arrumar pro tal lugar que a Tory tinha falado. Ela ia me mandar a localização, e eu ia chegar mais tarde, consequências de ir visitar seu pai. Fui até o hospital, direto do dojô, nem tomei banho. Cheguei, coloquei minha mochila sobre o banco, e me sentei.

-É pai, semana que vem tem prova, depois é o torneio e eu vou ter que admitir que não quero muito participar. Vim pra dizer de novo que te amo, e ainda não acredito no que aconteceu. Sabe, é meio estranho, o fim do mês tá chegando e eu nem sei pagar aluguel...depois você vai ter que me ensinar, sério.
-Quer que eu te ajude, garoto?-Disse o sensei Kreese, aparecendo do nada.
-Sen...sensei Kreese?
-Sim. O Kyler me contou, e eu vim resolver.
-Mas que garoto fofo...-Fui interrompido.
-Calma garoto. Precisa de ajuda?
-Não com dinheiro, meu pai era humilde mas tem grana. Espero só que esse "tem" não vire "tinha".
-Vamos fazer assim, você aproveita, e às vezes visita seu pai. E o resto, pode deixar comigo. Eu resolvo tudo.
-Não.
-Como pode recusar?Eu ajudo todos vocês. Tanto a Nichols com a mãe, como o Keene com a redenção.
-Mas isso ia ser desgastante.
-Pode aceitar. Você não vai se arrepender.
-Nesse caso, acho que tudo bem.

O sensei sorriu e fez um gesto, me oferecendo uma ajudinha pra sair. Eu saí, e ele ficou um pouco lá, até sair. Eu e ele nos despedimos, o sensei Kreese era frio mas era uma pessoa boa. Peguei um Uber e fui pra casa, quando me dei conta que já tinha passado das oito. JÁ ESTAVA NA HORA DA FESTA!A Tory me mandou a localização e eu entrei em casa rápido. Tomei banho, coloquei uma blusa preta e um casaco azul marinho, e uma calça jeans branca. Um tênis da Adidas e me sentei no sofá, esperando só o Uber.

-Anda, 7 minutos?Droga, cancela.-Eu falei cancelando o Uber.-4 Minutos?Melhor, mas dava pra melhorar só um pouco.

Esperei o Uber e entrei no carro, indo pro ringue de patinação.

-Oi gente!-Cheguei, me sentando na mesa onde estava o Robby.-Oxi, cadê a Tory?
-Ela tá trabalhando.
-Ué...
-Cara, ela trabalha sabia?-Ele parecia irritado.
-Sei. Mas por que tá falando meio grosso?
-Eu não tô. Agora faz um pedido e me deixa em paz.
-Tá vendo?Você acabou de ser grosso.
-Tá tá tá. Eu vi um pessoal do Miyagui-Dô aqui. Até a Sam e o Diaz.
-Eles são os chefões do outro dojô, é isso?
-Sim, um é meu rival e a outra é minha ex.
-Caramba...deve ser difícil ver eles juntos.
-É...faz parte, eles se merecem...-Ele soltou um suspiro enquanto bebia refrigerante.
-Voltei.-A Tory disse se sentando na mesa.-Ah, já sei qual é o problema.
-Exatanente, a galera do Miyagui-Dô. Mas qual o problema com eles?
-Eles são fracos, e nós somos fortes. E lembra da regra do sensei.-Ela falou como uma mentora.
-Qual delas?
-Só existe o forte e o fraco.
-Entendi...

O Robby voltou seu olhar pra Samantha LaRusso, que dançava com o Miguel. Eu já conversei com ele e nem sabia disso!Gente do céu, eu estava numa situação muito bizarra.

-Quer dançar Robby?-A Tory perguntou.
-Tudo bem.-Ele sorriu e os dois foram pra pista.
-Isso, me deixem de vela como todo mundo sempre faz.-Eu pedi um refrigerante.

Sempre me deixam de vela...isso é normal?Aliás, por que eu?!Eu não me sentia rejeitado, de forma alguma, mas me sentia esquecido.

-MAS QUE DROGA GAROTA!-Alguma menina berrou na pista.
-Ops...desculpa, Samantha.
-Ela não fez por mal Sam.-O Robby falou.
-Eu nunca quis brigar com você!!!-A Tory falou, dava pra perceber a falsidade.
-Sam, vamos lá, eu te ajudo a se secar.-O garoto moreno junto dela, acho que era o Miguel, se afastou junto da mesma.
-Vocês estão fazendo coisas muito erradas!-O Demetri se aproximou deles.
-Se mexer com eles, mexe comigo.-Me levanto e fico encarando o garoto.-E não vai querer fazer isso.
-Eh...vocês são pessoas ruins de péssimo coração!
-Que foi?Sua amiga pediu molho?-Empurrei ele num garçom que passava com batata frita e molho, assim sujando a roupa branca do garoto.
-QUE?CARA ESSA ROUPA FOI CARA!
-Oh o amigo da princesa não aguenta...-A Tory provocou e todo mundo riu, do garoto que correu pro banheiro.
-Vocês dois hein...eu mereço!-O Robby riu e a gente voltou pra mesa.
-Mas por que você jogou guaraná nela?
-Ela merece. Foi uma otária comigo a vida toda, se não aguenta senta e chora, bebê.
-Entendi...-Eles riram mas eu fiquei meio pensativo com a história.

Comemos e bebemos um pouco de refrigerante, até a Samantha voltar com um casaco e empurrar a Tory da cadeira da mesa. Eu e o Robby nos levantamos.

-ISSO É CIÚMES É?-Eu pergunto.
-Ciúmes dessa idiota?
-Vaca.-A Tory se levantou e jogou um guardanapo na cara da LaRusso.
-Ei ei ei!Podem ir parando!Vocês duas.-O Miguel falou.
-Quem você pensa que é pra mandar na minha...-Um silêncio permaneceu não por muito tempo.-Amiga?!-O Robby concluiu a frase com certo desgosto.
-Pensei que já tivessem corrido um pro outro. Assim a gente ficava em paz.-A Samantha provocou e os dois se viraram indo pra outra mesa.
-Que ódio dessa garota.-A Tory falou.
-Eles parecem ser bem chatos.-Eu falei, olhando pra latinha de refri.
-Vou ali atender uma mesa e volto já.-A Tory saiu, indo atender outra mesa.
-Ui ui ui eu viiiiii.
-Que?-O Robby perguntou.
-Tá caidinho pela Toryyyyyy!
-Eu?Não, ela e eu somos só amigos.
-Bora, me ajuda a montar um jantar a luz de vela. Eu sou o garçom.
-Para Bailey.
-Tá, mas quando perder ela não fala que eu não avisei.

Até a Tory voltar, a gente ficou conversando sobre garotas. Ele me fez admitir que eu achava algumas garotas bonitas e eu fiz ele admitir que sentia possivelmente algo pela Nichols. Foi muito divertido, mas já eram dez horas da noite, ou seja, estava tarde. O torneio era daqui a duas semanas e o sensei exigia descanso redobrado.

-Já tá tarde não?
-Tá um pouco.
-Entendi...você vai ficar mais tempo aqui?
-Eu não...
-Vou me despedir da Tory e a gente vai.

Me levantei da cadeira até a Tory me puxar e me jogar na cadeira, sentando em outra.

-Vocês vão ficar aqui comigo. Nem adianta implorar.
-Mas já são dez e meia.
-Tá cedo ainda, garoto.-Ela olhou pra nós dois.
-Tá, aceito ficar mais um pouco.-O Robby concordou.-E você Bailey?
-Tá...-Assenti com a cabeça.

Conversamos mais um pouco até dar onze horas. Ali era o pico pra aula. Não daria pra ficar mais principalmente pelos motivos de que faltava menos de uma semana pras provas. Chamei o Uber, eles também iam embora. Adicionei as paradas e entramos no carro, indo pra casa da Tory primeiro.

-Tchau Robby.-Deu um abraço apertado no garoto.
-Falou Tory.-Eu falei.
-Obrigada pela noite de hoje.-Ela deu um beijo nas nossas bochechas e saiu.
-Ela é doce assim mesmo?-Eu falo depois dela sair.
-Tem caroço nesse angu.-Ele respondeu.
-Só pode.

O carro foi até a casa do Robby, e ele desceu. Fizemos um aperto de mãos e o carro foi pra minha casa. Chegando, abri a porta, tirei o casaco jogando no sofá e me jogo na cama com o tênis na porta.

-Ufaaaaa que dia hein...

Acabo pegando no sono com a roupa mesmo, e durmo.

No Dia Seguinte (Quarta-Feira)

Acordo, dessa vez beeeeeem mais tarde. Já eram onze horas da manhã. Tomei um banho tirando a roupa do ringue, e fui pra escola correndo, já que o Uber poderia demorar. Cheguei na porta e bati na porta, que estava fechado (estranho). O porteiro saiu de trás das grades e falou comigo.

-Fechamos.
-Mas ainda são meio-dia.
-Por isso. As aulas já começaram fazem dez minutos. A diretora e os professores pediram pra fecharmos mais cedo, assim que as aulas começarem.
-Que?
-Só aproveite uma falta no seu boletim.
-Droga!

Me afastei, uma falta no boletim nunca era bom quando se tratava de notas extras. Voltei pra casa, esperando dar o horário da saída. Mas acho que tinha algo melhor pra fazer. Coloquei o kimono na mochila e fui até o Cobra Kai a pé mesmo. Chegando, vi o local vazio. Comecei a socar um saco de pancadas.

-Eae.-O Robby falou entrando.
-Oi!-Eu continuei socando.
-Tá com raiva?
-Não muita.-Eu socava forte.
-Sério?Certeza?
-Sim.

Nossa, o tempo voa. Já eram 15:43!









𝘼 𝙧𝙖𝙞𝙫𝙖 𝙥𝙤𝙙𝙚 𝙘𝙤𝙣𝙨𝙪𝙢𝙞𝙧 𝘽𝙖𝙞𝙡𝙚𝙮?

Relatos de um Cobra KaiWhere stories live. Discover now