IMAGEM

17 3 0
                                        

Olho para o espelho e não vejo nada
Nada além do menor dos homens.
Que se esconde por trás da barba
Se camuflando no horizonte,
Onde o tempo não para
E a saudade impetuosa deságua
Como uma chuva constante.

Frio como o gelo
O espelho remeda com facilidade
Cada gesto sincero da minha face.
Cada olhar,
Cada sorriso,
Cada lágrima,
Cada disfarce.

Decidi então quebrar o espelho!...
E mandar todos os meus medos e anseios
Para bem longe no espaço.
Mas para meu desespero,
Vi mil vezes a minha imagem
Refletida nos cacos.

Cada pedaço emoldurava meu rosto
Como pequenos quadros pintados à mão.
Cintilando em meio ao negro
nebuloso dos tacos
Que com arrogância adornavam o chão.
Já as fagulhas brilhavam como estrelas
Dispostas em uma bela noite de verão.

Eu já não tinha mais para onde fugir...
Pois, minhas imagens me cercavam
Em todas as direções.
Naquele momento só me restava sorrir
E aceitar com bravura suas duras imposições.

É!... Malditas imposições...

Caro amigo aceite um humilde conselho...

Nunca!

Nunca quebre um espelho! 


FragmentadoМесто, где живут истории. Откройте их для себя