"Caminhando mais do que o normal?" Ela ri.

"Não tente entender, eu mesmo não consigo."

"Então já sei que essa não é uma tarefa para mim."

Babi se senta no banco e olha para vista, mas logo vira seu rosto para mim me chamando para me sentar ao seu lado. Eu vou até ela e me sento no banco. Seguro sua mão como estava fazendo antes, mas que agora está mais fria do que o normal, o que ja era de se esperar, já que toda a adrenalina passou e nos estamos no alto de um morro durante a noite.

"Acredite em mim, você está fazendo um ótimo trabalho," respondo, olhando diretamente para os olhos dela. Nós nos olhamos por alguns segundos, mas desvio o olhar quando percebo que conseguia ver a alma dela quase quanto ela conseguia ver a minha. "Está com frio?"

"Um pouco, mas estou bem", ela responde, também olhando para a vista da cidade. "Quem construiria um banco no meio do nada?"

"Talvez alguém que precisasse se sentir em paz por pelo menos um pouco, ou talvez alguém que sabia que você se sentiria mal neste dia e construiu o banco para te ajudar a se sentir melhor."

"Aposto que foi a segunda opção."

"Eu também." Nós rimos.

Nós olhamos para a cidade que havia se tornado minúscula na nossa frente, que naquelas condições, nos fazia nos sentir como se fossemos muito maior do que qualquer coisa que poderia estar acontecendo Qualquer problema ou duvida, era como se nós tivéssemos um propósito maior, maior do que as baboseiras de escola e preocupações idiotas que estivemos vivendo nas últimas semanas.

"Eu ia contar a ela Victor, sobre nós. Já estava cansada de mentir para minha melhor amiga. Ia contar antes da festa, mas não consegui acha la, cheguei tarde demais, já tinha gente demais. Me desculpa por não ter avisado, mas eu precisava fazer aquilo." Babi fiz rápido, como um desabafo.

Ela solta a minha mão e começa a se concentrar nos seus dedos inquietos novamente, mas eu tomo sua mão de volta para mim e a abraço.

"Eu também," falo por fim. "Não ia contar sobre nós, mas ia dizer a ela que não ia ter mais nada entre nós, que não queria nada, mas um homem chegou lá e me interrompeu."

Babi olha para mim surpresa. Ela inspira uma boa quantidade de ar e começa a mexer o pé e volta a olhar para frente, mas desta vez não fica nada relaxada.

"Agora eu acho que ela já sabe de tudo, né?" Comenta ela, com um sorriso sem graça.

"Acho que todos sabem," respondo, com um sorriso. "A não ser que sejam cegos."

Babi olha para mim sorrindo, e rindo tanto que também tenho vontade de começar a gargalhar. Nos dois rimos como se a melhor piada do mundo tivesse sido contada para nós, como se estivessemos flutuando, e eu nem sei o porque.

"Isso foi tão inesperado," ela diz, gargalhado tanto que quase fica sem ar. "Você deu um soco no Jay, nós fomos embora juntos, e agora a Melanie não vai mais querer falar comigo, e eu nem sei o que esta acontecendo. E você sabe o que mais, eu não me importo, não dou a minima para o que os outros estão pensando, e isso é tão ruim da minha parte, mas eu simplesmente não me importo, não me importo se Jay expôs nossa relação e todos os meus defeitos, eu não ligo, não quero saber, eu estou apenas.. estou cansada, cansada disso tudo."

Paro de rir, e me dou conta que nem deveria ter começado a gargalhar junto com ela, Babi não está bem, ainda está assustada, ainda está sofrendo o choque do que acabou de acontecer.

"Você sabe que aquilo era mentira, não sabe? Você é uma boa pessoa, Babi, sempre foi. Era boa demais para ele."

A aperto ainda mais contra meu corpo e ela encosta a sua cabeça no meu ombro Não dois ficamos em silêncio novamente, mas consigo sentir as lágrimas dela se derramando novamente no meu ombro.

𝙳𝚒𝚐𝚊 𝙼𝚎𝚞 𝙽𝚘𝚖𝚎┊ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᶜ̧ᵃᵒ ᵇᵃᵇⁱᶜᵗᵒʳ ♡Where stories live. Discover now