DESCOBRINDO O AMOR | EVANSSON
Um romance que prova que o amor muitas vezes supera a lógica.
Já passou da hora de Scarlett se casar e constituir família - pelo menos é isso que sua mãe acha. Mas se relacionar com o sexo oposto não é nada fácil para e...
Com sua boca quase encostando na parede, o som da respiração ofegante ficou mais alto. Só então Scarlett percebeu que vinha dela.
Cerrou os dentes e os punhos, retesando cada músculo do corpo. A respiração ofegante cessou.
— Quer alguma coisa? — Sebastian ofereceu. — Estou bem. Só um pouco superestimulada — a estava de fato se sentindo melhor, mas suas têmporas latejavam.
Sebastian inclinou a cabeça para o lado.
— Meu irmão também fica superestimulado em situações assim. Ele é autista.
Ela sentiu seu peito se contrair ao ouvir aquelas palavras. Tinha sido um erro usar aquele termo. A maioria das pessoas não o utilizava. Por que utilizaria? Sebastian estreitou os olhos. Quase dava para ver as conexões sendo feitas, o questionamento se formando.
Scarlett prendeu a respiração e torceu para que ele não dissesse nada. Ela sabia ocultar a verdade, mas não era capaz de mentir.
— Você também é?
Seus ombros desabaram e sua garganta ardeu. Envergonhada, ela se forçou a confirmar com um aceno de cabeça.
— Chris não sabe, né? Ou jamais teria trazido você aqui. É melhor contar para ele.
Ela só conseguiu sacudir negativamente a cabeça. Sempre que as pessoas descobriam a verdade, começavam a pisar em ovos em sua companhia. Aquilo só tornava as coisas tensas, e no fim elas davam um jeito de se afastar. Era o motivo pelo qual Scarlett evitava contar. Mas as pessoas podiam descobrir sozinhas.
— Você me empresta cem dólares, por favor? Quero ir para casa — o cartão de crédito dela estava lá dentro. — Já vai embora? Chris deve estar procurando você.
Scarlett duvidava muito. Ele estava ocupado. Enquanto ficava de pé, se surpreendeu com a falta de conexão entre seu corpo e seu estado mental. Como seus membros ainda a obedeciam enquanto em sua cabeça se sentia tão cansada e exaurida?
— Prometo que pago depois. — É porque aquela garota deu um beijo nele? Não sei se você viu, mas Chris tentou se livrar dela. Ele não é muito bom nisso.
Uma faísca de esperança se acendeu, tola e brilhante.
— Sério?
A porta se abriu, e uma batida tecno acelerada escapou lá de dentro.
— Ah, vocês estão aqui — a porta se fechou atrás de Chris, silenciando a música. Seu olhar se alternou entre ela e Sebastian — O que aconteceu? Está tudo bem? — Eu precisava tomar um ar.
Sebastian franziu a testa como se fosse dizer alguma coisa. Scarlett prendeu a respiração.
Não conta pra ele. Não conta pra ele. Não conta pra ele.
Chris mudaria. Tudo mudaria. E ela ainda não queria que aquilo acontecesse.
— Ela me pediu dinheiro para o táxi. Viu você beijando aquela loira e quer dar no pé — Sebastian contou.
O estômago de Scarlett parecia não saber se relaxava ou se comprimia com ainda mais força diante daquelas palavras. Sebastian a fizera parecer emotiva e possessiva. Ela gostaria que aquilo não fosse verdade.
— Você ia embora? Assim do nada? — Chris perguntou, com incredulidade na voz. Ela olhou para o chão. — Pensei que você e ela... que vocês... — Não. Com você logo ali ao lado? Que tal confiar um pouquinho em mim? Minha nossa, Scarlett.
Ele a segurou pela cintura e a puxou para junto de si. Aquele cheiro, aqueles braços em torno dela, aquela presença sólida. Um paraíso. Scarlett fechou os olhos e se deixou cair sobre ele.
— Quer entrar? — ele perguntou. — Não — a adrenalina disparou pelo corpo dela, enrijecendo cada músculo que o abraço relaxara. Em seguida, Scarlett acrescentou — Por favor. — Vamos para casa então.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.