A expressão de Chris se amenizou enquanto passava o polegar por cima da fotografia no documento. Na imagem desatualizada, ela parecia mais jovem e extremamente tímida — uma descrição perfeita para a época em que foi tirada. Scarlett gostava de pensar na sofisticação que havia adquirido desde então. Era só ver onde ela estava agora.
— Isso foi logo depois de terminar o pós-doutorado.
— Quantos anos você tinha?
— Vinte e cinco — os cantos da boca dele se curvaram num sorriso.
— Parece dezoito. E agora você não parece ter mais de vinte e um.
— Me deixa mostrar o contrário comprando bebidas.
Sentindo-se inebriada e empoderada, ela caminhou até uma das mesas, sentou e buscou com os olhos alguém para servi-los. Chris enfiou a mão no bolso e foi se aproximando como se desfilasse numa passarela. Ele inteiro era digno de uma passarela, mas o terno dava um toque especial. Parecia caríssimo e muito bem ajustado, mais chique que qualquer coisa que ela já tivesse visto um homem usar.
Ele se acomodou ao seu lado, perto o bastante para suas coxas se tocarem, e apoiou o braço no assento atrás dela. Scarlett gostou daquilo. E muito. Parecia que ele estava tomando posse dela em público.
— De que marca é esse terno? Adorei — com uma hesitação mínima, ela passou a mão pelas lapelas e pelos ombros impecáveis do paletó. Procurando seus olhos, ele abriu um sorriso lento e bonito.
— É feito sob medida.
— Meus cumprimentos ao alfaiate — Scarlett analisou o interior da peça e ficou ainda mais satisfeita ao não detectar nenhuma costura malfeita sob o forro fino de seda. Era um trabalho de primeira.
— Vou passar à ele.
— De repente posso ir lá também. Ele faz roupas femininas? É muito concorrido? — Enquanto falava, ela não conseguia parar de passar a mão no peito de Chris, apreciando a firmeza daquele corpo sob a camisa de algodão engomado.
— Ele é bem ocupado — Scarlett soltou um suspiro de decepção.
— Minha costureira é boa, mas me acha maluca. E vive me espetando. Não tenho certeza se é sem querer.
Os músculos de Chris se enrijeceram sob as mãos dela, e ele corrigiu a postura no assento. Com um tom de voz irritado, perguntou.
— Como assim? Ela espeta você de propósito?
Aquilo era... por causa do que a costureira fazia com ela? O pensamento fez o corpo de Scarlett fervilhar. O ressentimento que guardava em relação à mulher ficou para trás.
— Em defesa dela, eu sou bem exigente. Ela diz que sou uma diva — Scarlett comentou.
— Isso não justifica. Ela deveria controlar melhor os alfinetes. Não é tão difícil assim. Mesmo quando era pequeno eu... — ele cerrou os lábios e passou a mão nos cabelos — Você é exigente como?
— Ah, bom, eu... — ela recolheu as mãos e as entrelaçou para não começar a tamborilar os dedos — Sou bem implicante com coisas que ficam em contato com a pele. Etiquetas, costuras malfeitas e sobras que ficam pinicando, fios soltos, partes da roupa em que o tecido fica apertado ou folgado demais... Não sou uma diva, só...
— Uma diva — ele repetiu com um sorriso provocador — ela franziu o nariz para Chris.
— Tudo bem, então.
Uma garçonete de saia preta curta e blusinha branca justa com o logo da casa apareceu ao lado da mesa. Chris entregou a ela o cartão de crédito de Scarlett.
— Vamos ficar com esta mesa pelo resto da noite. Uma água para mim. Scarlett?
Ele não ia beber? Ela não sabia se queria ingerir álcool sozinha.
— Alguma coisa doce, por favor — a garçonete levantou uma sobrancelha, mas assentiu com uma expressão profissional.
— Pode deixar.
Depois que ela se afastou, Chris se explicou.
— Eu dirijo na volta — ela sorriu.
— Gostei desse seu lado responsável.
— Chris é muito responsável mesmo, não acha? — disse um desconhecido que surgiu do nada.
KAMU SEDANG MEMBACA
𝐃𝐈𝐒𝐂𝐎𝐕𝐄𝐑𝐈𝐍𝐆 𝐋𝐎𝐕𝐄 | ✓
Fiksi PenggemarDESCOBRINDO O AMOR | EVANSSON Um romance que prova que o amor muitas vezes supera a lógica. Já passou da hora de Scarlett se casar e constituir família - pelo menos é isso que sua mãe acha. Mas se relacionar com o sexo oposto não é nada fácil para e...
〔 10 〕
Mulai dari awal
