Ele passa suas mãos pela minha cintura e me puxa com ele até o sofá. O que resulta em nós dois próximos demais. Mas especificamente comigo sentada em seu colo, e pela primeira vez, esse contato me incomoda um pouco, porque estamos perto demais mesmo.

Ele beija meu pescoço de uma forma que eu gosto e que atinge lugares que não deveriam, e que ainda é estranho para mim.

— Você é tão linda e delicada… Parece até uma boneca, as vezes tenho medo até de te tocar. —  ele diz, perto do meu ouvido.

Suas palavras são diretamente levadas para o meu coração que a pouco tempo eu não achava que podia bater, mas ele o faz e parece ser só por ele.

Afasto um pouco meu rosto para olhar para ele e tudo que eu consigo ver refletido nos seus olhos é um sentimento bom. Carinho.

Ele realmente consegue gostar de mim sem conhecer o que escondo por trás dessa máscara que ele ver?

— Eu gosto da forma como você fala essas coisas para mim… Me sinto bem… —  devolvo, sem mentiras, afinal, eu prometi que dessa vez, eu realmente vou tentar ser feliz e ele parece ser o cara que vai fazer isso. Na verdade, ele já o faz.

—  Fico feliz com isso…

Ele aproxima seu rosto do meu pedindo permissão para invadir minha boca com sua língua maldosa, e eu, como uma garota que realmente gosta de testar os limites, permito.

Sem pensar muito nas minhas ações, levo minhas mãos para um lugar proibido, mas que parece ser muito bom. Quando sinto os gominhos rígidos do seu abdômen, todos os pelos do meu corpo ficam eriçados e meu toque parece ter atingido ele, porque eu sinto algo duro e grande fazer pressão na minha intimidade, ao mesmo tempo que me sinto ficar molhada, como nunca antes, e meu Deus, eu gosto.

Mas as lembranças que não deveriam atrapalhar esse momento volta, e quando ele toca na minha pele também por baixo da minha blusa, automaticamente o empurro, e me sento no sofá, um pouco longe dele com as mãos no rosto.

As lágrimas me atingem sem pudor algum, e eu consigo ver tudo.

Cada vez que ele me tocou sem a minha permissão.

Cada vez que eu achei que a culpa era minha.

Simplesmente tudo voltou.

Tento respirar mas parece ser impossível, então eu percebo que estou começando a ter uma crise de pânico, na frente do único homem que consegue trazer sentimentos bons para mim.

Suas mão tocam nas minhas, me fazendo olhar para ele.

— Ei, está tudo bem amor… — ele diz, me puxando para mais perto dele, me colocando em seu colo como seu eu fosse um bebê. Eu não tento lutar contra seu toque porque ele parece realmente não está chateado. 

Ele me abraça e passamos alguns minutos assim, apenas no silêncio pensando, cada um com seus pensamentos. E algo me diz que os dele com certeza é me achando uma louca.

— Desculpa… —  escuto ele dizer, baixinho, perto do meu ouvido.

Fecho meus olhos não querendo chorar mais. Ele não tem culpa de nada. Eu que sou a culpada de tudo, sempre.

— Você não fez nada Axel, o problema sou eu…

Antes que eu fale mais alguma coisa ele coloca seu dedo me proibindo de continuar.

—  Não sei o que aconteceu com você meu anjo, mas nada foi sua culpa. Iremos fazer as coisas no seu tempo, quando você quiser… Isso sempre será a sua escolha, ok? — ele diz, dando um selinho em meus lábios.

Suas palavras me fazem sentir algo que nunca senti na vida. Eu me sinto amada, verdadeiramente.

— Obrigada…

O abraço com mais força ainda, como se ele fosse a minha tábua de salvação.

(...)

Depois do episódio de mais cedo, que eu fiquei extremamente com vergonha, viemos jantar, e por incrível que pareça Axel fingiu que nada tinha acontecido.

Ele começou a puxar assunto e a conversar sobre banalidades me contando como foi que conheceu seu irmão mais novo, que mora em Nova York, com sua esposa e filha. Sua admiração com eles é nítida e isso me deixa feliz. Saber que ele teve e tem pessoas ao seu lado que o amam.

Ele não me perguntou nada sobre a minha adolescência ou o motivo de eu ter fugido da casa de meu pai, na verdade, o jantar foi voltado apenas a ouvir sobre ele. Sobre como ele veio vivendo sua vida e como resolveu se tornar detetive. E de verdade, eu amei conhecer essas partes dele. Me faz me tornar mais próxima dele.

Queria conseguir compartilhar as coisas com ele assim, mas não sei se estou preparada para dividir assuntos que me machucam tanto com alguém que não seja minha psicóloga.

No fundo, eu sei que não é só por isso que eu não conto. Também tem a possibilidade dele não me querer mais. Dele mudar a forma como me olha. Não sei se eu suportaria o ver me olhando com pena.

— Você ficou calada do nada… O que houve? — pergunta, se sentando ao meu lado no sofá.

— Não é nada… Só estava pensando em você…

Ele sorrir, e passa a língua em seus lábios logo depois.

— Gosto de saber que a senhorita anda pensando em mim… Sonhei com isso por tempo demais sabia?

A forma como ele diz, realmente faz parecer que ele me quer a muito tempo, e isso é tão estranho. Não me lembro de ver muito ele durante o colégio. Também, eu mal olhava para as pessoas que estavam ao meu redor, e depois de tudo, que eu não olhava mesmo. Eu tinha medo e vergonha.

— Você fala sério quando diz que era apaixonado por mim na época do colégio? — indago, curiosa.

Ele olha para o outro lado, como se estivesse com vergonha de admitir. E eu nunca tinha o visto assim.

— Acho que desde que te vi pela primeira vez… Tão pequena e fofa, eu só queria me aproximar e brincar com você mas seu pai não permitia… Disse que era filho de um empregadinho, e não podia ficar perto da princesa dele.

Ao ouvir a menção de Max na conversa, meu corpo se enrijece. Não suporto saber que ele proibia as pessoas de se aproximarem de mim apenas para ninguém saber o que ele realmente fazia.

— Não deveria ter escutado ele… Ele nunca foi bom, eu com certeza iria gostar de brincar com você. — falo, tocando em sua mão.

— Eu sei… Eu fiquei puto durante anos por não ter me aproximado, algo me diz que teríamos tido uma história bonita…

Não consigo evitar de olhar para sua boca. Queria beijá-la, mas não sei se estou preparada para isso agora.

— Não aconteceu antes mas pode acontecer agora… Não temos nada nem ninguém para nos atrapalhar mais. — sussurro, apertando seus dedos nos meus.

— Fico feliz em saber que você está de acordo com o que eu penso…

Ele aproxima seu rosto do meu, me beijando lentamente, e o que eu senti no início da noite tenta voltar, mas dessa vez, não deixo os pensamentos se infiltrarem. Foco apenas nele, e no que eu sinto com ele.

 Foco apenas nele, e no que eu sinto com ele

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