O céu encontrava-se nublado, as nuvens cinzentas e pesadas cobriam o sol, anunciando a forte chuva que logo cairia. O vento soprava forte e Sakusa culpava-se por não ter trago um casaco consigo naquele dia, mesmo que estivesse voltando do colégio quando o tempo começou a mudar.
Kiyoomi sentiu o seu corpo tremer, esfregou as mãos pelos braços em uma tentativa inútil de se aquecer parcialmente. O quão desatento havia sido para esquecer-se de olhar a previsão do tempo daquele dia? Todavia, não valia a pena se martirizar naquele momento, afinal, já havia chegado à rua de sua casa.
Apressou os passos quando sentiu as gotas de água começarem a cair, quanto mais passos dava, mais as gotas engrossavam. A ventania havia aumentado, fazendo os troncos das árvores se encurvarem e arrancando as suas folhas.
Não havia escapatória. Sakusa apertou a alça da mochila, baixou a cabeça e começou a correr, sentindo as gotas fortes e frias da chuva o molhar. Quando enfim encontrou-se protegido debaixo do telhado da varanda de casa é que pôde respirar com calma.
Encontrava-se completamente ensopado. Retirou a mochila das costas, abrindo-a e conferindo se os seus materiais estavam molhados, por sorte, encontravam-se completamente secos; diferente dele.
Kiyoomi colocou a mochila de volta no ombro, retirando as chaves do bolso de sua calça para abrir a porta, quando uma voz muito familiar interrompeu o ato:
— Ei! OMI-KUN!
Era Atsumu Miya, seu colega de turma e companheiro de time de vôlei, correndo em sua direção.
— Cara, que chuva é essa — comentou ofegante, apoiando as mãos nos joelhos e respirando fundo, ele também estava encharcado.
— O que faz aqui, Atsumu? — Sakusa perguntou indo direto ao ponto.
— Não é óbvio? Eu estava fugindo da chuva, assim como você.
— Você sabe que essa é a minha casa, certo?
O Miya o encarou, sorrindo fraco.
— Ah, é? Melhor ainda! Assim você pode abrir logo essa porta pra nós entrarmos.
Sakusa franziu as sobrancelhas, aquilo era sério?
— Você não vai entrar, Atsumu.
— Como não? Você vai me deixar aqui fora nesse temporal?! Ah, por favor, Omi-kun, minha casa é longe e dia de sexta-feira o ônibus não passa, não seja cruel comigo.
Kiyoomi o analisou com os olhos cerrados, poderia simplesmente deixá-lo do lado de fora da casa, que mal teria? Levá-lo para dentro significava que, além de ter que abrigá-lo da chuva, também o teria em sua casa por minutos ou horas, aquilo não lhe agradava nenhum pouco. Além da sujeira que Atsumu carregava nos tênis e o moletom preto encharcado que pingaria por toda a casa.
Suspirou fundo ao vê-lo pender a cabeça para o lado e olhá-lo com os olhos brilhando, como um cachorrinho abandonado. No fim, sabia que teria que o levar para dentro de qualquer maneira.
— Eu vou entrar primeiro e você vai ficar aqui me esperando — Sakusa explicou ao abrir a porta e olhá-lo por cima do ombro. — Vou buscar uma toalha para você se secar aí fora, e, só depois você vai poder entrar, lembre-se de tirar os sapatos.
Atsumu sorriu enquanto o observava adentrar a casa. Não conseguiu evitar esticar o pescoço para enxergar o seu interior. A sala era comprida e as paredes eram amarelas, a maioria da decoração sendo de madeira e couro, além dos quadros com artes abstratas que estavam pendurados em duas das paredes. O piso branco era tão brilhante que era possível ver o seu reflexo nele. Tudo estava extremamente limpo, o que já era de se esperar, contudo, Atsumu não pôde evitar ficar fascinado com tamanha limpeza.
![](https://img.wattpad.com/cover/258438149-288-k42122.jpg)
CITEȘTI
Debaixo da Chuva
DragosteEm uma tarde chuvosa Atsumu acaba por se abrigar na casa de Sakusa, seu colega de turma, no entanto, ambos não esperavam descobrir os sentimentos que nutriam um pelo outro há anos debaixo de uma forte chuva.