fragmentos estrelares

craquelados

Sozinhos em um quarto pequeno, quatro paredes, quatro tons da paleta de cinza, mas Jaemin era banhado pelo cinza enluarado da janela enquanto Renjun era engolido pela imensidão espacial do cinza oceano, e se encaravam, porque a lua era linda sob o oceano noturno.

Mas era invertido.

Renjun de cima, podia sentir que a qualquer momento desabaria sobre Jaemin, mas não, porque o mar sempre foi mais firme que o espaço, gravidade era um detalhe naquela circunstância.

Descoberto era o espaço, sem o manto claro e celestial do sol, Jaemin era exposto, tão verdadeiro quando os segredos que trocavam durante a noite, Renjun tocou a epiderme fria do rapaz e ele fechou os olhos aninhando a face da lua sobre o manto oceânico.

Os dois só queriam se encontrar.

Mas o rosto do Na se enrijeceu de medo, medo de se esfarelar em pedaços craquelados que em minutos se tornariam poeira nas mãos de Renjun, e pequenas meias-luas se formaram em seus olhos, ah, não eram meia luas, eram os portais do universo.

Renjun precenciou a formação de estrelas em um espiral, se colidindo aos poucos no meio, era lindo, mas doloroso.

Jaemin as segurava com todas as forças mas esquecia-se que Renjun adorava o universo, e lhe amava mais que tudo.

Queria dizer a Jaemin que ele era seu universo inteiro em expansão, que nunca cansaria de fugir pelas noites para amar seu confidente lunar livremente, porque Jaemin lhe deu um sopro fino de vida e Renjun queria faze-lo viver também, e deixar que elas caíssem fazia parte, porque uma vida não é verdadeira se for perfeita em cada segundo.

Depois do toque terno dos lábios salgados de Renjun com os frios de Jaemin, ele disse baixinho.

" deixe-as cair Jaemin"

E lá se foram milhões de estrelas sobre o manto negro do colchão que estavam.

Jaemin se sentia mais leve, sem falar nada, ao olhar a face brilhante e cinza de Renjun sorrindo terno para si, deixando que mais milhões de estrelas caíssem do céu.

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Enfim, boa noite