A batalha

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Estava uma tarde linda, eram aproximadamente 16 horas quando Magnus resolveu sair para dar uma volta. Vestiu uma calça preta de couro bem justa, um colete verde escuro de seda sem camisa por baixo e uma capa longa preta por cima do colete. Enquanto caminhava tentava não pensar no garoto moreno de olhos azuis. Magnus havia jurado nunca se envolver com um Caçador de Sombras, mas desde que o viu pela primeira vez em um festa, aquela combinação de cabelos negros e olhos azuis que sempre fora sua preferida, além do modo como o jovem Caçador sorriu timidamente diante do interesse do feiticeiro, só fez com que Magnus o desejasse ainda mais.

Um vulto correndo tirou Magnus de seu devaneio interior. Apertou os olhos e percebeu que o garoto estava indo na direção do Hotel Dumort, local onde o clã de vampiros de New York vivia. Curioso, e sem nada mais importante para fazer, Magnus resolveu segui-lo.

Viu quando ele parou e virou a cabeça olhando para os dois lados antes de entrar. Foi então que Magnus o reconheceu pelo perfil. Aquele era o mundano amigo de Clarissa, o que tinha se transformado em rato durante a festa de aniversário de Presidente Miau. Stuart? Stephen?

Ele não recordava o nome, mas achou muito estranho o garoto estar ali.

Viu a grade da saída de ventilação e resolveu usá-la como meio para entrar. Engatinhou devagar, tomando cuidado por onde andava. Pela grade viu o mundano ser cercado por um grupo de vampiros que o atacou e o levou com eles. Tudo estava um breu total e Magnus achou sensato não produzir nenhuma luz e chamar atenção para si mesmo. Magnus adorava ser o centro das atenções, mas não daquele tipo específico de atenção.

Foi um erro. Como não podia ver para onde estava indo, acabou dando um passo em falso quando toda a estrutura gemeu e desabou. O baque foi barulhento e dolorido, levantando muita poeira. O barulho ecoou pelas paredes e, em seguida, tudo ficou no mais completo silêncio.

Magnus se levantou, espanou o pó das roupas e começou a caminhar às cegas, tentando encontrar um saída, quando viu a silhueta de uma figura encostada no que ele deduziu ser o batente de um porta.

Aliás da única provável porta.

Era um garoto. Ele se moveu e uma das lâmpadas do corredor lançou um brilho fraco iluminando seu rosto. Aparentava uns 15 anos. Cabelos escuros e cacheados e pele cor de oliva muito pálida. Quando ele sorriu, Magnus pode ver a ponta dos caninos afiados.

- Raphael Santiago - Magnus tentou falar num tom descontraído.

- Eu mesmo - o sorriso de Raphael se intensificou - O que faz aqui, Bane? Essa não é sua área.

Magnus olhou ao redor tentando ganhar tempo.

- Passei para dizer... Oi?

- O diávolo que isso é verdade! - Raphael rosnou mostrando as presas.

Magnus não perdeu tempo. Quando Raphael avançou deixando a porta livre, Magnus correu passando por ela como o diabo fugindo da cruz.

Viu a porta da saída de incêndio e se lançou na direção dela, podia sentir Raphael correndo atrás dele. Quando finalmente saiu na luz do sol ouviu a voz de Raphael.

- Por Dios, eu ainda o pego algum dia, Magnus Bane!

Magnus apoiou as mãos nos joelhos para recuperar o fôlego e então, num reflexo, partiu correndo para o Instituto.

Por fora o Instituto parecia uma igreja velha e abandonada com uma faixa amarela de isolamento da polícia, mas isso era apenas disfarce para a magnífica construção de estilo gótico com torres altas e pontiagudas.

Magnus subiu as escadarias com dificuldade e usou o pouco de força que ainda tinha para bater na imensa porta.

Não demorou muito para ela ser aberta e o rosto de Alec Lightwood aparecer. Primeiro ele pareceu confuso e, em seguida se afastou, dando espaço para Magnus entrar.

O Amor é Mais (Malec) #Wattys2017Onde as histórias ganham vida. Descobre agora