— Tudo bem, filha. Marcamos outro dia com ele então. Posso contar com a sua presença?

— Pode sim, mamai. Estarei lá!

[...]

Assim que saí da cafeteria fui para o estúdio.

Marcela havia acabado de chegar.

Observei-a saindo de seu carro e indo até a porta do estúdio, destrancando-a e entrando no ambiente no instante seguinte.

Desliguei meu carro e peguei nosso café da manhã com cuidado, trancando a porta, atravessando a rua e finalmente chegando até meu local de trabalho.

No momento em que abri a porta, o pequeno sino localizado em cima dela soou, anunciando minha chegada.

— Bom dia, Bia! — Marcela falou ao me ver.

— Bom dia, dorminhoca! — falei enquanto me aproximava dela e deixava as coisas em cima do balcão.

— Amiga, eu estava quebrada ontem, sério. — ela falou.

— E o que você fez pra ficar tão dolorida e cansada? — perguntei e a olhei, recebendo um olhar malicioso em troca. — Quer saber? Não precisa me contar.

— Qual é, Bianca! — ela riu. — Luiza é a mulher mais gostosa do mundo!

— E eu sou uma mulher que definitivamente não precisa saber da vida sexual da minha melhor amiga. — respondi.

— Isso é falta de sexo, eu já te falei. — ela me olhou. — Aliás, o que você ficou fazendo ontem o dia inteiro? Depois que você me mandou mensagem falando que chegou bem em casa eu tentei te ligar o resto da tarde e você não me atendeu.

— Eu... Estava ocupada. — sorri. — Vamos tomar café? Vai esfriar.

Peguei as embalagens que havia deixado sobre o balcão e segui em direção até nosso escritório.

— Bianca, de hoje você não escapa! — ela falou me seguindo pelo corredor. — Você estava com a Rafaella, não é?

Coloquei nosso café da manhã sobre a mesa e sentei-me na cadeira estofada, passando a mão em meu rosto.

Eu não conseguiria escapar do interrogatório de Marcela.

— Sim, Ma! Eu estava com a Rafaella. — falei. — Era isso que você queria ouvir?

— Sua safada! Eu sabia! — ela falou animada, sentando-se na cadeira a minha frente e pegando seu copo de café. — Eu quero saber de tudo!

— Ai Ma... — suspirei.

— Já está apaixonada? — ela perguntou.

— Nós só estamos nos conhecendo. — respondi.

— Já conheceu a cama dela?

Quase engasguei com o café.

— Marcela! — falei.

— O que foi? Eu só te fiz uma pergunta.

— Já conheci a cama dela. — respondi. — Dormimos juntas, lembra? Eu comentei no dia em que fomos ao bar.

— Ai Bianca, deixa de ser boba. Isso não é conhecer a cama de alguém.

— Nós não transamos, se é isso que quer saber. — tomei um gole de meu café.

— Vocês são duas lerdas. Eu fico dois minutos ao lado de vocês e já tenho que sair por conta da áurea sexual que se instala no ambiente. — ela falou. — Aquela mulher quer você, Bianca. Eu sinto. E eu sei que você também a quer, não vem não.

A CHUVAWhere stories live. Discover now