Capítulo 4 -Draco Malfoy

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Filhos. Casa. Alguém pra voltar, risadas e pequenas mãos pelas paredes (pelas desculpas presumo ser de Alya e seu irmão mais velho, Scorpio), um natal em família e mais daquelas coisas que só famílias felizes e grandes fazem, não que eu seja o maior dos especialistas quando o assunto é família mas, dessa vez quando entrei no trem eu só conseguia pensar no inferno que seria estar em Hogwarts depois de tudo que a minha família fez, depois de tudo que eu fiz.

"Filho de comensal" era de longe o apelido mais carinhoso dentre os corredores e salões do castelo, e ainda sim, os xingamentos não eram a pior parte, na verdade estavam bem longe de ser. Olhar para a cadeira central no Salão principal e não ver Dumbledore ou cruzar com a Granger entre as aulas, ou dormir ouvindo os gritos  de dor dela e os de desespero do Weasley eram a maior tortura que eu podia suportar e talvez por isso, só por isso, por terem acessado minhas lembranças e ouvido os gritos incessantes em minha cabeça que o ministério não tenham me jogado nos braços dos dementadores de Azkaban, não a mais felicidade para ser sugada e a marca da maldição em meu braço me lembra disso todos os dias. Ser um Malfoy talvez fosse o pior castigo que alguém poderia carregar.

Então sim, Alya girando na ponta dos pés em minha frente enquanto fala com a Granger, é um pecado, minha passagem só de ida para o inferno por atribuir todo peso e sofrimento Malfoy a mais três crianças que cresceram para ouvir como o pai, avós e tios avós dela lutaram do lado sombrio da guerra e empunharam varinhas contra aqueles que só queriam salvar o mundo, ouviram como o pai delas foi absolvido por que existir já era castigo o suficiente pra ele.

-Papai! Papai, você me ensina a voar? Por favorzinho papai- Granger balançava a cabeça em negação quase que em desespero, mas o olhar pidão de Alya com as mãos envolvendo meu rosto tornava a situação quase impossível de resolver- Hum, claro porque não?- Granger bufou dando um tapa na própria testa, antes de pegar Alya no colo.

-Mas agora vamos almoçar mocinha, e você vai descobrir a delicia que é a comida de Hogwarts- ela diz tocando a ponta do nariz de Alya a cada palavra fazendo a mesma sorrir. Ouvir o som das risadas de Alya, ver como seus olhinhos brilhavam por tudo e por todos só me fazia questionar cada vez mais como o Draco do futuro tinha se tornado tão irresponsável para primeiro, casar com a Granger - e o que ela tinha na cabeça também porque quase seis anos de ofensas não somem da noite pro dia- segundo, dar continuidade ao péssimo legado Malfoy com três inocentes crianças que não deviam ser obrigadas a ver aquilo toda vez que olhassem para o próprio pai, mas já que elas estavam ou estarão ali a única coisa que restava a fazer seria torcer, torcer para que novas regras e tradições surgissem, torcer para que a casa Malfoy não fosse só mais uma casa, torcer para que o Draco do futuro fizesse boas escolhas.

-Papai você não vem? A mamãe fica bava se demorar- Alya me puxou para a saída dando um leve tchau para Mcgonagal prometendo que voltaria depois para comer biscoitos. Granger já estava quase no final do corredor quando olhou para trás, talvez para se certificar que a pequena não estivesse andando sozinha por corredores onde escadas mudam em um piscar de olhos e eu pude jurar ter ouvido uma gargalhada vindo de sua direção quando Alya me transformou eu seu cavalinho de estimação- Vai papai, mais rápido!

The Granger Malfoy -REESCREVENDO-Där berättelser lever. Upptäck nu