5- SCAPPARE (Fugir)

Începe de la început
                                    

Eu viveria, por mais que me doesse permanecer viva. Eu viveria! Para destruir todos aqueles que me fizeram mal. Sim, era o ódio que havia dentro de mim, a raiva, o ressentimento que me fariam ter forças para seguir. Botei minha cabeça no lugar, sem parar de correr. E só parei quando avistei um dos cassinos dos D' Ângelo, tinham vários pela cidade. Com certeza, teria algum primo meu, ao qual imploraria por ajuda.

Assim que adentrei no cassino minhas pernas falharam. Antes de me entregar de vez ao cansaço sofri o atrito dos meus joelhos com o chão de cerâmica xadrez . Meu corpo não respondia a mim e eu desmaiei.

[...]

Meus olhos estavam pesados, muito pesados, com esforço consegui abri- los. A imagem embaçada de alguém na minha frente me fez encolher o tronco. O vulto se aproximava e me remexia, no que imagino que fosse uma cama, na tentativa de me mover mas eu estava muito fraca para conseguir sair do lugar. Então, minha visão se tornou mais clara, conforme a pessoa chegava perto. Um alívio me percorreu a espinha ao ver um rosto amigo: Era minha mãe, dio mio! Ela estava bem. Pelo menos, era o que achava, ainda não tinha visto os hematomas em seus pulsos.

- Mamma.... - não conseguia segurar as lágrimas, deixei elas caírem e continuei. - Mamma, o Nonno ele...ele...

- Calma, minha pequena! Eu sei. -vi as lágrimas se formarem e descerem pelo belo rosto da minha mãe.

Ela sabia, com certeza todos já sabiam, quanto tempo será que fiquei apagada? E Matteo onde será que ele estava? Será que ela sabia que eu vi? Era tantas perguntas que faziam minha cabeça doer. Minhas inquietações foram acalmadas com um abraço terno e carinhoso da minha mãe, Poliana. Com os dedos ela passava as mãos entre as ondas emaranhadas do meu cabelo. Aquilo era tão bom. Não tem lugar melhor no mundo do que o colo da mãe. Como precisava daquilo! Juntei minhas pouquíssimas forças e coloquei a cabeça em seu colo. Ela continuou com os cafunés. Até deparar- se com os hematomas, agora evidentes no meu rosto.

- Ragazza, o que aconteceu? Hum, no dia que mio Papá morreu, o que houve com você? Quem te machucou? Você sabe que pode me contar tudo, não sabe?

- Si, Mamma! Agora não importa mais.

- Lucrézia, um hora ou outra você vai ter que falar sobre isso.

- Então, que seja depois. Mamma, quanto tempo fiquei desmaiada e onde nós estamos? Aqui- passei rapidamente os olhos pelo lugar que parecia um quarto de hotel - Onde estamos? E Matteo? Você teve notícias dele? Mamma? - doía falar tão rápido, no entanto minhas dúvidas não condizem com meu estado físico. 

Ela respirou fundo, antes de me responder, aquela reação não era nada boa.

- Mamma? - chamei novamente sua atenção na expectativa de obter respostas.

- 2 dias. Estamos num quarto de hotel que seu pai alugou, fora de Milão. E Matteo... É... Eu poderia mentir para você e dizer que ele está bem, mas a verdade é que não sei. Não sei para onde levaram ele. E também não tive tempo para descobrir ou sequer procurá-lo. Desde os últimos acontecimentos, estou trancada aqui. Seu pai não me deixa sair nem no corredor.

O pesar ficou mais que evidente no olhar de dona Poliana.

Meu olhos se encheram de lágrimas novamente, me preocupava mais com Matteo do que comigo, sabe se lá o que aquele psicopata faria com ele. Enxugando minhas lágrimas, perguntei a mamãe:

- Como eu vim parar aqui?

- Depois de você ter desmaiado no cassino, um dos seus primos viu e mandou o recado para seu avô, Riario. Eu e seu pai tínhamos saído do consultório e ido para a mansão dos D' Ângelo quando recebemos a notícia. Dio mio, fiquei desesperada ao saber que vocês estavam nas mãos dos Martinelli. Minha vontade era de ter corrido até lá e tirado vocês dois de lá. Mas seu pai não deixou, ao invés disso ele me jogou no carro e me trancou aqui, disse que era para minha segurança. Só o vi de novo, quando ele me trouxe você desacordada, me deu a notícia da morte de papá e sobre Matteo e quis desabar. Ah! O Martinelli mandou avisar para toda a máfia que os Caccini estavam derrotados e que agora ele era o Grande Don da Máfia milanesa.

- Maledetto Martinelli!- foram as únicas palavras que saíram da minha boca, mas na minha cabeça eu o xinguei de todos os palavrões que conhecia.

- Olha a boca, ragazza! - Mamãe não gostava de palavrões.

- E agora? O que vamos fazer, Mamma?

-Esperar, minha querida. Esperar seu pai voltar e saber o que faremos.

- Porque esperá-lo, Mamma? Vamos sair daqui, voltar para Milão, falar com nossos associados. Tem a tia Monalisa, ela pode ajudar.

- Não podemos, filha.  Nesse momento nós dependemos mais do que nunca do seu pai, se sairmos debaixo das asas dele, eles nos matariam, mesmo que não fosse o Martinelli, outros da Máfia nos matariam, pequena. Matteo está sob a tutela de Vicenzo, o que de uma forma ou de outra passa segurança aos nossos inimigos, mas nós duas, as herdeiras do temido Francesco Caccini, ainda representamos o risco para eles.  Portanto, para nós é perigoso ser Caccinis agora. Eu imagino o quão deve ser difícil, mas por enquanto é melhor que sejamos D' Ângelo. E isso implica dizer que devemos agir como tal, entendeu?

Minha mãe não gostava de falar disso comigo, nem com ninguém, mas eu sabia o quanto meu pai era abusivo e nas entrelinhas ela queria dizer que nós tínhamos que ficar quietas e obedecer, tudo que definitivamente não sabia fazer. Eu não nasci para ser mandada, muito menos abaixar a cabeça para homem nenhum nesse mundo.

Eu disse que tinha entendido, para tranquilizá- la e deixar a poeira baixar. Mas nunca iria fazer os caprichos do lunático do meu pai. Calei- me, era melhor assim. Só queria um minuto de paz antes que o Saveiro, meu pai, voltasse. Aproveitar o colo da minha mãe enquanto eu a tinha.

Nós passamos horas na cama, sem trocar uma palavra, só carícias, abraços, cafunés. Minha mãe sabia que não estava pronta para falar do que tinha acontecido. Já era noite, nada do meu pai. Mamãe disse que era hora de dormir e deitou- se ao meu lado. Logo, ela fechou os olhos e dormiu, parecia um anjo. Então, eu a olhei com mais atenção e vi que seus pulsos estavam marcados, como se alguém os tivesse segurando com muita força, olhei mais e vi o canto da boca que mais cedo estava coberto por um batom, rasgado.

Não precisava nem me perguntar quem fizera aquilo com ela, eu sabia a resposta: Saveiro D' Ângelo, meu pai era realmente repulsivo, além de tudo, ele ia começar a bater na minha mãe. Agora, sem o vovô, ele não tinha a quem temer. Cristo, nós estávamos entregues ao bel prazer de uma psicopata. Deitei-me com mais uma preocupação para incluir na lista. Por que será que ele machucou a minha mãe? Ela sempre foi tão boa, boa até demais. Anos depois eu descobriria, que foi por ela ter tentado ficar com Matteo, cuidar dele, só que meu paizinho doentio não gostou da ideia.

A minha cabeça pesava sobre os meus ombros,  já não aguentava mais. A encostei no travesseiro na esperança falha de ter um descanso. Sem sucesso, me virava de um lado pro outro da cama na tentativa de conseguir fechar os olhos sem lembrar da minha casa cheia de cadáveres, ou do meu avô decapitado e depois estuprado por capangas bêbados do Martinelli, ou que agora mesmo Matteo poderia estar sendo torturado ou coisa pior, que minha mãe e eu agora éramos reféns de um maluco. Todas essas lembranças e preocupações não me assolaram só naquela noite, elas me perseguiram por anos.


Continua...


Ao que parece vou mesmo biscoitar em todo capítulo, votem per favore!❤🔥

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia) - 01 [Danatto Sangue]Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum