— Sim, me considere uma irmã muito altruísta, portanto. — Eva responde, levemente irritada.
— Não podia nos envergonhar com um estilo rudimentar de se portar hoje. — Celia pontua, colocando a última gota de blush na bochecha dela.
Um círculo incomumente avermelhado se forma nas bochechas de Evangeline e ela se sente uma palhaça.
— Pronto, vamos Polly, vou retocar sua maquiagem.
A mãe se levanta e sai com Polly do quarto.
Evangeline é deixada encarando seu estranho reflexo no espelho, perguntando-se o tipo de coisa que acabava fazendo para não estragar a tranquilidade do evento da irmã.
Quando saem de casa em direção à mansão dos Boyce, ela assume um humor levemente ruim, mas controla-se, tentando ser o mais amigável, pois acabaria rápido.
A casa era monumental. Tinha esculturas arquitetônicas em gesso nas dobras das paredes, e um grande jardim circulando toda construção, com um pequeno lago, onde lindos gansos e cisnes banhavam-se.
Evangeline pensou que aquele tipo de moradia era como o pretendente da sua irmã: extravagantemente esnobe. Isto fez com que baforasse um risinho escondido consigo mesma.
Foram aproximando-se da casa, após descer de sua condução,— um hamsom — e perceberam que havia uma parte coberta do lado de fora, na parte frontal do jardim. Uma semi-cobertura, um gazebo, feito de balaústres de madeira, onde as rosas trepadeiras, apoiavam-se e pendiam alguns galhos com flores.
Lá estava posta uma linda mesa de chá, com todo tipo de louça e prataria clássica e decorada. Ao chegarem, a mãe de Edmund e seu pai, que já esperavam sentados, levantam-se. Sra. Boyce abre os braços e com um sorriso, veio ao encontro dos convidados.
Sra. Bordeaux estava vibrando por dentro, admirando toda aquela sofisticação e seus olhos brilhavam. Edmund aproxima-se com sua postura cordial de sempre, e cumprimenta Evangeline com uma breve reverência e Polly com um beijo na mão.
Feitas as saudações de sempre, sentam-se à mesa para apreciar o chá. As conversas são as mesmas trivialidades. Edmund por vezes participava, opinando. Pergunta à Polly uma coisa e outra. Ela se limitava a responder em poucas palavras, na postura doce de sempre.
Distrai-se, entediando-se levemente com a conversa, e acabou por deixar sua atenção cair na irmã mais nova da família.
Disfarçadamente, percebia a presença de Evangeline, tomando o chá, silenciosa, com uma expressão um tanto vaga no rosto.
Percebe que seu cabelo e maquiagem não estavam nos padrões normais, e por isso, provavelmente não estava assumindo um tom sociável naquela tarde. Pondera consigo mesmo, e seu pai o cutuca no ombro, pedindo sua opinião sobre algo, o que fez ele desviar o olhar.
Ao final do chá, todos conversavam, enquanto os empregados tiravam a louça usada, e colocavam novas. Alguém sugeriu que andassem pela propriedade, para conhecer os jardins e a lagoa.
Esta sugestão foi acatada e todos levantam em grupo, conversando, e comentando sobre as flores e plantas que habitavam o local, eventualmente se dispersam, formando duplas e grupos menores, de acordo com as afinidades.
Evangeline percebeu que Polly e Edmund aos poucos estão se afastando e iniciando uma conversação mais próxima. Edmund, com uma postura cordial, tinha as mãos unidas detrás do quadril, caminhava ao lado de Polly, que estava levemente corada, mas se saía bem.
O diálogo não parecia exaltado, seguia o padrão amigável e recatado de costume.
Vendo que começava a ficar deslocada, Evangeline logo trata de se afastar do resto do grupo e se isolar (como queria de verdade).
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A Irmã da Noiva
RomanceEvangeline nunca entendeu como sua irmã mais velha, Polly, poderia se sentir, não só tranquila, como animada, para se tornar noiva de um rapaz que nem conhecia. Criada à sombra da irmã, que era bela e tinha todas as qualidades de uma perfeita esposa...
Capítulo II
Começar do início