Seus olhos vão rapidamente para o homem ao meu lado, e que droga, ele parece que tem algum imã para puxar todos os olhares para ele. Isso me irrita.

— Não tenho tatuagens, nem pretendo ter. Então, por favor, você poderia chamar o tatuador? Queria bater um papo com ele. — falo, mas sou interrompida por Axel, que me puxa para longe dela.

— Você tem certeza que é uma investigadora? — pergunta, e isso me deixa agitada.

— Óbvio que sou! Que pergunta! — puxo meu braço para longe do seu toque.

— Eu disse que queria falar com ele, mas obviamente é só para verificar uma coisa…

Eu realmente não queria dizer essa pequena descoberta com ele, mas terei.

— Nosso assassino é canhoto… Eu iria verificar se ele é.

— A melhor forma não seria fazendo uma tatuagem? Só assim iríamos ver. — diz, mas rapidamente sua sobrancelha se ergue. — Você não ia me dizer sobre isso?

— Claro que ia, só não me lembrei…

Na verdade, eu não iria. Para mim contar tudo sobre esse caso para ele me deixa com o pé atrás. Não o conheço, não sei a que nível posso confiar.

— Ok… Já que você não gosta de tatuagens, eu gosto, posso fazer no seu lugar.

Antes que eu diga algo, ele se aproxima da ruiva dizendo algo para ela que a faz sorrir. Dois idiotas.    

Alguns minutos depois ele volta, e eu, bom, finjo que não estava fuzilando a garota com os olhos. Isso que venho sentindo com relação a ele não pode ser normal, é insano.

— Quer me ajudar a escolher uma? —  pergunta, enquanto pega uma revista com muitos desenhos, até bonitos.

Olho para ele tentando entender porque ele é assim, tão legal. Não estou acostumada com pessoas assim, pelo menos, não perto de mim, ainda mais quando ele é meu parceiro. Geralmente todos os outros são machistas e não ligavam para a minha opinião.

—  Você realmente vai fazer? Não pretendo passar o meu dia todo aqui não… Temos uma lista de estúdios para ir verificar, por mim, poderíamos ir logo perguntando a ele, evitaria a perda de tempo.

— Nossa, você não cansa! É só uma tatuagem… Só assim saberemos se ele é…

— É a sua vez querido… — escuto a ruiva o chamar e automaticamente me levanto junto com ele.

— Você vai vim? —  o sorriso em seu rosto me deixa estressada.

Ignoro sua pergunta, já observei que esse humor dele é estranho e eu não gosto de lidar.

Sigo a ruiva e ele em um silêncio chato, até ouvir um rock pesado vindo da sala que ela nos leva.

Quem em sã consciência gosta de ouvir esse tipo de música?

Assim que entramos no cômodo vejo uma mulher de costas… hmm, será que já temos uma suspeita?

Ela aparenta está mexendo em no seu celular e quando se vira na nossa direção com um sorriso no rosto, rapidamente ele morre ao parar seus olhos em mim.

— Olá… — falo, baixinho.

Seus olhos parecem demonstrar fúria ao me reconhecer.

— Posso saber o que você está fazendo aqui? — pergunta, praticamente rosnando na minha direção, e sinceramente, não entendo sua raiva — Não precisa responder… Saiam daqui por favor, não irei fazer merda nenhuma em vocês!

— Ei, olha como fala, eu nem te conheço, você está louca? Nós somos investigadores, só queremos fazer algumas perguntas!

Ela sorrir, levando sua mão até sua tempôra a massageando logo em seguida
—  Vocês tem um mandato? Caso contrário, vazem! — grita, me olhando furiosa.

— Acho melhor a gente ir embora… Ela parece um cão bravo. — escuto a voz de Axel me chamando.

—  Só não te prendo agora mesmo por desacato por razões de que acho que você não está em um bom dia… — falo, calmamente.

— Nossa, olha como ela é boazinha

Não gosto do tom que ela usa comigo, não gosto mesmo. Mas opto por não dar mais corda. Afinal, já descobri que ela não é o nosso suspeito, ela não é canhota.

— Vamos embora! —  puxo meu parceiro rapidamente e antes de sair dou uma última olhada para a mulher.

Ela me encara furiosamente.

Assim que entramos no carro, o ligo, evitando que ele fale alguma coisa sobre o que aconteceu lá dentro, porque nem eu entendi.

— Eu sei que você não quer falar, mas ela agiu muito estranhamente, você não achou?

—  Achei, mas não é ela. Ela não é canhota. —  falo, quase sussurrando — Consegui observar isso ao ver o lado em que seus materiais de "trabalho" estavam.

Ele parece que vai perguntar algo, mas desiste quando percebe que eu não estou afim de falar.

Seguimos viagem cada um com seus próprios pensamentos.

(...)

Tem algo acontecendo comigo, eu sinto isso em cada terminação nervosa minha.

Tudo grita desespero, mas, na verdade, minha vida é um caos, sempre foi.

Os acontecimentos de mais cedo não saem da minha cabeça. A forma como aquela mulher me olhou não foi normal. Ela estava com raiva e... Com medo. De mim?

Minhas crises de ansiedade voltaram e com elas, as dores insuportáveis que sinto pelo corpo.

Preciso urgentemente encontrar minha psicóloga, preciso conversar com ela e entender porque eu estou agindo assim. Por que eu estou tão diferente do meu estado normal? E por que esse caso mexe tanto comigo?

Inferno! Eu não preciso de ninguém para me dizer as respostas, porque eu as sei. Eu sempre sei, só finjo que não sei.

Vou em direção ao meu banheiro pegando meus remédios, e os tomando, um por um, com o maior desgosto do mundo.

Não gosto de como sou dependente deles, não gosto porque eu me torno vulnerável

Eles são tão pesados, que nada me acorda, nem mesmo um barulho estridente.

Eles são para me acalmar e me deixar dormir, porque sem eles, tudo volta, todo o meu inferno particular. E tudo que eu não gosto de lembrar.

As vezes eu até acho que conseguiria viver bem depois de um tempo, mas não, isso nunca vai acontecer, e eu sinto, que no fundo, nunca irei conseguir ter paz. Dificilmente alguém que passou pelo o que eu passei consegue ter ela de volta.

Me deito na cama, passando as mãos em meus olhos que já estão pesados e antes de cair na escuridão, sinto um cheiro diferente, mas que não me é estranho.

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IM(PERCEPTÍVEL) | ✓Where stories live. Discover now