— Que cheiro… — ela boceja — bom é esse? 

Sorrio.

— Seu café da manhã, milady. 

— Milady, é? — Ela abraça minhas costas e deposita um beijo na minha omoplata. 

— Não gosta? O que prefere então? — faço malabarismo com as panquecas na frigideira. — Alteza? Majestade? Soberana?

Teri ri. 

— Acho que prefiro que você use apenas o meu nome mesmo — diz ela. 

— Eu gosto de supernova — revelo quando ela se afasta.  

— Ah, sim, eu esqueci de perguntar… Que história é essa de “supernova”?

— Eu não vou contar — desligo o fogão e me viro para ela. — Estamos muito bem agora para você começar a me odiar. 

— Mas eu quero saber! — insiste. 

— Ok — não consigo conter um sorriso. — Lembra de quando nos conhecemos? 

— Como eu poderia esquecer? 

— Certo. Lembra daquele blazer brilhante que você estava usando?

— Acho que sim. Mas…?

— Era muito brilhante. Tipo, muito mesmo. E você parecia uma supernova iluminando tudo ao seu redor. Eu podia jurar que você tinha roubado as luvas do Michael Jackson para fazer aquela peça de roupa. 

Ela gargalha. 

— Que horror! Você pensou mesmo isso de mim? 

— Era um blazer horrível — argumento. 

— Ah, não era tão ruim assim — nem mesmo ela está convencida disso. — Aliás, estava em um preço ótimo no brechó que eu comprei. 

— Os sapatos da Tinker Bell também estavam em um preço bom? — coloco as panquecas empilhadas em um prato.

— Na verdade, é uma história engraçada — começa a contar enquanto senta-se sob a mesa. — Eu estava precisando de uma grana extra no natal, então arrumei um emprego temporário em uma lojinha de utensílios natalinos. Detalhe: eu precisava me vestir de elfa. Outro detalhe: quando eu perdi o emprego, pelo menos pude ficar com a fantasia. 

Olho para ela, desacreditado. 

— Eu desisto de você. Sério.

Ela sorri. 

— Claro que não, caso contrário, você não estaria aqui. 

Também me sento.

— Touché. 

Teri morde um pedaço de bagel e geme depois de saborear. Isso não é nada, nada bom. O som que os seus lábios emitem reverbera pelo meu corpo e vai parar justamente entre as minhas pernas, fazendo-me lembrar dos sons parecidos que ela fez ontem à noite enquanto eu me enterrava cada vez mais fundo nela. Preciso manter o autocontrole e tentar afastar esses pensamentos pecaminosos. 

— O que vamos fazer hoje? — pergunta ela depois de engolir a comida. 

— O Christian quer sair para beber alguma coisa. Achei que poderíamos ir na London Eye e depois beber em algum pub legal. O que você acha? 

— Parece ótimo — sorri. 

— Mas se você não quiser sair com os meus irmãos, está tudo bem — ressalto. — Eles conseguem ser bem inconvenientes quando querem, e talvez você não se sinta muito confortável. 

Amor à segunda vista • COMPLETOWhere stories live. Discover now