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Uma semana tinha se passado desde o ocorrido. Finn sumiu durante todos os sete dias e as buscas por Henry continuaram. Também teve algumas coisas novas no internato como uns armários que a diretora mandou colocar porque aparentemente alguns alunos estavam enchendo ela para isso já tinha um tempo.

A idéia era legal, já que eu odiava ter q carregar os livros de física (que eram enormes). Eu recebi o número do meu armário no sábado, e mesmo que eu não tivesse aula desci para deixar minhas coisas lá.

─ Preciso que venha comigo. - Finn falou aparecendo de repente, batendo a porta do meu armário.

─ Que? Pra onde? - Respondi, indignada.

─ Eu só preciso que você venha. - Ele falou ainda com a mão na porta agora fechada do meu armário.

─ Eu não vou pra lugar nenhum com você, seu maluco. - Falei pegando em sua mão pra tira-la de lá.

Finn olhou para nossas mãos juntas e sorriu. Soltei a mão dele rapidamente quando percebi. Um silêncio se estendeu e então guardei o último livro que restava.

─ Não vou te machucar. - Ele disse de repente. ─ É sério, preciso que venha.

Eu queria não ser tão curiosa as vezes, mas o fato de ele querer tanto que eu fosse seja lá pra onde, fez minha curiosidade aumentar tanto que alguns minutos depois lá estaria eu, andando em direção à floresta junto de Finn.

─ A propósito - Ele falou enquanto andávamos. ─ Não vai pedir desculpas?

─ Por que exatamente? Perguntei.

─ Por ter acertado o Finn junior aquele dia.

Segurei o riso.
─ Achei que nem lembrava mais disso. Você sumiu por uma semana, como faz pra ninguém perceber ?

─ Mas você percebeu. - Ele sorriu.

─ Eu estava me referindo a diretora.

Finn deu de ombros.

Algum tempo depois entramos na floresta, e eu realmente não sei onde eu estava com a cabeça para ter feito isso junto com um garoto como Finn. E se eu fosse o próximo Henry?

Só me dei conta do que estava fazendo quando já estava em um caminho sem volta. Me perguntei como Finn fazia pra não se perder toda vez que entrava lá.

─ Vai me dizer o que estamos indo fazer? - Falei depois de um longo tempo em silêncio.

─ Você vai ver. - Ele disse enquanto caminhava um passo a minha frente.

Não que eu estivesse com medo, mas de repente eu torci muito pra primeira opção da frase de Finn na semana passada ter sido a certa.

Olhei pra trás e de repente pareceu que o caminho por qual percorremos tinha sumido. Parecia até que as árvores tinham vida própria e agora bloqueavam nossa passagem de volta. Pra falar a verdade, por um momento me perguntei que horas eram mesmo sabendo que não passava das duas da tarde, porque era um lugar tão escuro que não importava a hora, parecia sempre que era noite.

Finn parou de repente, e eu que até então olhava para trás dei de frente com seu corpo imóvel.

─ Estava aqui. - Ele disse se abaixando e tocando algumas folhas do chão.

─ O que estava aqui?

Finn não respondeu, continuou seguindo um rastro invisível.

─ Finn...?

Nada. Ele continuou a seguir algo que não existia. Então em algum momento ele olhou para frente, muito além na floresta entre as árvores e pareceu paralisar.

─ Finn você tá me assus- Comecei a falar, mas então Finn levantou de repende e correu em minha direção, tapou minha boca com uma das mãos e me empurrou até uma árvore.

Murmurei um "me solta" que provavelmente não foi entendido, mas Finn continuou, com uma expressão estranha. Ele olhava para floresta atrás da árvore onde aparentemente estávamos escondidos.

Finn parou de olhar de repente, escondendo-se agora por inteiro. Nesse mesmo momento ouvi passos pesados amassando folhas atrás de nós. Finn me encarava enquanto sua mão continuava a tapar minha boca.

Aos poucos os passos se afastaram mais e mais, e então Finn me soltou. Percebi que segurava com força o pulso de seu outro braço, o qual soltei rapidamente.

─ O que foi isso ? - Perguntei.

─ Eu não sei. - Ele falou olhando para onde "aquilo" aparentemente tinha ido.

─ Como não sabe? Seja lá o que fosse aquilo, você viu.

─ Eu não vi. Agora anda, temos que sair daqui. - E dizendo isso Finn agarrou minha mão e me puxou floresta a fora.

Ele não disse nada durante o caminho inteiro, e não me atrevi a dizer também. Ele parecia ter escolhido fazer silêncio, e andava cuidadosamente por lugares menos barulhentos.

─ Da pra você me dizer o que está acontecendo? - Falei quando saímos finalmente. ─ Primeiro você me faz entrar nessa floresta estranha, depois algo mais estranho ainda acontece e você nem ao menos me dá uma resposta.

Finn não disse nada, parecia aéreo, olhava para floresta atrás de nós enquanto me ignorava completamente.

─ Ei! Eu tô falando com você. - Falei indo em sua direção, pronta pra lhe socar até que me falasse alguma coisa, mas Finn se virou nesse exato momento, e riu.

Esse garoto só podia estar louco, por que estava rindo desse jeito?

─ (s/n)... - Ele disse vindo em minha direção. ─ Você está imaginando coisas. Porque não vai tomar um café?

Dizendo isso Finn deu algumas "batidinhas amigáveis" em minha cabeça, colocou as mãos nos bolsos da calça e saiu andando em direção ao internato, como se nada nunca tivesse acontecido.

Internato | Finn WolfhardWhere stories live. Discover now