Décimo oitavo

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MARIANA

   Depois que saí do café,dei uma volta pela cidade,visitei o museu do Louvre   e acabei pedindo para um garotinho Tirar uma foto minha,tive que pagar 1 euro para o guri.
   Almocei em um restaurante perto do museu,depois fui ao palácio de Versalhes e passei o resto da tarde lá.
   Voltei ao hotel por volta das "17:00" fui até meu quarto,entrei,tranquei a porta e quando eu fui me preparar para me jogar na cama e descansar até o horário do casamento.
  Percebi que na minha cama tinha uma caixa preta com um laço vermelho,ok como isso veio parar aqui?Pensei em chamar o pessoal da recepção,mas minha curiosidade falou mais alto.
  Me sentei sobre o carpete preto e peguei a caixa,desfiz o laço e retirei a tampa.
  Era um vestido,preto,o retirei dá caixa e coloquei sobre a cama,peguei a caixa novamente e achei um bilhete escrito a mão:

   "Esse é um pedido de desculpas por ter esquecido da viagem,eu iria lhe entregar pessoalmente,mas não consegui estar aí com você sequestradora, os saltos estão no closet,entre naquele casamento e arrase ok?Se precisar de mim é só me ligar."     
                                              —L.K

   Não consegui raciocinar direito,eu ligo agradecendo?Ela merece a minha ligação?,meu orgulho me venceu,vou tomar um banho e me arrumar.

                             •  •  •
    Nesse momento estou dentro do táxi,meu coração está a mil,estou tremendo suando frio,droga.
     Me desperto quando o carro para,pago o motorista e logo saio do carro,levantei meu olhar e me deparei com uma igreja enorme,várias pessoas estão entrando e saindo de lá,carros estacionando perto da calçada, não sei se eu entro alí de uma vez por todas ou fujo daqui,droga,estou sozinha nesse lugar,vou fugir pra onde?
   Respiro fundo, conto até dez,vinte,trinta,fecho os olhos e respiro fundo novamente.

—Vamos lá Mariana, é só entrar,se sentar,esperar essa merda acabar e sair Dalí como se nada tivesse acontecido.—Sussurrei para mim mesma

  Caminhei,em passos lentos até a porta da igreja,o pessoal que estavam conversando fizeram silêncio e me encararam,Que foi porra!?
  Entrei na igreja e me sentei na última cadeira,respirei fundo...Pronto a primeira parte já foi.
  Fiquei alí parada olhando para o nada por uns 30 minutos,ou mais,logo todos se levantaram para receber o noivo...Aparenta ter uns 40 anos,alto,cabelos pretos,e um sorriso simpático,bonito até,mas eu ainda prefiro meu pai.
   Ele chegou ao altar e foi conversar com algumas pessoas que eu imagino ser os padrinhos.
   Depois de Décadas, milênios,a noiva chegou,vestido branco,um véu gigante,Ela passou do meu lado,me olhou e deu um sorrisinho de lado,ok Jade você venceu dessa vez,ela tem um corpo perfeito,dá pra perceber até com esse vestido...Feinho vamos dizer.
  Aí foi aquele saco,votos,eles choraram,riram e no final trocaram alianças e se beijaram,uhuuu sai do meu quarto pra isso.
  Logo todos se levantaram e começaram a sair para o salão ao lado,já que a festa aconteceria lá,já está tarde, e mesmo se estivesse cedo eu não iria nessa festa,tenho voo amanhã de manhã, preciso descansar não acham?
  Me preparei para me levantar e ir embora,aí um cara de smoking azul escuro me chama.

—Mariana Shancez?

Oui? (Sim?)

—Ta mère t'attend dans cette chambre ( Sua mãe está esperando por você nesta sala) —Ele falou apontando para uma porta ao lado do altar.

  Não o respondi,só caminhei até a porta e bati.

Peut entrer (Pode entrar)

  Toquei a maçaneta dá porta e pensei se valeria a pena ou não entrar naquela sala...Mas o caralho dá minha curiosidade falou mais alto.
  Abri a porta e entrei,me encontrando com Jade Slouan sentada em uma cadeira com uma taça de vinho na mão.

—Mariana Slouan Sanchez

—Mariana Sanchez—A corrigi

—Na sua certidão de Nascimento está Mariana Slouan Sanchez, não é?

—Infelizmente

—Sente-se—Ela apontou para uma cadeira a sua frente.

—O que você quer?—Falei me sentando

—Fiquei feliz com a sua presença em meu casamento.

—Legal

—E o seu pai como está?

—Está ótimo

—Não deseja me perguntar nada?Eu lhe devo respostas não acha?

—Suas respostas não vão acrescentar em nada na minha vida.—Falei me levantando e me preparando para sair.

—Por que me trata com tanto desprezo?

—Talvez porque você abandonou a mim e ao meu pai,sumiu sem dar explicações e nunca se importou com caralho nenhum.

—Eu me importei Mariana,sempre estava a par de tudo que acontecia com você,lhe mandava cartões de natal, não era o suficiente?

—Não, não era suficiente,sabe porque?Porque eu cresci sem uma mãe,nas festas da escola sempre quem ia era o meu pai,porque você não estava lá,quando eu aprendi a andar de bicicleta você não estava lá,nas minhas festas de aniversário você não estava lá,nem ao menos se importava em me ligar para me dar os parabéns, você estava ocupada de mais com sua vidinha não é?Nem se lembrava que tinha uma filha.

—Não vou discutir com você

—Não vai discutir porque sabe que quem cala consente.

—Você é muito desaforada,igualzinha ao seu pai.

—Ainda bem que eu sou igual ao meu pai,porque se eu fosse igual a Você,eu iria abandonar todo mundo.—Peguei na maçaneta.—Agora se a senhora me der licença tenho que ir.

—Não vai ficar para a festa?

—Não faço nem questão de ficar nessa merda.—Abri a porta e sai daquele lugar,que eu espero não pisar nunca mais.

    

A filha da minha madrasta Onde histórias criam vida. Descubra agora