Décimo segundo

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MARIANA

   Hoje é o penúltimo dia de aula,só estou indo porque a Nádia não acreditou em mim quando eu lhe falei que estava doente,tenho que melhorar minhas táticas.
  Levantei me arrastando,tomei um banho quente,como hoje está frio eu poderia ficar aqui o dia inteiro.
  Saí do meu banheiro e fui em direção ao closet,Calça preta, uniforme,Moletom azul escuro, tênis azul escuro,e uma touca, também azul escuro.
  Peguei meu óculos,celular,fones de ouvido, mochila e desci para tomar café.

Hm,bom dia.—falei coçando os olhos e me sentando a mesa.

—Bom dia minha filha.—Meu pai me respondeu.—Como foi a festa?

—Legal.

—A Larissa se divertiu?—Foi a vez da Nádia perguntar

—Até demais.—Resmunguei baixinho.

—O que?—Nádia falou se sentando a mesa.

—Se divertiu bastante sim!—Respondi com um sorrisinho falso

   Logo meu pai e Nádia começaram a conversar entre si, coloquei meus fones de ouvido e me permiti beber meu suco de laranja e comer minhas panquecas em "Paz".
   Foi então que alguém se senta do meu lado,murmura um bom dia,e eu continuei comendo,em silêncio,só tentando meditar ao som de Taylor Swift.
  Terminei de comer,e só tirei meus fones de ouvido porque meu pai estava me chamando.

—Sim?—Respondi com uma calma que até eu mesma me assustei

—Tenho uma reunião em 10 minutos,tudo bem se vocês forem para a escola com o carro da Nádia?

—Por mim tudo bem.—Falei me levantando.—Tchau pai, Tchau Nádia.

  Passei na sala,peguei minhas coisas que estavam jogadas no sofá,peguei a chave do carro da Nádia e fui até a garagem.
   Parei em frente ao Porsche S Cayman Preto,me sentei no banco do motorista e coloquei uma música qualquer.
   Cinco minutos depois,Ela aparece toda atrapalhada com a mochila nas Costas,Calça jeans clara,um moletom preto que ela roubou de mim,tênis preto,cabelos soltos,em em sua mão direita avia uma colher,e na esquerda um pote de iogurte.

—Bom dia—Ela se sentou no banco do passageiro.—Desculpa a demora,eu não sabia onde estavam os remédios para dor de cabeça

—Bom dia—Respondi e liguei o carro.—Achou o remédio?

—Perguntei para a minha mãe onde estavam,aí peguei,estou com uma enxaqueca terrível,e sinto que passou um caminhão por cima de mim.

—Isso se chama,ressaca.—Falei parando no semáforo.

—E você?Curtiu a festa?

—Ah,acho que sim, reencontrei uns amigos.—Avancei após o sinal verde.—E você?—Perguntei pedindo mentalmente para que ela não se lembre que beijou o Arthur,quero acreditar que aquele beijo foi fruto do álcool,por favor.

—Ah...Eu dancei com as meninas e o...Ar..thur—Ela respondeu olhando para a janela e acabou gaguejando.

   Porra,ela se lembrava,ela quis aquele beijo, não foi fruto da bebida,como eu sou idiota,O Arthur sempre vence né?
   Sim,ele sempre vence,sempre... vence...

—Que bom—Respondi meio sem ânimo

   O restante do caminho foi em total silêncio,um silêncio que estava me deixando maluca,acelerei um pouco para chegarmos logo naquela maldita escola.
  Me arrependi de ter acelerado,quando chegamos ao estacionamento,vi o Arthur saindo do seu carro com óculos escuros,e uma cara de ressaca.
  Claro que ele estava de ressaca,bebeu e usou droga a noite toda.
  Quando nos viu saindo do carro,lançou um sorriso para a Larissa que retribuiu com um aceno.
  Garota idiota, porque está acenando para esse idiota?
   Parece que o aceno não foi o bastante pra ele,tanto que ele travou seu carro e veio em nossa direção,nossa direção não,na direção dela.

A filha da minha madrasta Where stories live. Discover now