Décimo sexto

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MARIANA

Quando eu desci do avião meu relógio marcava 2:45.
O sono estava me consumindo completamente, não sei como ainda estou de pé,peguei minhas malas, chamei um táxi e fui a caminho do hotel.
Depois de 30 minutos,cheguei em meu devido quarto,só me lembro de ter trancado a porta,e literalmente apagar.
  Acordei as "14:34" com meu celular tocando do meu lado,nem Li quem era e logo atendi.

Ligação:

—Alô?—Falei me sentando na cama.

—Boa tarde,filha.

—Boa tarde papai.

—Tudo bem?Como foi a viagem?

—Foi tranquila.

—Deu tudo certo com o quarto no hotel?

—Sim,tudo certinho, obrigada por organizar tudo pai.

—Por nada filha,o que vai fazer no dia de hoje?

—Acho que vou dar uma volta, não tem muito o que fazer aqui estando sozinha.

—Ah,sobre isso,Larissa ficou com peso na consciência.

—Bom pra ela.

—Mariana, não é bom guardar rancor.

—Ela sabia que essa viagem era importante para mim.

—Ela estava muito ocupada durante esses últimos tempos,dá uma trégua.

—Muito ocupada com festas e o namoradinho drogado dela,isso sim.

—Quem é esse garoto?Ele nunca vem aqui quando estou em casa.

—Se o senhor adivinhar,eu faço o que quiser por uma semana.

—Primeira letra do nome?

—Hum..."A"

—É quem eu estou pensando?

—Sim

—Arthur Miller?

—Sim senhor,um partidão não acha?

—Nádia vai adorar saber.

—Não conte pra ela ainda,quero ver a reação dela ao vivo.

—Não vou contar ainda,Agora o papai vai resolver algumas coisas,se precisar de algo,me ligue.

—Pode deixar papai,beijos.

—Beijos.

•Ligação encerrada.

  Decidi me levantar da cama, tomar um banho e dar uma volta, não quero ficar presa nesse quarto até de noite.
  Vesti uma camiseta branca,uma calça preta,e um tênis branco,peguei minhas coisas,chamei um táxi.
  Decidi parar em uma cafeteria,fome, é a única coisa que eu sinto neste exato momento,paguei o táxi e caminhei até a cafeteria.
   Quando abri a porta ouvi um barulhinho de sino,olhei em volta e me impressionei com a decoração,a parede era de tijolinhos alaranjados,mesas de madeira escura,cadeiras do mesmo material,algumas plantas nas janelas e etc.
   Me sentei em uma mesa no fundo do estabelecimento e brisei um pouco com a vista privilegiada que aquele lugar me favorecia. Ouço alguém me chamar e me deparo com uma garçonete,com um uniforme branco e um sorriso no rosto.

Bonjour Mademoiselle, puis-je vous aider? (Olá senhorita, posso ajudá-la?)—A garota que aparentava ter 20 a 25 anos me perguntou.

Bonjour je veux un café noir sans sucre s'il vous plait! (Olá eu quero um café preto sem açúcar por favor) —Respondi com um sorriso.

Quelque chose d'autre? (Algo mais?)—Ela me perguntou anotando meu pedido em um tablet.

Non (Não) —Respondi fechando o cardápio.

J'apporte déjà votre commande (Eu já trago seu pedido).—Ela sorriu novamente e saiu.

LARISSA

   Acordei com uma dor de cabeça infernal,nem sei que horas são,me levantei rápido e minha visão escureceu.

—Ressaca de merda—Falei sozinha.

  Peguei minha toalha e fui para o banho,coloquei o chuveiro no frio e me enfiei lá dentro,depois de uns 10 minutos vegetando,comecei a me lembrar de tudo que aconteceu,Festa,bebida,Charles,casa, Mariana,viagem...Droga.
  Eu deveria ligar pra ela e pedir desculpas? Não,ela não vai me atender,mandar uma mensagem?Ela vai me ignorar,droga,o que eu faço?
  Saí do banheiro,vesti minha roupa íntima e uma camiseta grande da Mariana,desci e fui direto para a cozinha.

—Bom dia.—Falei me sentando na cadeira com a mão na testa.

—Bom dia.—Márcio me respondeu

—Bom dia minha filha.—Minha mãe apareceu na cozinha com um bolo em mãos.

—Márcio,será que,tem como comparar uma passagem pra hoje?Eu pago.

—Passagem pra onde?

—Pra França,eu tô com um puta peso na consciência.

—Ter como tem,porém o problema não é a passagem, é a Mariana querer falar com você agora.

—Eu converso com ela.

—Conversa com ela quando ela chegar,vai ser melhor.

—Ela vai sozinha no casamento??

—A Mariana tem que aprender a enfrentar os próprios problemas sozinha.—Ele  deixou um beijo na minha testa e saiu.

   Fiquei sentada alí viajando não sei por quanto tempo,decidindo o que fazer,no final não decidi nada,ou decidi? Não sei,só sei que vou conversar com a Mariana quando ela voltar de viagem,vai ser melhor.

—Podemos conversar?—Me assustei quando vi a minha mãe sentada na cadeira a minha frente.

—Sim senhora.—Falei corrigindo a minha postura,já que eu estava praticamente deitada na cadeira.

—Quem lhe trouxe ontem?Da festa?

—O Charles

—Você está namorando o Charles?

—NÃO,eu não estou namorando.

—Então você está ficando com alguém?

—Tipo isso...É...Eu acho que é isso

—Posso saber quem é?

—Na hora certa você vai saber.

—Larissa,Eu não quero ser uma mãe chata,porém você precisa me contar mais as coisas, você anda saindo muito,eu não sei onde está e fico preocupada,aí você chega de madrugada, bêbada,se joga na cama e acorda no outro dia com uma cara de quem foi atropelada, você está me deixando preocupada.

—Está tudo bem mãe,eu vou em festas na casa de amigos,vou começar a te passar o endereço quando eu for sair, desculpa se eu te deixei preocupada.

—Ok, fico feliz que me entendeu,agora me diz,qual o nome desse garotinho aí em?

—Arthur...Arthur Miller.

—Arthur Miller?—Ela me perguntou com uma cara assustada

—Ah...Sim?—Falei confusa.

—Larissa, você esta metida com drogas?

A filha da minha madrasta Where stories live. Discover now