Sétimo

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MARIANA

      Estávamos debaixo de um pé de maçã,eu não faço a menor ideia de que horas são,e nem me importo em saber.
      Ela estava calma em meus braços,deitada e com a respiração lenta.

-A quanto tempo estamos aqui?—ela pergunta brincando com a minha mão

-Não faço a menor ideia—respondi com a voz baixa

-Essas mãos—ela diz levantando minhas mãos—Desenham muito bem

-Você viu meus desenhos?

-Sim,Márcio foi me apresentar os cômodos da casa,e quando eu entrei no seu quarto eu vi eles no mural, são lindos—ela me olha, dá um sorriso e volta a mecher com as minhas mãos

-não é pra tanto

-Para de diminuir suas qualidades menina

-Eu sou realista,só isso—Desviei minha atenção para um cachorro que chegou correndo e pulando em cima de nós

-Oi garotão—ela sai do meu abraço e faz carinho no Tony

-Daqui a pouco ele vai estar todo sujo de lama,e quem vai ter que dar banho no bonito sou eu —Digo fazendo um coque bagunçado no meus cabelos e colocando meus óculos que estavam no meu bolso do moletom

-Deixa ele brincar,se quiser eu te ajudo a dar banho nele—ela continua fazendo carinho nele—Eu tinha um cachorro no Brasil,ele se chamava Jack,era um filhote de pastor alemão,quando eu fiz 12 anos a minha madrasta sumiu com ele.

-O Tony eu encontrei ele em centro de adoção,Ele foi resgatado de um abrigo clandestino,onde não tinha água limpa,comida e nem davam banho nele, demorou para ele se adaptar lá em casa,hoje em dia é ele que manda em tudo.—O abracei

-Vem—ela se levantou e me estendeu a mão—Vamos brincar com ele

     Peguei em sua mão e me levantei,peguei a bolinha que o Tony avia trago e joguei pra ela.
     O Tony logo entendeu que iríamos brincar com ele,se levantou e saiu correndo para pegar a bolinha que estava com a Larissa.
     Ela jogou a bola para mim outra vez e começamos correr pelo gramado,jogando a bolinha uma para outra e correndo do Tony.
    Porra,imaginem aquelas cenas de filme,ela correndo no gramado,com um sorriso no rosto,o sol batendo em seu rosto e o cabelo se movendo com o vento gelado.
   Eu parei,me sentei na grama os observei.
   Me despertei dos meus pensamentos com ela se deitando do meu lado com a respiração ofegante.

-Ai,vou ter um ataque do coração—ela diz colocando a mão sobre o peito—Tony,eu nunca mais brinco assim com você

-Sedentaria—Falei rindo dela

-Estou com calor agora—ela diz tirando o moletom e ficando de camiseta.

-Vamos pra dentro,deve que estão nos procurando—me levanto tiro as gramas da minha roupa

-Vamos,estou com sede—ela se levanta e tira as gramas da roupa

-Tem grama no seu cabelo

-Tira pra mim?—Ela diz e eu paro em frente a ela e começo a tirar as gramas do seu cabelo

-Prontinho—dei um beijo no topo da sua cabeça

-Obrigada—ela me dá um beijo na bochecha e pega na minha mão—vamos logo eu tô com sede—ela diz me puxando.

                           •   •   •       

A filha da minha madrasta Where stories live. Discover now